
Foi enterrado hoje o corpo do professor aposentado Darci Alves da Silva, de 67 anos, que morreu na última quinta-feira, após tentar combater um enxame de abelhas dentro do Instituto de Educação de Minas Gerais (IEMG). O acidente ocorreu por volta das 9h, em período de aula de alunos do ensino médio.
O corpo foi velado em Mantena, no Vale do Rio Doce, cidade onde residem seus parentes. Segundo moradores do município, a família é conhecida e muito querida pela população, que lamenta a morte do professor.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) resgatou Darci, ele estava inconsciente e em estado grave. Ele foi levado para o Hospital João XXIII, onde morreu.
Segundo uma testemunha que não quis se identificar, o professor de sociologia tinha como hobbie a criação de abelhas e or isso teria se voluntariado para retirar a colmeia do telhado da instituição, que está em obras. A testemunha contou que ao subir a escada, ele caiu de uma altura de aproximadamente seis metros.
"Após o acidente, a direção da escola tomou todas as medidas necessárias. Acionou o Samu para prestar os primeiros socorros. Representantes da escola o acompanharam durante o período em que esteve no hospital para atendimento médico. A direção da escola e representantes da Superintendência Regional de Ensino (SRE), Metropolitana A, responsável pela coordenação da escola, estão dando todo apoio à família. A SEE/MG está acompanhando o caso e apoiando a escola na verificação e apuração dos fatos que ocasionaram o acidente", concluiu.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) lamentou a morte do professor e confirmou que ele tinha autorização para entrar na escola, mas que para realizar o procedimento, foram estipuladas medidas de segurança, como a presença do engenheiro responsável pela obra do telhado. No entanto, como era conhecido da comunidade escolar, teria tomado a iniciativa de realizar a intervenção, mesmo sem os equipamentos.
"Após o acidente, a direção da escola tomou todas as medidas necessárias. Acionou o Samu para prestar os primeiros socorros. Representantes da escola o acompanharam durante o período em que esteve no hospital para atendimento médico. A direção da escola e representantes da Superintendência Regional de Ensino (SRE), Metropolitana A, responsável pela coordenação da escola, estão dando todo apoio à família. A SEE/MG está acompanhando o caso e apoiando a escola na verificação e apuração dos fatos que ocasionaram o acidente", concluiu.
Clima na escola
Ainda segundo a testemunha que não quis se identificar, a comunidade escolar ficou assustada por não ter a suspensão das aulas ontem e hoje. “O clima estava meio chato, é uma situação que não é uma das mais agradáveis, é a segunda morte que acontece ali”, contou.
Estudantes lamentaram a morte do professor nas redes sociais. “A fim de proteger os alunos, assumiu uma responsabilidade que não é sua”, disse um dos posts. “Os alunos estão em estado de choque”, completa.
A vida é um sopro! Forças a família do Darci e dias melhores pro IEMG, ngm aguenta mais essas angústias
%u2014 Maria Antônia (@mariatoniar) May 31, 2019
Eu amo o IEMG, foi a escola que me criou literalmente. Porém, ultimamente só tem trazidos más noticias. Segunda morte causada dentro da escola em menos de um ano. %uD83D%uDE14
%u2014 Charles Anthony (@CharlesAAnthony) May 30, 2019
Nossa eu to mt triste pelo Darci, lembro das aulas dele até hj... iemg ta numa energia tão ruim ultimamente
%u2014 Mariana (@Mari_gomes41) May 30, 2019
Demora para o resgate
Nas redes sociais, estudantes alegaram demora no atendimento do Samu. No entanto, procurada pelo Estado de Minas, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o deslocamento da ambulância até o local foi de 9 minutos."A equipe fez manobras para estabilizar a vítima no local e foi necessário acessar outra ambulância para apoio na remoção do paciente que havia caído em local de difícil acesso. Foi um atendimento de alta complexidade", divulgou.
Ainda segundo a secretaria, entre o pedido da ambulância, a assistência prestada no local e o encaminhamento do paciente para o hospital, o tempo de teria sido de aproximadamente 59 minutos.
Duas mortes em menos de um ano
Luiz ainda tentou fugir para o interior da escola, mas, enquanto descia uma escada, foi atingido com um chute na cabeça e se chocou com uma mureta. Ele estava de costas quando sofreu o golpe.
O jovem acusado de matar o colega vai a júri popular. Ao analisar o processo, o magistrado considerou que não havia insuficiência de elementos que comprovassem a tese da defesa, de que o crime deveria ser julgado como lesão corporal seguida de morte.
Degradação do prédio histórico
No último sábado, o Estado de Minas revelou a degradação das estruturas do prédio do IEMG. Com a mesma idade de BH, o prédio está degradado e instituição busca ajuda da iniciativa privada para financiar restauração orçada em R$ 25 milhões. Em 2018, governo do estado repassou apenas R$ 28 mil dos R$ 293 mil previstos para manutenção. Secretaria disse que reforma depende de análise financeira.
O edifício, tombado pelo patrimônio histórico, tem arquitetura pujante. No entanto, apesar de passado histórico, o instituto sofre com a destruição do tempo. Depois de passar por momentos críticos, nos últimos dois anos, a instituição conseguiu fazer a obra emergencial de troca dos telhados. No entanto, ainda são muitos os problemas estruturais. (Com informações de Márcia Maria Cruz)
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa.
