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Estado de Minas

Dossiê da UFMG propõe tombamento de Bento Rodrigues, em Mariana

Documento foi produzido pela Escola de Arquitetura da universidade e tem mais de 400 páginas, com fotos, depoimentos de moradores, dados, análises e impressões dos pesquisadores que trabalharam na iniciativa


postado em 30/05/2019 18:00 / atualizado em 30/05/2019 18:13

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Templo dedicado a Nossa Senhora das Mercês,em Bento Rodrigues, ganhou proteção estadual em 2018 (foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

 
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou nesta quinta-feira (30) ter recebido um dossiê elaborado pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) propondo o tombamento da região do distrito de Bento Rodrigues, que foi devastado na tragédia de Mariana (Região Central), em novembro de 2015. No episódio, o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco causou impactos em toda a bacia do Rio Doce e deixou 19 mortos.

O documento é fruto de uma pesquisa realizada ao longo de três anos em Bento Rodrigues. Com mais de 400 páginas, ele reúne fotos, depoimentos de moradores, dados, análises e impressões dos pesquisadores que trabalharam na iniciativa.
 
De posse do documento, o MPMG afirma que poderá embasar um eventual pedido de tombamento do distrito e de sua transformação em “um sítio de memória sensível”.
 
A nível municipal, a discussão sobre a criação de um memorial nas comunidades que foram destruídas em Mariana ocorre desde 2016, quando o Conselho do Patrimônio de Mariana (Compat) iniciou um processo de tombamento.
 
Alguns bens imóveis inclusive já foram tombados de forma individual, como a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Bento Rodrigues, e a Igreja de Santo Antônio, em Paracatu.

Um dos debates gira em torno da necessidade de preservação da história do rompimento da barragem da Samarco. Há iniciativas semelhantes no mundo como o Memorial do Holocausto erguido em Berlim, na Alemanha, que busca lançar um alerta para que tragédia similar não se repita.
 
A decisão, porém, deve levar em conta os interesses dos atingidos, uma vez que há um acordo para que eles mantenham a posse de seus terrenos devastados, mesmo recebendo uma nova casa nas comunidades que estão sendo reconstruídas pela Fundação Renova. A entidade foi criada para reparar os danos da tragédia usando recursos financeiros da Samarco e de suas acionistas Vale e BHP Billiton.

No final do ano passado, um integrante da comissão dos atingidos chegou a manifestar à Agência Brasil alguns receios com o tombamento . "Se futuramente acharmos coisas que nós perdemos, fica mais complicado para tirar. Vai precisar de autorização", disse José do Nascimento de Jesus, conhecido como Zezinho do Bento.

Na ocasião, a presidente do Compat, Ana Cristina de Souza Maia, considerou natural esse tipo de preocupação, que deve ser dissipada ao longo do processo. "É importante destacar que todo o limite, alcance e restrição do tombamento deve ser definido pelo conselho a partir da oitiva dos atingidos." 
 
Por Léo Rodrigues – repórter da Agência Brasil 


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