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Estado de Minas

Chuvas atípicas, que provocaram alagamento na Vilarinho, continuam ao menos até sexta-feira

Precipitações são resultado de uma frente fria que chega do Sul do país e está sobre o Sudeste, explica meteorologista


postado em 16/05/2019 06:00 / atualizado em 16/05/2019 08:10

Em pouco mais de uma hora, choveu mais do que o dobro do esperado para todo o mês na região, causando transtornos(foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Em pouco mais de uma hora, choveu mais do que o dobro do esperado para todo o mês na região, causando transtornos (foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

As pancadas de chuva em todas as regiões da capital mineira, ontem, pegaram os belo-horizontinos de surpresa e causaram estragos. O grande volume de água causou transbordamento do Córrego Vilarinho, na Região de Venda Nova, arrastou carros e fez comerciantes fecharem as portas, temendo inundações. Vias próximas ao local e de outras áreas da Grande BH, como a Região Nordeste, foram interditadas.

Para as pessoas que ali moram ou trabalham, as reclamações durante o período chuvoso são incansáveis e, agora, até no outono, eles enfrentam problemas com a falta de alternativa para a água que inunda toda parte. Em pouco mais de uma hora, o acumulado de chuva na regional foi de 53 milímetros, mais do que o dobro esperado para o mês.

A engenheira Cristina Nunes, de 40 anos, estava no cartório na Avenida Vilarinho quando foi surpreendida pela chuva. Ela foi uma das pessoas que tiveram o carro arrastado pela força da água. “De repente, começou a chover muito forte. O nível da água ficou alto, ‘emendou’ o nivelamento das duas vias separadas pelo canteiro central. Foi desesperador. Gritaram: ‘tem carro girando na avenida’. Quando olhei, era o meu carro”, contou. Igor Rodrigues, de 29, foi outro motorista que teve o azar de estacionar na via e, quando retornou, o veículo já estava completamente tomado pela água. “Deixei meu carro estacionado na parte de manhã. Havia sol”, comentou.

Desta vez, a água não tomou conta de estabelecimentos da região, mas muitos comerciantes tiveram que se apressar para tirar as mercadorias logo que a chuva começou. Foi o caso de José Louris, de 53, que estava revoltado por ver a cena se repetir: “São 14 anos passando pelo mesmo problema. Tive que aplicar algumas medidas paliativas para reduzir os danos. A Prefeitura de Belo Horizonte nunca veio aqui me perguntar e contabilizar as minhas perdas”.

ATÍPICO
Segundo o meteorologista do 5º distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Minas, Claudemir Azevedo, ontem choveu em todas as regiões de Belo Horizonte, instabilidade atípica para maio, mês considerado de poucas chuvas – a média mensal histórica é de 24 milímetros. No entanto, nesses 15 últimos dias, o acumulado já está em 32mm e a chuva seguirá até, pelo menos, sexta-feira. “Não é tão comum. É resultado de uma frente fria que chega do Sul do país e está sobre o Sudeste. A área de instabilidade entre duas massas de ar – uma quente e outra fria – causa nebulosidade, chuvas e quedas nas temperaturas”, define Azevedo, lembrando que a média neste ano está próxima de registro recorde.

Em 1955, a capital teve o maio mais chuvoso da história, com 86,9mm. A Defesa Civil divulgou o acumulado de chuva das regionais de Belo Horizonte. Até o fim da tarde de ontem, foram registrados 73,2mm em Venda Nova (mais que o dobro esperado para o mês inteiro) e 63,8mm na Nordeste. A média climatológica para maio é de 28,1mm, segundo levantamentos de 1981 a 2010.

Conforme as informações do Inmet, também choveu significativamente na Zona da Mata, no Vale do Aço e na Região Oeste do estado. Hoje e amanhã, a instabilidade também atua sobre a Região Central e parte do Leste de Minas. “A previsão para hoje e amanhã é de tempo nublado com chuvas de moderada a forte”, adianta.


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