A Justiça mineira transformou em preventivas, nessa terça-feira, as prisões dos três policiais civis mineiros envolvidos no tiroteio entre investigadores da mesma corporação, em Juiz de Fora. Encarcerados desde o dia 12 de novembro, os suspeitos estavam presos temporariamente. Além deles, outros três homens tiveram a prisão preventiva decretada.
Os policiais mineiros Marcelo Matolla Resende, Leonardo Soares Siqueira e Rafael Ramos dos Santos foram presos no dia 12 de novembro e transferidos para a Casa de Custódia, localizada em Belo Horizonte. Já os outros três homens, Jorge William Ponciano Rosa, Nivaldo Fialho Cunha e Sérgio Paulo Marques Guerra, apontados como envolvidos na operação ilícita, apesar de já terem as prisões pedidas há cerca de um mês, ainda não foram localizados.
Na mesma decisão judicial, o magistrado negou o pedido da Corregedoria Geral da Polícia, que solicitava a prorrogação de mais 30 dias para a conclusão do inquérito policial sobre a operação. Segundo o juiz, as investigações já estão em curso há, aproximadamente, dois meses. Assim, o inquérito será enviado para o Ministério Público incompleto.
A previsão é de que o Ministério Público ofereça a denúncia sobre o caso antes mesmo do recesso forense. Desse modo, o magistrado decretou que a Promotoria analise todo o inquérito feito pela Polícia Civil até a próxima terça-feira (18).
Registros Celulares
O juiz Paulo Tristão Machado Júnior revogou o decreto do sigilo das investigações. De acordo com ele, neste momento, a medida é desnecessária, uma vez que tinha sido tomada apenas para que fossem cumpridos os mandados de busca e apreensão e as quebras dos dados telefônicos dos envolvidos.
No texto, o magistrado concluiu que os policiais mineiros tinham ciência da negociação de compra de dólares e do risco da operação, sendo que as provas indicam que o grupo era cúmplice dos outros três homens e do empresário Antônio Vilela, que estariam na posse de cerca de R$ 14 milhões em notas majoritariamente falsas.
Além disso, registros celulares indicam que o grupo de policiais civis de São Paulo tinha conhecimento de que faria uma escolta para a compra de dólares e também da ilicitude da negociação, tendo os próprios envolvidos entitulado a operação de “cheese bread” - tradução de “pão de queijo” em inglês.
Nos áudios, um homem identificado como Eduardo explica a operação em Juiz de Fora para Bruno Martins Magalhães Alves, delegado da Polícia Civil de São Paulo que está preso na Penitenciária Nelson Hungria desde 22 de outubro.
No mesmo sentido, a decisão judicial apresenta uma conversa entre Bruno e Rodrigo Castro Salgado da Costa, também delegado da corporação. Na ocasião, Rodrigo tenta convencer Bruno de realizar a escolta.
No texto divulgado pela Justiça mineira ainda consta o depoimento do policial civil mineiro Rafael Ramos dos Santos. Nele, o investigador conta os precedentes da negociação que culminou em duas mortes.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa