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Estado de Minas

Belo Horizonte é a segunda capital do país com mais qualidades para quem pratica esportes

Considerada a 2ª capital mais amigável para a prática de exercícios por pesquisa da PUC do Paraná, cidade está prestes a anunciar nova grande área destinada só aos pedestres nos domingos


postado em 07/10/2018 06:00 / atualizado em 07/10/2018 08:09

Pampulha, um dos locais tradicionais para a prática esportiva em BH, é candidata a ganhar novo espaço (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Pampulha, um dos locais tradicionais para a prática esportiva em BH, é candidata a ganhar novo espaço (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


Belo Horizonte vai ganhar até o fim de novembro mais uma área destinada de forma exclusiva às atividades físicas e de lazer dos pedestres aos domingos, sem interferência do trânsito. O novo local, que faz parte do programa “BH é da Gente”, será decidido entre duas opções que vêm sendo estudadas pela prefeitura, uma na Região Norte e outra na Região da Pampulha, e vai representar mais uma oportunidade para abrir espaço às atividades físicas na cidade de forma mais livre, longe dos carros – prática para a qual a capital é considerada a segunda mais amigável por uma pesquisa da Revista Saúde com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR). O estudo, que considerou uma série de variáveis,  mostrou BH atrás apenas de São Paulo no índice obtido pelos pesquisadores (veja ranking). A secretaria belo-horizontina de Esportes e Lazer comemorou o resultado, festejado também por pessoas que se exercitam pelas ruas do município. Porém, esses esportistas, de fim de semana ou não, esperam avanços nesse sentido, o que significaria aumento na qualidade de vida da população.

A pesquisa levou em consideração critérios como acesso a espaços de lazer, acesso ao transporte público, desenho urbano, estrutura viária para atividade física, trânsito e criminalidade. Com base nesses domínios, os pesquisadores desenvolveram pontuações para todas as capitais brasileiras levando em consideração indicadores como arborização, instalações esportivas, quantidade de ônibus e micro-ônibus, densidade populacional, densidade residencial, iluminação pública, pavimentação de vias e índices de criminalidade e violência (veja quadro). Depois da análise desses pontos, cada cidade foi ranqueada levando em consideração uma pontuação chamada de Z-escore, em que colocou BH com 0,88, atrás da capital paulista, que ficou com 1,15.

Segundo o secretário de Esportes e Lazer de BH, Elberto Furtado Júnior, o resultado tem que ser comemorado, porque a análise levou em consideração um conjunto de fatores. “É uma gama de elementos que foi usada nessa pesquisa, e por isso só nos orgulha. Não foi nenhum ponto específico em que nos saímos bem, o estudo aponta vários tópicos”, afirmou o secretário. A secretaria mantém uma série de programas destinados às práticas esportivas e de lazer, sendo que um deles vem chamando a atenção, por destinar aos pedestres, aos domingos, espaços ocupados durante a semana pelos carros.

Batizado de BH é da Gente, o programa prevê não só o fechamento de ruas ou avenidas, coisa que já acontece nos pontos em que é adotado o programa “Domingo a Rua é Nossa”, mas também o desenvolvimento de atividades. O primeiro espaço foi a Praça da Savassi, que já recebeu uma série de atrações, como shows, exibições esportivas, além de destinar espaço livre para quem anda a pé no coração da cidade. Depois, o programa se expandiu para a Avenida Silva Lobo, no Grajaú, Oeste de BH, e agora vai ganhar um terceiro endereço.

Segundo o secretário, o novo local estará na Região Norte ou na Região da Pampulha. Furtado não quis adiantar o endereço que está sendo estudado em cada regional, mas disse que até o dia 30 deste mês a decisão será tomada, com inauguração do programa no novo ponto até 30 de novembro. A intenção, segundo o secretário, é expandir o programa para todas as regionais, mas não há prazo definido para isso. “O importante do BH é da Gente é que ele leva atividades para locais mais amplos”, afirma.

Quanto mais espaços, melhor


Nas ruas da cidade, praticantes de atividades físicas ouvidos pelo Estado de Minas consideram Belo Horizonte uma cidade amigável nesse quesito, mas também defendem a expansão do BH é da Gente, com mais lugares reservados exclusivamente aos pedestres, longe da interferência dos veículos. “Faço atividades na Pampulha e acredito que muita gente vem para cá de outros pontos da cidade. Sinto uma energia muito boa aqui, e já morei em cidades como Santos (SP), em que isso acontece em toda a orla, por exemplo. Replicar essa energia trazida pelo esporte da Pampulha para outros lugares da cidade significa aumentar a qualidade de vida”, avaliou a advogada Vanessa Asevedo de Alvarenga, de 31 anos.

A advogada Vanessa Asevedo de Alvarenga ressalta que é preciso democratizar e multiplicar as áreas propícias a atividades físicas(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
A advogada Vanessa Asevedo de Alvarenga ressalta que é preciso democratizar e multiplicar as áreas propícias a atividades físicas (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)


O supervisor operacional Patrick Dione de Carvalho, de 31, morador da Região de Venda Nova, também pratica esportes na Pampulha. “Um espaço fechado ao lazer e ao esporte nos fins de semana na minha região seria muito bacana. Já temos o canteiro central da Avenida Vilarinho, mas ocupar toda a avenida em algum ponto seria muito interessante, por exemplo. O esporte traz qualidade de vida, que é algo que todo mundo busca”, afirmou.

Para a aposentada Valéria de Oliveira Batista Marques, de 66, BH é uma cidade extremamente aberta ao lazer. “Mas abrir ainda mais espaços é muito bom, até para não sobrecarregar uma região como a Pampulha. E quando há um lugar em que não tem carros, as pessoas se soltam muito mais”, disse ela, na companhia da filha, que passeavam com o cachorro da família. “Abrir espaço para os pedestres deixa as pessoas mais confiantes para praticar esportes e principalmente levar crianças para as ruas”, acrescentou o engenheiro Felipe Costa, de 26.

  

A classificação


A colocação de cada capital no ranking geral das cidades amigas da atividade física foi obtida por um índice chamado Z-escore, que considerou diversas variáveis:

 

 

Critérios urbanísticos

» Acesso a espaços de lazer
» Acesso ao transporte público
» Desenho urbano
» Estrutura viária para atividade física
» Trânsito
» Criminalidade

Princípios

» A atividade física deve ser um direito e uma opção para todos os moradores da cidade
» Todos devem ter acesso e condições para realizar atividade física em seu dia a dia
» As cidades devem reduzir a desigualdade nos níveis de atividade física no tempo de lazer (tempo livre) e como forma de transporte, particularmente nos grupos de maior risco para inatividade física (mulheres, idosos, crianças e pessoas com menor renda e escolaridade)
» Devem propiciar acesso a locais para a prática de atividade física e a transporte público com qualidade e segurança
» Devem manter políticas, planos e infraestrutura para garantir oportunidades para o transporte de pedestres e ciclistas
» O desenho urbano deve favorecer as oportunidades para a prática de atividades físicas no lazer e no transporte

Indicadores

» Arborização de vias públicas
» Instalações esportivas
» Quantidade de ônibus e micro-ônibus
» Densidade populacional
» Densidade residencial e comercial
» Iluminação e pavimentação de vias públicas
» Calçadas em vias públicas
» Homicídios por armas de fogo
» Homicídios de mulheres
» Mortes em acidentes de trânsito
» Atividade física de lazer e de deslocamento

 

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

 

Bom, mas longe do ideal


 

O resultado da pesquisa da PUC/PR em parceria com a Revista Saúde tem, sim, de ser comemorado, mas quem conhece bem a cidade e costuma praticar esportes sabe que muita coisa precisa melhorar. Importante abrir espaços de lazer aos domingos, como ocorre nas avenidas Getúlio Vargas e Silva Lobo, mas isso é muito pouco. Faltam praças de esportes na capital, faltam piscinas públicas, das quais a população não precise pagar para usufruir. Existem quadras poliesportivas em parques, mas são insuficientes para atender à demanda de uma cidade com 2,5 milhões de habitantes. BH é carente até mesmo de pistas de caminhada e corrida – modalidade que vem crescendo em todo o país. As poucas que existem estão malcuidadas. A prefeitura atual tem sua parcela de responsabilidade, mas a atenção insuficiente do poder público municipal com o esporte e o lazer da população não é de agora. É histórica. (Renato Scapolatempore)

 

 

Eleição cancela ruas de lazer


 

Devido à eleição deste domingo, não vão ser realizados os programas BH é da Gente e No Domingo a Rua é Nossa, promovidos pela Prefeitura de Belo Horizonte. A suspensão tem objetivo de garantir a fluidez do trânsito e tranquilidade no acesso aos locais de votação. No próximo domingo serão retomadas as atividades na área central da Savassi, região Centro-Sul, na Avenida Silva Lobo, Bairro Grajaú, Região Oeste, e em oito outras ruas, avenidas ou praças da capital.


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