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Estado de Minas

Fim do racionamento de água alivia população de Montes Claros

Início do funcionamento do Sistema Pacuí, abertura de poços tubulares e redução do desperdício permitiram a suspensão da medida, que afetava a população do município desde 2015


postado em 14/09/2018 06:00 / atualizado em 14/09/2018 08:42

Após ter perdido clientes devido à escassez de água, a lavadeira Terezinha ficou aliviada com a notícia (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)
Após ter perdido clientes devido à escassez de água, a lavadeira Terezinha ficou aliviada com a notícia (foto: Luiz Ribeiro/EM/DA Press)


“Acho que a vida agora vai melhorar cem por cento.” O alívio da lavadeira Terezinha Graça dos Santos, de 56 anos, também é sentido por outros milhares de moradores de Montes Claros ( Norte de Minas) com a normalização da chegada às casas de um elemento básico: água. A Copasa anunciou na manhã ontem o fim do racionamento de água da cidade, onde a população de 404, 8 mil habitante, sofria com a restrição havia quase três anos.

O rodízio no fornecimento de água foi iniciado em outubro de 2015, devido à redução do volume da Barragem do Rio Juramento/Sistema Rio Verde Grande, responsável por 65% do abastecimento da população do município. Na ocasião, devido à falta de chuvas na região, o nível do reservatório caiu para 15% da capacidade, o mais baixo da história desde que foi construído (em 1982).


Com o aumento do consumo – em função do crescimento populacional –, e a escassez de chuvas na região, o volume da barragem não se recuperou e a Copasa manteve a restrição no abastecimento: a cidade foi dividida em cinco regiões, sendo adotado o sistema de rodízio, com a demora de até três dias para a água voltar às torneiras.

Para amenizar o problema, em agosto de 2017, a Copasa iniciou a construção de uma obra emergencial, uma adutora para captação no Rio Pacuí, a 56 quilômetros de Montes Claros, no município de Coração de Jesus. Ontem, a companhia anunciou que o fim do racionamento – a empresa sempre prefere a denominação “rodízio” –se deve ao início da operação do Sistema Pacuí, cujos investimentos somaram R$ 88 milhões. Disse ainda que outras medidas contribuíram para regularizar o atendimento à população, como a abertura de poços tubulares e a redução de perdas.

A lavadeira Terezinha, que mora no Conjunto Chiquinho Guimarães, área carente na Região Sul da cidade, conta que recorre também a uma cisterna em casa. “Para lavar roupa para outros, não dá para usar água só da Copasa, porque a conta fica cara”, justifica. “Mas na época da seca, a cisterna baixou e sofremos muito com a falta de água”, disse a mulher, lamentando que também teve prejuízos financeiros com o racionamento, perdendo clientes. Ela comemorou muito a regularização do abastecimento. “A gente fica aliviada de saber que não vai ter mais o transtorno de faltar água em casa”, diz Terezinha, acrescentando que espera “nunca mais” se valer de dois tambores plásticos que usou para armazenar água em casa durante o rodízio no período crítico da seca.

O superintendente do Operacional Norte da Copasa em Montes Claros, Roberto Botelho, explica que para normalizar o abastecimento de água na cidade, além da obra do Rio Pacuí, a companhia abriu 22 poços tubulares e investiu em um programa de redução de perdas na tubulação, que reduziu o desperdício em 8% – o índice caiu de 38% para 30%. Segundo Botelho, durante os quase três anos de rodízio, a cidade estava recebendo em torno de 600 litros de água por segundo. Com a regularização do abastecimento, a população voltou a receber uma vazão total de 850 litros por segundo.

A implantação do Sistema Pacuí exigiu investimentos de R$ 88 milhões(foto: Copasa/Divulgação)
A implantação do Sistema Pacuí exigiu investimentos de R$ 88 milhões (foto: Copasa/Divulgação)


Ainda de acordo com Botelho, o Sistema Pacuí está fornecendo para Montes Claros 150 litros de água por segundo. A Copasa tem outorga para captar no Rio Pacuí até 345 litros por segundo, mas sempre com a obrigação de deixar uma vazão mínima no manancial de 399 litros por segundo, para não faltar água para os moradores ribeirinhos.

Roberto Botelho informou que, atualmente, estão sendo captados 400 litros por segundo da Barragem do Rio Juramento, que está com 27,5% de sua capacidade – no mesmo período do ano passado, o índice era de 22%. Montes Claros é abastecida ainda pelo Sistema Porcos/Pai João/Lapa Grande (200 a 250 litros por segundo) e 22 poços tubulares (100 litros por segundo), alguns dos quais contam sistemas de tratamento, sendo usados para o atendimento de moradores dos bairros próximos de sua localização.

O superintendente destacou ainda que a Copasa iniciou a elaboração do projeto executivo para um sistema que visa à captação de água no Rio São Francisco para o abastecimento de Montes Claros, a uma distância de 147 quilômetros, em um ponto de captação no município de Ibiaí, abaixo da foz do Rio das Velhas. A obra está orçada em R$ 180 milhões e a água do Velho Chico deverá chegar em Montes Claros em 2021, segundo Botelho.Serão construídos mais 91 quilômetros de rede.

No fim de julho, a Prefeitura de Montes Claros renovou contrato de concessão com a Copasa para prestação de serviços de água e esgoto, prorrogado por 30 anos, sem licitação. A captação no Rio São Francisco está incluída no contrato e prevê investimentos de R$ 700 milhões.


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