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Estado de Minas

Falha em compressor de freios causou acidente com cinco mortos no Barreiro, diz polícia

Apesar do problema de manutenção, os delegados que estiveram à frente da investigação descartaram responsabilização criminal à empresa dona do ônibus, a Transoeste


postado em 18/05/2018 11:06 / atualizado em 18/05/2018 12:26

O acidente aconteceu na terça-feira de carnaval, 14 de fevereiro(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
O acidente aconteceu na terça-feira de carnaval, 14 de fevereiro (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)

Uma falha no compressor de freios do ônibus da linha 305 (Estação Diamante/Mangueiras) foi a causadora do acidente com o coletivo que deixou cinco mortos e 18 feridos na terça-feira de carnaval, 14 de fevereiro, no Bairro Mangueiras, Região do Barreiro, em Belo Horizonte. A Polícia Civil informou que o equipamento produziu uma pressão de ar inferior à necessária para que os freios fossem acionados. Apesar do problema de manutenção, os delegados Pedro Ribeiro e Roberto Alves Barbosa, que estiveram à frente da investigação, descartaram responsabilização criminal à empresa dona do ônibus, a Transoeste.

"A questão penal a gente não tem elementos suficientes ainda para fazer a conexão entre o evento e a falha mecânica. Fazer essa conexão de que algum funcionário da empresa diz que o veículo poderia rodar sendo que era muito previsível que mortes poderiam acontecer ou algum acidente acontecer eu acho muito prematuro dizer e não tenho elementos suficientes para tanto", afirma Pedro Ribeiro, que preside o inquérito.

O delegado explica que o compressor foi exaustivamente testado pela perícia e, inclusive, comparado com uma peça nova, não deixando dúvidas de onde havia erro. "Foi uma falha de frenagem, então o compressor que deveria mandar ar para o sistema de freios falhou e com falta de pressão o freio não funcionava e por isso o motorista não conseguiu de fato parar o veículo", afirma.

A imagem anexada ao inquérito mostra duas juntas de dilatação do compressor de ar, um dos componentes do sistema de freios do coletivo. Do lado esquerdo, uma junta nova. Do lado direito, a junta do ônibus acidentado, que apresentava sinais de desgaste(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS - Reprodução do inquérito da Polícia Civil)
A imagem anexada ao inquérito mostra duas juntas de dilatação do compressor de ar, um dos componentes do sistema de freios do coletivo. Do lado esquerdo, uma junta nova. Do lado direito, a junta do ônibus acidentado, que apresentava sinais de desgaste (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS - Reprodução do inquérito da Polícia Civil)

O laudo pericial também comprovou que a luz indicativa no painel para problemas no freio ficava o tempo todo acesa, uma falha que não permitia ao motorista concluir quando o problema pudesse aparecer. Mas a Polícia Civil ainda não sabe desde quando essa luz estava acesa e se ela foi danificada no momento da batida. O certo é que independente da pressão praticada pelo compressor, a luz ficava sempre acionada e por isso não havia como o motorista saber do problema por essa indicação.

Mesmo assim, o delegado Pedro Ribeiro voltou a pontuar que não é possível estabelecer relação de culpa ou dolo para responsabilizar alguém da empresa pelo fato. Nesse caso, ele explicou que apesar da luz estar com o problema a Polícia Civil não conseguiu descobrir quando houve essa falha. Ela pode, inclusive, ter sido gerada pela batida. O certo é que a peça também foi testada em um sistema operante e com qualquer variação de pressão de freios ela se manteve acesa, o que confirma mais um problema.

Outra questão levantada pelo inquérito foi que a falha dos freios aconteceu apenas no momento na batida, pois o tacógrafo apontou velocidades sempre inferiores a 60km/h, exceto no momento da tragédia, quando o velocímetro apontou pico de 100 km/h. O resultados das investigações aponta que não houve qualquer falha do condutor do coletivo, que inclusive chegou a dizer aos passageiros que se segurassem, porque estava sem freio. Boatos de mau súbito ou suicídio também foram categoricamente descartados pela Polícia Civil.

Ver galeria . 11 Fotos Acidente com veículo da linha 305 foi às 19h15 desta terça-feira no Bairro Mangueiras. Motorista está entre as vítimas fatais Leandro Couri/EM/D.A press
Acidente com veículo da linha 305 foi às 19h15 desta terça-feira no Bairro Mangueiras. Motorista está entre as vítimas fatais (foto: Leandro Couri/EM/D.A press )


O acidente


Morreram o motorista do ônibus, Marcio João de Carvalho, de 59 anos, Maria do Carmo Pereira dos Santos, 73, Dayse de Fátima Josino Trindade, 55, Naiara Dias Martins, 30, e Thais Soares Morais, 25. O ônibus ficou desgovernado na Rua José Luiz Raso e desceu quase 500 metros sem controle até que subiu em uma calçada e praticamente decolou sobre um córrego, parando sobre o curso d'água com a frente do coletivo apoiada no muro de arrimo do outro lado do canal. O acidente aconteceu por volta das 19h da terça-feira de carnaval, 14 de fevereiro. Além dos cinco mortos, outras 18 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para três hospitais: João XXIII, Odilon Behrens e Risoleta Neves.


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