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Estado de Minas

Temporal piora situação de rua destruída pela correnteza no Ribeiro de Abreu

Moradores denunciam que a cheia do Ribeirão do Onça levou o restante do asfalto e parte da calçada da Rua Antônio Ribeiro de Abreu. Rede de água foi danificada


postado em 23/03/2018 10:32 / atualizado em 23/03/2018 14:36


A chuva forte na tarde de quinta-feira em Belo Horizonte elevou o Ribeirão do Onça e piorou a situação da Rua Antônio Ribeiro de Abreu, no Bairro Ribeiro de Abreu, Região Nordeste de Belo Horizonte. Segundo moradores, o restante do asfalto, que tinha desabado no início deste mês foi levado pela correnteza ontem. Em alguns pontos restaram apenas trechos de calçada com menos de 1 metro, colocando os pedestres em risco. Eles também relatam que estão sem água. 

Em 6 de março, moradores do Ribeiro de Abreu contaram que o nível da água do ribeirão subiu rapidamente e chegou a transbordar para a Rua Antônio Ribeiro de Abreu, iniciando um processo de descalçamento do barranco e consequente desabamento da rua. Quase metade da estrutura se foi com a força da água, expondo canos de esgoto que desembocam no Onça. 

“Ontem durante a chuva a rua caiu toda, agora só tem o passeio. Do lado de baixo já está cedendo e se der mais uma chuva nem passeio vai ter”, explicou o instalador de calhas Luiz Saulo Santos, que mora no fim da rua. Ele disse que ontem pela manhã, antes do temporal, operários colocaram fitas de isolamento entre a calçada e o córrego. 

O gerente da fábrica de calhas onde Luiz trabalha, e que fica na mesma rua, Lucas de Souza Reis, disse que a situação no local ficou ainda mais preocupante. “Aquele pedaço de rua caiu todo. O único que resta é só o meu passeio, o rio está contornando meu passeio. Tenho uma construção de dois andares, minha loja embaixo e apartamentos em cima. Dois (moradores) já querem me entregar o aluguel e sair”, explicou. 

Ele enviou um vídeo ao em.com.br mostrando a situação no local hoje. “Sobrou para o pessoal passar o meu passeio, mas os vizinhos do lado direito e esquerdo já não deixaram (calçada), tem um limite de 60 centímetros. Crianças, idosos, o risco de cair dentro do rio é muito grande. O leito do meu nível até o normal do fundo dá mais ou menos 7 ou 8 metros, ontem tampou tudo”, detalhou Reis. 

Ver galeria . 7 Fotos Fotos da tarde de quinta-feira mostram correnteza do Ribeirão do Onça, na Rua Antônio Ribeiro de AbreuLuiz Saulo Santos/Divulgação
Fotos da tarde de quinta-feira mostram correnteza do Ribeirão do Onça, na Rua Antônio Ribeiro de Abreu (foto: Luiz Saulo Santos/Divulgação )


O gerente disse que por conta do rompimento de um cano a Copasa precisou desligar a água e a região está sem abastecimento hoje. Uma escola estadual teria suspendido as aulas por esse motivo. Ele teme que seu imóvel seja destruído com uma nova chuva, mas, mesmo com medo, preferiu abrir a loja hoje. “Nós trabalhamos até as 17h. Meu ganha pão é a empresa, não posso fechar. Tenho nove funcionários, com famílias para sustentar”, diz. 

De acordo com a Defesa Civil, a Região Nordeste de Belo Horizonte foi a que registrou o maior volume de chuva da capital entre as 14h20 e 16h40 de ontem. Foram 49,6 milímetros. Já o acumulado no mês de março na região chegou a 511,6 milímetros de chuva até a manhã desta sexta. 

A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil disse à reportagem que uma equipe do órgão esteve no local anteriormente, realizou o isolamento da área, sinalizou o trânsito e notificou moradores quanto aos riscos. 

Por meio de nota, a Secretaria de Obras e Infraestrutura informou que a Defesa Civil e a BHTrans isolaram o local. Afirmou, ainda, que no local será implantado um parque. “O Parque Linear Ribeirão do Onça está inserido no contexto das obras de otimização do sistema de macrodrenagem das Bacias dos Ribeirões da Pampulha e do Onça, cuja primeira etapa de obras tem a republicação de edital de licitação prevista para as próximas semanas”, disse.

A pasta explicou que o parque terá a função de “preservar a várzea do Ribeirão, com foco no restabelecimento da mata ciliar, recuperação de margens e recuperação da área de preservação permanente; garantindo assim que a população deixe de habitar as áreas com risco de inundação deste curso d’ água”. Na primeira etapa, estão previstas obras para o cercamento da área destinada ao parque. Famílias serão removidas e imóveis terão que ser demolidos. “A remoção das famílias do local, já estava prevista e, face ao incidente ocorrido no dia 06/03/18, a Prefeitura está antecipando o cronograma e priorizando os procedimentos de remoção no local. Essas remoções serão executadas pela Urbel”, finalizou.

O em.com.br entrou em contato com a Copasa e aguarda resposta. No Twitter, a companhia de água publicou que realiza manutenções no Ribeiro de Abreu e a previsão é de que a situação seja normalizada às 14h. Esta matéria será atualizada com os posicionamentos ao longo do dia. 


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