
O mesmo tipo de serviço foi feito entre 2013 e 2014. Na ocasião, foram retirados 850 mil metros cúbicos de terra e sedimentos. “Foi um passivo que foi equacionado. Mas, para que não se instale na mesma proporção, é importante deixar livre do acúmulo de terra e detritos. Estamos assegurando isso com esse contrato que vamos assinar em breve, Depois, teremos um novo processo licitatório. Nossa expectativa é que esse acúmulo seja cada vez menor. Porém, a ação é necessária e será permanente”, afirma Ricardo Aroeira, diretor de gestão de águas urbanas da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura.
As medidas fazem parte de um pacote de ações na lagoa. A primeira etapa foi a recuperação da qualidade da água e teve duração de 10 meses, com o término em dezembro de 2016. Com R$ 30 milhões investidos houve aplicação de duas tecnologias distintas e complementares. Uma destinada à degradação de matéria orgânica e à desinfecção (redução da presença de coliformes fecais), e a outra desenvolvida especificamente para reduzir as concentrações de fósforo e controlar a floração de algas. O primeiro objetivo, de chegar à Classe 3, foi atingido. Agora, a segunda fase, que se encontra em andamento, é a manutenção deste patamar.
O contrato com a empresa Consórcio Pampulha Viva, que realiza este trabalho, se encerra neste mês. A Prefeitura de Belo Horizonte se apressa para evitar a interrupção das ações. “Estamos cuidando de acertar a continuidade do serviço. Estamos avaliando de que forma o contrato será feito, entre outras coisas. Avaliamos que não vai ser paralisado”, prevê Aroeira.
Para o diretor de gestão de águas urbanas, ainda há desafios para a limpeza. “Existe aporte residual de esgotos na lagoa. Hoje, a Copasa atesta que 95% da população tem infraestrutura de esgotamento sanitário, mas temos um aporte de 5% que não estão atendidos ou que têm ligações clandestinas. Então, o trabalho continua até que atinja a universalização deste serviço”, afirmou. Outras ações estão programadas para manter a classificação de qualidade da água da Pampulha, segundo Aroeira, como obras de infraestrutura de esgotamento sanitários.
Aroeira ressalta que a melhora na qualidade da água já trouxe uma sobrevida ao local. “Felizmente, não ouvimos mais falar em mortandade de peixes. No passado, eram toneladas retiradas, porque a qualidade da água era ruim. Agora, a lagoa está mais resiliente, responde mais rápido às agressões provocadas pela poluição”, diz.
Em resumo
130 mil metros cúbicos serão retirados anualmente
R$ 70 milhões o custo do projeto
10 toneladas de lixo são recolhidas diariamente na lagoa, dobrando em período chuvoso
