![Comunicados de fechamento no portão do parque: medida é adotada pela segunda vez neste ano devido ao risco de transmissão da doença(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press) Comunicados de fechamento no portão do parque: medida é adotada pela segunda vez neste ano devido ao risco de transmissão da doença(foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)](https://i.em.com.br/oWx-TNh3y7pWaToavFnz2oJX4-E=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2017/12/01/921105/20171201074741905399i.jpg)
A morte dos primatas é um alerta que aponta para a circulação do vírus transmissor da febre amarela em determinada área e, em geral, precede a infecção em humanos. Por isso, como forma de prevenção, a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) acatou a recomendação da SMSA e fechou o Parque das Mangabeiras por tempo indeterminado. A medida vai valer até que as análises nos animais, que vão determinar as causas das mortes, sejam concluídas.
Neste ano, a febre amarela, em sua forma silvestre, transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, teve o seu pior surto no país desde 1980, segundo o Ministério da Saúde. Não foram registrados casos urbanos da doença desde 1942. Mesmo assim, algumas medidas têm que ser tomadas para evitar a infecção dentro da cidade. A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) já iniciou uma operação pente-fino nas proximidades do Parque das Mangabeiras para eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti.
Diante desse cenário, a Secretaria de Saúde faz um alerta aos moradores que ainda não se vacinaram contra a febre amarela para que procurem um dos 152 centros de saúde da cidade, independentemente se frequentam a área verde ou não. Somente neste ano, foram aplicadas 700 mil doses da vacina. Com a mudança para dose única do medicamento, que ocorreu em abril pelo Ministério da Saúde, quase toda a população de BH está imunizada contra a doença, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Esta é a segunda vez que o parque é fechado neste ano por causa da febre amarela. A área verde ficou sem visitação por 120 dias depois que macacos foram encontrados mortos no local. O longo período de fechamento teve início em 23 de fevereiro e foi motivado pelo risco de transmissão da doença durante surto em Minas Gerais.
Como o Estado de Minas mostrou na quinta-feira da semana passada, mesmo sem novos casos em humanos desde julho, há registros de óbitos de primatas em 97 municípios mineiros. Deste total, oito foram confirmados com a enfermidade. Ainda estão sendo investigadas ocorrências em 18 cidades. Em outras 30 a causa da morte ainda é indeterminada, pois não houve a coleta de amostra de material genético. Somente em Belo Horizonte, de janeiro a setembro, foram encontrados 64 macacos mortos. Eles passaram por exames em laboratórios e quatro deram positivos para febre amarela. Os animais foram apreendidos nas regiões de Venda Nova, Centro-Sul, Oeste e Norte.
SURTO Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), o último paciente que contraiu febre amarela no estado começou a sentir os sintomas em 9 de junho. Desde dezembro de 2016, foram registrados 475 casos da doença e 162 mortes. Dois moradores de Belo Horizonte contraíram a enfermidade fora do município. No país, a
enfermidade, em sua forma silvestre, teve o seu pior surto no país desde 1980, segundo o Ministério da Saúde. Foram mais 261 pessoas mortas em decorrência da moléstia e mais de 770 infectadas desde dezembro do ano passado. Minas registrou o correspondente a 62% do total de óbitos do país.