(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Saiba como agia quadrilha de desmanche de veículos presa em Minas

Pelo menos 15 pessoas foram presas em operação contra quadrilha que roubava veículos para vender as peças. Policial está entre os detidos


postado em 29/11/2017 06:00 / atualizado em 29/11/2017 11:18

(foto: Policial verifica automóvel roubado pela quadrilha, que, segundo a investigação, agia com inteligência)
(foto: Policial verifica automóvel roubado pela quadrilha, que, segundo a investigação, agia com inteligência)
Quadrilha bem organizada, com pessoas especializadas, método e inteligência. Essas são algumas das características de um bando que atuava na reptação e venda de automóveis roubados, apontadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A organização criminosa furtava ou roubava os automóveis de São Paulo e os levava para Varginha e Elói Mendes, na Região Sul e Minas, onde fazia o desmanche. As peças eram vendidas em lojas das duas cidades. O bando também praticava fraudes contra seguradores mineiras e paulistas, apontam as apurações. Ontem, uma grande operação foi desencadeada e ao menos 15 pessoas presas, entre elas um policial civil, acusado de passar informações sobre investigações a respeito dos criminosos.

As investigações em torno da quadrilha começaram há seis meses, depois de diversas denúncias recebidas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) sobre a atuação do bando em Varginha e Elói Mendes. “Várias informações chegaram dando conta de que alguns comércios de peças seriam de fachada para abrigar a organização criminosa. Aprofundamos a investigação e concluímos que os crimes existiam e que as peças vendidas eram de carros roubados e furtados”, explicou o promotor Igor Serrano Silva.

O Gaeco descobriu que a maior parte dos veículos eram produtos de roubo, furto ou estelionato praticado contra seguradoras. A maioria dos automóveis eram de São Paulo e transportados para as cidades mineiras, onde eram desmanchados. “As fraudes eram da seguinte forma: pessoas iam até determinadas delegacias de polícia de São Paulo e lá davam queixa de roubos dos veículos. Entretanto, esses crimes não haviam ocorrido. Elas, na verdade, tinham vendido o carro para a organização por um preço muito menor e recebiam o valor do seguro”, disse o promotor.

Os criminosos, segundo o MPMG, recebiam informações privilegiadas por parte de um policial civil. Segundo o promotor, ele repassava informações sigilosas à organização, como operações que ocorreriam e diligências de investigações.

Ontem, foi desencadeada uma operação conjunta entre o Gaeco, as polícias Civil, Militar, e Rodoviária Federal. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva nos municípios de Varginha, Elói Mendes, Três Pontas e São Paulo. Entre os presos está o policial civil acusado de passar informações ao grupo. Um homem está foragido. Participaram das diligências três promotores de Justiça, 79 policiais militares, 45 rodoviários federais e 20 civis. Também foram empenhadas 45 viaturas e uma aeronave da polícia militar.

De acordo com Igor Serrano, o grupo agia de forma organizada. “As pessoas têm boas casas, carros confortáveis, e eram altamente organizados. Primeiro, tinham uma faixada comercial legal para operar com tranquilidade. Segundo, tinham métodos e material de inteligência, como desbloqueadores de sinal de rastreadores para que não fossem localizados por seguradoras dentro dos galpões. Tinham máquinas específicas para fazer remarcações de chassis e número de motores, e contavam com pessoas dentro da Polícia civil, além de ter especialistas dentro da organização para fazer as remarcações e desmanches, trazer os veículos de São Paulo e fraudar o seguro”, comentou.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)