(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Postos de saúde de Betim têm média de um assalto a cada 15 dias

Postos de saúde da cidade da Grande BH sofrem sequência de assaltos, com média de um ataque a cada 15 dias. Consultórios são alvo de ladrões, geralmente em busca de celulares


postado em 16/10/2017 06:00 / atualizado em 16/10/2017 08:39

Não bastante o clima tenso provocado por pacientes insatisfeitos com o atendimento público de saúde na Grande BH, em Betim uma sequência de 16 roubos foi registrada de abril a setembro, o que dá média de um caso a cada quinzena. A soma de assaltos, porém, seria de 20 ocorrências, segundo funcionários das unidades de básicas de saúde da cidade, conhecida por ser um dos grandes polos industriais mineiros, incluindo uma montadora de veículos.

 

A luz de emergência acendeu em Betim depois que, em abril deste ano, ocorreram oito assaltos, ou seja, dois por semana. A situação levou o Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) a enviar ofício no dia 25 daquele mesmo mês à Secretaria Municipal de Saúde, pedido providências no sentido de adotar medidas de segurança para garantir a integridade dos médicos. Em 10 de maio, o secretário municipal de Saúde, Guilherme Carvalho da Paixão, respondeu, por meio de ofício ao CRM-MG, que a questão estava sendo discutida. Mas, desde então, funcionários das unidades de saúde dizem que não foram instalados mecanismo de segurança e nem implantada vigilância física.

“Fiquei sabendo que um major da Polícia Militar esteve na unidade em que trabalho e numa palestra disse que existe um triângulo para que o crime aconteça: ‘o criminoso, a vítima e o local em potencial’. Fiquei ainda mais assustada, pois gente querendo roubar não falta, local potencial as unidades de saúde são, pois não há mecanismo de segurança, e vítimas em potencial os médicos são, pois as pessoas pensam que são profissionais com alto poder aquisitivo”, comentou uma médica que, apesar de não ter sido alvo de assalto, está temerosa de que seja um próximo alvo da bandidagem.

Uma colega de profissão dela, que trabalha em outra UBS, não teve a mesma sorte e viu dois ladrões levarem seu aparelho de telefone e anéis de ouro. “Estava no consultório, onde deveria haver um mínimo de tranquilidade para atender os pacientes. Um homem que se passava por paciente entrou e foi logo anunciando o assalto, colocando uma arma na minha cabeça. Na sequência, o comparsa dele entrou. Só não levaram minha bolsa com documentos porque não tinha dinheiro”, pontuou.

Os relatos são muito e incluem assaltos em consultórios e carros de funcionários arrombados, entre outros. Segundo as médicas, o modo de agir dos ladrões é sempre o mesmo, passando-se por pacientes e esperando os horários de menor movimento para atacar. “Não há qualquer barreira física que os impeça de entrar. Não há um vigilante que os intimide”, disse uma das médicas.

“A rotatividade de médicos em Betim é alta, pois ninguém que estudou tantos anos de sua vida quer correr o risco de morrer. Lembro um episódio que um criminoso acertou com força as costas de uma funcionária com uma arma, pois a aliança dela estava agarrada no dedo. O ideal não é reagir, mas por um instinto pode acontecer e virar uma tragédia”, completou a outra médica.

Na semana passada, um grupo de médicos participou de reunião no Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG), onde relaram alguns dos ataques. O diretor Jurídico Associativo do sindicato, César Santos, informou que embora a categoria esteja em período de negociação salarial, a primeira reivindicação é por mais segurança nas UBS.

Segundo a direção do sindicato, a violência nas unidades de saúde de Betim tem sido constante, generalizada e progressiva, afetando o trabalho dos médicos e a assistência à população. “Se essa situação perdurar, muitos médicos e outros profissionais da saúde podem abandonar o trabalho na rede pública, agravando ainda mais os desfalques nas escalas e comprometendo o atendimento à população”, assinala César Santos.

Por meio de nota, a Prefeitura de Betim informou que, de acordo com a Procuradoria-Geral do Município, está em processo a licitação para a instalação de câmeras de segurança e de alarmes em todas as unidades básicas de saúde. A Secretaria Adjunta de Segurança Pública informou que está adotando uma nova estratégia de atuação da Guarda Municipal, de forma a fazer o patrulhamento nas unidades e suas imediações.

“Os agentes municipais de segurança estão passando por capacitação para a utilização de armas de menor potencial, como a pistola taser, equipamento não letal que paralisa o infrator por cerca de cinco segundos, tempo necessário para a imobilização”, destacou a administração. Os agentes também, segundo o comunicado, estão passando por treinamento para o uso de armas de fogo. “Um concurso para contratação de novos agentes está em fase de elaboração. O objetivo é suprir a deficiência de cerca de 150 agentes, situação herdada da administração municipal passada.”

 

Ataques em série em Betim


. Unidade Básica de Saúde (USB) Campos Elíseos, sem data definida

. UBS Trincheira, Nossa Senhora de Fátima,  sem dias definidos em abril
. 3/4 - UBS Laranjeiras
. 10/4 - UBS Novo Amazonas
. 12/4 - UBS Novo Amazonas
. 17/4 - UBS Vila Cristina
. 24/4 - UBS Cachoeira
. 27/4 - UBS Teresópolis
. 2/5 - UBS Dom Bosco
. 16/6 - UBS Dom Bosco
. 17/7 - UBS Alvorada
. 23/7 - UBS Alterosas
. 25/7 - UBS Alterosas
. 22/9 - UBS Alterosas
. 22/9 - UBS Petrópolis
. 25/9 - UBS Petrovale


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)