
Em adultos, os quadros mais graves são aqueles com índices acima de 25%. A professora Helley de Abreu Silva Batista, que salvou a maioria dos alunos, teve 90% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos. Outras duas funcionárias também foram atingidas pelo fogo. Uma delas, identificada como Geni Oliveira, teve lesões em 60% do corpo, enquanto a professora Marley Simone está com uma extensão de 40% do corpoa fetada. Além dos cuidados clínicos, todas as vítimas vão precisar ainda de acompanhamento psicológico para vencer o drama da tragédia.
Chefe do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital da Faculdade de Ciências Médicas, o médico José Cesário Almad aLima explica que a situação é ainda mais complicada para crianças.“Assim como os idosos, elas são consideradas grupo de risco para queimaduras, por serem mais frágeis fisicamente.“Uma área queimada, ainda que bem menor, nesses pacientes, se mostra muito mais grave e exige muito mais cuidados do que em um adulto jovem. Isso porque a criança ainda tem o organismo imaturo e o idoso tem maturidade avançada e pode ter doenças crônicas, como diabetes, que deixam o organismo debilitado”, afirma.

SEQUELAS O médico ressalta ainda que é difícil prever as sequelas,uma vez que elas dependem da extensão e profundida de da área queimada. Ele adianta, no entanto, que pode ocorrer retração de membros e outras partes do corpo, como pescoço, pernas, braços, joelhos, dedos e mãos. Internamente, queimaduras podem provocar disfunção renal aguda, processo tratável por meio de diálise. As sequelas psicológicas também exigem tratamento, como alerta José Cesário. “Uma situação como essa gera um trauma enorme. Crianças, de modo geral, superam bem. Mas, o tipo de agressão que sofreram deixa marcas que exigem atendimento psicológico”, afirmou.
A recuperação pode ser mais complicada nos casos em que há grandes áreas queimadas, alerta o especialista. Segundo ele,quando 90% do corpo é queimado, por exemplo, as chances de sobrevivência são pequenas.