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Estado de Minas

Ato protesta contra incêndio em espaço comunitário na Região Oeste de BH

Manifestante questionaram suposta ação criminosa de incendiário que destruiu a Casa da Árvore, biblioteca criada em espaço publico por moradores de rua


postado em 25/09/2017 22:38

Durante ato, criança com caderno na mão escreve em frente ao pouco que sobrou do espaço(foto: Alexandre Guzanshes/EM/D.A.Press)
Durante ato, criança com caderno na mão escreve em frente ao pouco que sobrou do espaço (foto: Alexandre Guzanshes/EM/D.A.Press)

Representantes de cerca de 15 entidades participaram de ato no começo da noite desta segunda-feira para manifestar pela manutenção da Casa da Árvore, na Avenida Barão Homem de Melo, Nova Granada, Oeste de Belo Horizonte. O espaço foi destruído por incêndio na noite do domingo, com suspeita de ser criminoso. Recentemente, os moradores do local receberam ordem de despejo.

A Casa da Árvore foi construída há cerca de dois anos, por quatro moradores de rua, três homens e uma mulher. O espaço ganhou notoriedade depois que o imóvel, que ficava numa árvore de um espaço público que estava desocupado, passaram a recolher livros e colocar a disposição dos vizinhos. Em pouco tempo, foi montada uma verdadeira biblioteca pública no local.

 

“Estamos aqui não apenas chamando a atenção para a desocupação dos três moradores que resistiam aqui. Mas é um ato contra aqueles que não aceitam esse novo paradigma de convívio social. A Casa da Árvore era uma biblioteca comunitária, em que três moradores de rua administravam e isso incomoda”, destacou o cabeleireiro Saulo de Castro, de 50 anos, que disse que era frequentador do ambiente.

 

No ato, discursos emocionados e o batuque do bloco JA, ecoavam entre as centenas de páginas de livros queimados. Quem passava pelo local e conhecida a Casa da Árvore engrossava a manifestação. Já os que desconheciam, tentavam entender como quatro moradores de rua tiveram a iniciativa que atraiu pessoas de vários segmentos sociais para ocuparem um espaço que antes era de chão batido, brita, com algumas árvores, e mais servia para despejo de lixo.

Pessoas das comunidade participaram de ato em que reivindicam a reconstrução da casa(foto: Alexandre Guzanshes/EM/D.A.Press)
Pessoas das comunidade participaram de ato em que reivindicam a reconstrução da casa (foto: Alexandre Guzanshes/EM/D.A.Press)

A assistente social Ofélia Hilário, de 58, conta que faz parte de um grupo de apoio à Casa da Árvore. “Vamos lutar para que o espaço seja reconstruído. Para que os três moradores que agora ficaram sem lugar para morar tenham direito a habitação. Não podemos deixar que uma ação como essa, que aponta para um incêndio criminoso, destrua uma iniciativa que só proporcionava a boa convivência das pessoas da comunidade”, assinalou.

Peritos da Polícia Civil estiveram ontem no local fazendo levantamentos para apontar as causas do incêndio. Durante a tarde do domingo, a Casa da Árvore foi palco de várias manifestações culturais, visando a manutenção do espaço comunitário. Horas depois, ocorreu o incêndio.   


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