
Os incêndios dentro das unidades de conservação também preocupam. De acordo com o Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), neste mês já foram registradas 82 ocorrências nas áreas verdes protegidas e em seu entorno, o que corresponde a 38,8% da média dos últimos cinco anos. A alta já vem desde agosto, quando as queimadas ficaram 38% acima da média.
Uma das queimadas que deram trabalho para brigadistas e bombeiros foi extinta ontem. A Serra de Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais, ardeu por cinco dias. O fogo permaneceu intenso durante a madrugada. Mas, no decorrrer do dia, o combate intenso com quatro aviões, além dos homens em terra, as chamas foram debeladas. Os focos do incêndio estavam em uma área de difícil acesso, o que dificultou o trabalho.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, as equipes não vão ser desmobilizadas. Apenas as aeronaves que retornaram para a base. Na manhã de hoje, haverá um monitoramento na área verde para averiguar se houve reignição do fogo. Ainda não há informações sobre as causas do incêndio. A área queimada ainda será mensurada pelo Semad.
O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça também voltou a sofrer com incêndios. Um novo foco foi detectado na área de conservação na tarde de ontem. A ação rápida dos militares do Pelotão de Combate a Incêndio Florestal (PCIF) evitou uma propagação maior. Informações colhidas pelos militares dão conta de que, novamente, as chamas começaram de forma criminosa. A estimativa é que 5,8 mil metros quadrados de vegetação tenham sido queimados. Ninguém foi preso. No início da noite, novo foco foi detectado, desta vez próximo ao Bairro Jardim Canadá.
O parque ainda não conseguiu se recuperar de um incêndio de grandes proporções que ocorreu na última semana. A queimada destruiu aproximadamente 900 hectares da vegetação da área verde. Além dos danos ambientais, houve também perdas para os cofres públicos. O governo de Minas gastou, em apenas três dias, mais de meio milhão de reais no combate. Trata-se de uma estimativa conservadora, que considera apenas gastos com quatro aviões, um helicóptero e alimentação de combatentes, não computando despesas como a mobilização de bombeiros, brigadistas e de caminhões e viaturas a serviço da corporação.
SECURA O tempo seco é um combustível para os incêndios e persiste em boa parte do estado. Somente Belo Horizonte enfrenta três meses de estiagem que, segundo meteorologistas, deve seguir até outubro. Ontem, a umidade relativa do ar atingiu 30%, o que é considerado estado de atenção pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O índice pode elevar o risco de doenças respiratórias. A temperatura ficou em 28,4°C.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a massa de ar seco que está sobre a área central e no Sudeste do país vai continuar influenciando para dias secos em Minas Gerais. Hoje, grande parte do estado terá baixos índices de umidade relativa do ar, com valores abaixo de 30%. Previsão de chuva isolada e fraca somente para as regiões do Jequitinhonha e Mucuri.
