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Estado de Minas

Visitação ao conjunto moderno da Pampulha registra aumento de 38%

Prestes a completar um ano como patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, o conjunto moderno da Pampulha registra aumento no número de visitantes, que cobram mais melhorias


postado em 09/07/2017 06:00 / atualizado em 09/07/2017 08:00

De acordo com a direção do patrimônio moderno da Pampulha, os números comprovam que cresceu o interesse sobretudo dos belo-horizontinos no patrimônio da capital mineira(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
De acordo com a direção do patrimônio moderno da Pampulha, os números comprovam que cresceu o interesse sobretudo dos belo-horizontinos no patrimônio da capital mineira (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
O desafio à gravidade das curvas ousadas de Niemeyer, a harmonia do moderno e do natural nos jardins de Burle Marx e a arte de Portinari, que retrata realidades sociais e típicas até em contextos sagrados, ganharam a atenção de mais olhos e mentes. Às vésperas de completar um ano (17 de julho de 2016) em que o Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou o conjunto moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, patrimônio cultural da humanidade, a visitação às três estruturas municipais que contabilizam a circulação de pessoas no seu interior – Casa do Baile, Casa Kubitschek e Museu de Arte da Pampulha (MAP) – registraram aumento de 38% (veja quadro), de 158.078 pessoas presentes entre julho de 2015 e junho de 2016, para 218.381, de julho de 2016 a junho de 2017.

De acordo com a direção do patrimônio moderno da Pampulha, os números comprovam que cresceu o interesse sobretudo dos belo-horizontinos no patrimônio da capital mineira e essa notícia vem acompanhada de mais ações e reformas, como a da Igreja de São Francisco de Assis, no ano que vem, mas também de desafios, como a demolição do anexo do Iate Tênis Clube e a proteção de patrimônios reconhecidos pela Unesco, mas que, por serem desconhecidos da população, acabam abandonados e sujeitos ao vandalismo.

A edificação que mais turistas e visitantes recebeu no conjunto moderno encomendado por Juscelino Kubitschek, em 1942, ao arquiteto Oscar Niemeyer, é o antigo cassino, que há 60 anos, completados neste ano, deu lugar ao MAP. Um ano antes de o conjunto se tornar patrimônio cultural da humanidade, o espaço, mesmo sem muitas exposições, recebeu 81.158 pessoas e, um ano depois, passou a 87.594, aumento da ordem de 8%. “Um dos motivos para receber tanta gente é a facilidade de acesso e de estacionamento. Os jardins de Burle Marx também são muito bonitos e abertos a todos, convidam a tirar fotos e a contemplar a lagoa em paz”, afirma a guia de turismo Cristina Santos, de 58 anos, que reclama, por outro lado, da dificuldade de estacionamento de vans e ônibus nas demais atrações da orla do lago artificial.

A interação das formas dos jardins do MAP com a sua arquitetura atraíram uma família de Macaé (RJ), que em sua passagem pela capital mineira previa apenas visitar o Instituto de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho, na Grande BH, mas para satisfazer o desejo do arquiteto José Pacheco, de 62, resolveram passear pela orla. “Não nos arrependemos. São obras muito interessantes e das quais o povo de Belo Horizonte deve se orgulhar de ter. Uma bela sucessão de obras de expressões altíssimas do modernismo nacional num espaço aberto e encantador como esse”, observa o arquiteto fluminense. O irmão dele, Carlos Pacheco, de 57, contudo, chama a atenção para a conservação dos edifícios. “É tudo muito interessante, mas depois de um ano de patrimônio esperava ver obras, como a igrejinha, em melhor estado, há espaços que poderiam estar melhor conservados”, disse.

Segundo a diretoria do patrimônio da Pampulha a restauração da edificação já foi acordada com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da Lei Rouanet e com recursos do BNDES. O museu e a igrejinha fecham no fim do ano e só reabrirão em 2018.

A interação das formas dos jardins do MAP com a sua arquitetura atraiu o arquiteto José Pacheco e a esposa, Beatriz Pacheco, que vieram de Macaé (RJ)(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A interação das formas dos jardins do MAP com a sua arquitetura atraiu o arquiteto José Pacheco e a esposa, Beatriz Pacheco, que vieram de Macaé (RJ) (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)
CASA DE JUSCELINO O espaço que teve o aumento mais expressivo de visitantes foi a Casa Kubitschek, que era a residência de fim de semana do idealizador da orla como espaço turístico, cultural e de lazer, o então prefeito Juscelino Kubitschek. Nada menos que 180% mais pessoas após figurar como patrimônio da humanidade. O interior mobiliado da casa transporta quem passeia pelos cômodos à rotina do futuro presidente e criador do Distrito Federal, sua visão da lagoa e espaço para receber visitantes, aposentos particulares e cozinha, entre outros. Os jardins, na frente e nos fundos, são do paisagista Roberto Burle Marx. O telhado é curioso e chama a atenção por ter forma de asa de borboleta e planos inclinados. “A Pampulha é linda, amamos passear aqui, pedalar, admirar os espaços históricos como a Casa Kubitschek, um pedaço da história do país e agora um patrimônio mundial”, elogia a fotógrafa Adriana Pimenta, de 45, que gosta de passear de bicicleta com a filha Vitória, de 15.

Mesmo sem contabilizar o volume de visitantes na sua área externa, a Igreja de São Francisco de Assis é visivelmente um dos pontos mais movimentados do conjunto cultural que é patrimônio da humanidade. Pelos jardins de Burle Marx, sob as sombras das árvores no calor ou sentados nas pedras para se aquecer no sol, o espaço é muito procurado por turistas, noivos, alunos de escolas locais e fotógrafos. A proximidade com o conjunto é um privilégio para os alunos da Escola Municipal Dom Orione, que têm oportunidades frequentes de realizar atividades ao ar livre em espaços como a igrejinha. “Atualmente, estamos fazendo um trabalho fotográfico sobre a Pampulha. Pela proximidade que temos com o conjunto, essa questão do patrimônio é algo que traz muito orgulho para nós que trabalhamos na região e para as crianças”, disse o professor Sânzio Eduardo.


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