
Felipe contou que estava comprando hambúrgueres para o almoço, quando se virou para o segurança e perguntou porque ele o estava seguindo. Ainda segundo ele, sem dizer nada, o funcionário fez uma cara de quem estava "apenas cumprindo ordens". O jovem disse que o homem continuou a segui-lo.
"Sempre que sou parado tenho que apresentar documentos para provar que não sou bandido. Quando circulamos em ambientes de classe média alta, percebemos o olhar racista das pessoas. É muito ruim quando acontece, mas isso só dá mais força para continuar lutando contra a injustiça e pelos direitos dos negros", desabafou o militante da Juventude da Coordenação Nacional das Entidades Negras, também gestor do Centro de Referência da Juventude.
Após pegar os produtos de que precisava, Felipe se dirigiu ao caixa e perguntou diretamente à mulher que se identificou como dona do estabelecimento o motivo de ela ter mandado o segurança acompanhar sua passagem pelo supermercado. De acordo com o jovem, ela respondeu que era um procedimento do lugar e que, se ele se incomodasse, que chamasse a polícia para resolver a situação.

Sobre os repetidos episódio de injúria racial que sofreu, Felipe diz que "a representatividade negra é pequena na política, visto que a estrutura parlamentar é branca, mas ainda assim a luta não para". "Não me acostumo com os posicionamentos e por isso não aceito o racismo. Salve Dandara! Salve Zumbi! Que o quilombo dos Palmares sobreviva diariamente nas nossas atitudes", disse.
A equipe do em.com.br tentou contato por telefone com a assessoria de imprensa dos supermercados Dia, bem como com a loja onde Felipe fez a denúncia, porém ninguém foi encontrado para se manifestar.