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Estado de Minas

Para evitar riscos do Baleia Azul, veja lista de recomendações do MP para uso seguro da internet

Promotora de Justiça diz que risco na web sempre existiu e que 'game' macabro é a bola da vez, o que motivou o envio de um ofício à Secretaria de Educação


postado em 25/04/2017 06:00 / atualizado em 25/04/2017 07:37

Sob o impacto do “jogo” Baleia Azul, que vem espalhando desespero entre famílias de jovens em todo o país e pode ter relação com quatro casos em Minas, dois deles com morte, o Ministério Público cobra do estado mais informações sobre o uso seguro da internet. O MP emitiu recomendação à Secretaria de Estado de Educação (SEE) para que as instituições de ensino orientem pais e alunos, de forma a evitar que criminosos se aproveitem da vulnerabilidade, especialmente de crianças e adolescentes. Os casos no estado que têm possível conexão com o “game” estão sendo investigados pela Polícia Civil e por promotores da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos, mas a investigação corre em sigilo.

No documento entregue à Secretaria de Educação, a Coordenadoria Estadual de Defesa da Educação e o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes se colocaram à disposição para ajudar a desenvolver ações que ajudem a orientar a população. A preocupação aumentou depois que casos do jogo, que surgiu na Rússia e se espalhou pelo mundo, começaram a aparecer em Minas Gerais, associados a episódios de automutilação e suicídio.


A promotora Christianne Cotrim Assad Bensoussan, da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos, ressalta que o jogo não é o único perigo na internet, ambiente em que há outras armadilhas. “Nós, no momento, não estamos tratando de nenhum caso separadamente, mas o fato é que o risco de acesso à intenet sempre existiu e o Baleia Azul é o jogo da vez”, disse.

Segundo a promotora, o ofício enviado à Secretaria de Educação vai ajudar em medidas que já são passadas pela própria promotoria em visitas a instituições de ensino. “Nós, da Coordenadoria, fazemos um trabalho investigativo, mas também preventivo, com palestras para ensinar alunos, pais e professores sobre o uso da internet. Como não conseguimos estar em todas as escolas, infelizmente, resolvemos orientar e fazer essa recomendação”, explicou.

O documento do MP ressalta a importância do debate direto sobre o uso seguro da rede mundial de computadores. Também indicou uma cartilha do Ministério Público com dicas de segurança, como ficar atento a mudanças de comportamento dos jovens, demonstrar interesse na rotina dos filhos e manter o computador em uma área pública da casa (veja quadro).

COMUNICADO
A Secretaria de Estado da Educação confirmou o recebimento do ofício e ressaltou que já vem orientando diretores das escolas de Minas Gerais. “Enviamos na semana passada um comunicado às escolas da rede estadual, com orientação para gestores e educadores reforçarem ações pedagógicas de conscientização junto aos estudantes e suas famílias sobre o uso seguro da internet, assim como de temas que envolvem a convivência no ambiente escolar, como o bullying. Reiteramos que a secretaria já vem contribuindo para orientar os jovens, educadores e cidadãos em geral sobre o ambiente da internet, o uso consciente das redes sociais, os direitos e os deveres em relação à tecnologia e à informação, entre outros pontos”, informou, por meio de nota.

Um Guia Participativo de Segurança da Informação nas Escolas Estaduais foi enviado para as instituições de ensino, para auxiliar os educadores a iniciar ou aprofundar essa abordagem com os estudantes. “A secretaria também está implementando o Programa de Convivência Democrática nas Escolas, que tem como objetivo, com projetos e estratégias educativas, compreender e enfrentar as violências no ambiente escolar, entre ela o bullying, além de incentivar a participação política da comunidade onde as escolas estão inseridas”, completou.

Medo entre mortes e automutilação

Criado na Rússia, o jogo Baleia Azul estaria relacionado a 130 mortes de jovens naquele país. O “game” consiste na realização de 50 desafios de dificuldades crescentes, ordenados por um “mediador”, que trazem risco de vida e induzem à automutilação e culminam com o autoextermínio. A Polícia Civil de Minas investiga quatro casos de pessoas que se mutilaram ou se mataram, supostamente por causa do jogo macabro. Desses, duas mortes foram constatadas.

O primeiro registro foi de um jovem de 19 anos que se matou em Pará de Minas, na Região Centro-Oeste do estado. Em Leopoldina, na Zona da Mata, é investigada a participação de um jovem de 18 anos no jogo. A mãe do garoto procurou a polícia em 13 de abril, informando que o filho estava participando do jogo e que tinha cortes no braço, reproduzindo a imagem de uma baleia. Os traços teriam sido feitos com a ajuda de uma colega de sala do filho, que o teria incentivado a entrar no game.

Em Belo Horizonte, um adolescente de 16 anos foi encontrado morto no Bairro Ribeiro de Abreu, na Região Nordeste de Belo Horizonte. Apesar de a princípio a Polícia Civil não relacionar o caso ao “game”, familiares da vítima suspeitam que haja relação. Em Manhuaçu, na Zona da Mata, uma adolescente de 13 anos foi encontrada desmaiada dentro de casa, depois de ingerir cartelas de um medicamento para tratamento de epilepsia e outra para dores musculares. A vítima deixou o hospital na quarta-feira.

De olho na tela

Recomendações do Ministério Público


» Fique atento a eventuais mudanças de comportamento do jovem
» Demonstre interesse pela rotina dele
» Adolescentes com a autoestima em baixa
são mais vulneráveis
» Dialogue e atraia a confiança de seu filho
» Evite que ele fique muito tempo na internet
» Deixe o computador em um local comum e visível da casa
» Evite expor na internet informações particulares e dados pessoais
» Denuncie grupos e comunidades suspeitas ao #MPMG: crimedigital@mpmg.mp.br

 

 


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