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Estado de Minas

Embriaguez deixa vítimas vulneráveis a furtos no carnaval, indica PM

Para a PM, planejamento e policiamento ostensivo contribuíram para o recuo de 42% nos roubos e de 43% nos crimes violentos. A queda no número de furtos entretanto, foi de apenas 2% na capital mineira


postado em 03/03/2017 06:00 / atualizado em 03/03/2017 10:37

Equipes da Polícia Militar e Guarda Municipal em ação na Grão Pará, no Bairro Funcionários, durante o carnaval: PM avalia que o resultado foi positivo(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Equipes da Polícia Militar e Guarda Municipal em ação na Grão Pará, no Bairro Funcionários, durante o carnaval: PM avalia que o resultado foi positivo (foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
Belo Horizonte registrou 481 roubos durante os cinco dias de carnaval, o equivalente a quase 100 por dia. O número é 42% menor que o da folia do ano passado, quando houve 825 roubos. Houve também forte redução na quantidade de crimes violentos e de homicídios, segundo os dados da Polícia Militar divulgados na tarde de ontem. A diminuição foi verificada em todo o estado, incluindo a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As ocorrências mostram que, apesar de registrar um público recorde no carnaval, com 3 milhões de foliões curtindo a festa de Momo na capital mineira, o policiamento ostensivo nas ruas surtiu efeito.

As maiores reduções foram registradas em BH. Os crimes violentos caíram 43%, passando de 874, em 2016, para 499 este ano. Da sexta à terça-feira de carnaval, foram três homicídios – queda de 80% em relação a igual período do ano passado, quando houve 14 mortes. Na RMBH, os crimes violentos passaram de 1.369 para 853 (queda de 37%), os roubos de 1.267 para 798 (38% a menos) e os homicídios de 34 para 15 (55% de redução). Em Minas, os crimes violentos caíram 27% (de 2.298 para 1.674), os roubos, 25% (de 1.990 para 1.490) e homicídios, 31 (86 para 59).

A queda no número de furtos – quando o bem é levado sem que a vítima seja ameaçada –, entretanto, foi de apenas 2% na capital mineira, o que o comandante da Diretoria de Apoio Operacional (Daop) coronel Mauro Lúcio de Moura Alves, atribui não a uma falha na segurança mas ao próprio comportamento dos foliões. “A maioria das vítimas se mostrou potencialmente suscetível. Pudemos perceber que a maioria estava sob forte efeito de álcool”, disse, ressaltando que é necessário que haja “atenção” por parte dos foliões e combate ao consumo de álcool entre menores de idade. A polícia não divulgou o total de furtos registrados no carnaval.

De acordo com a PM, aumentou o número de presos no estado: 4.349 este ano contra 3.589, em 2017. Foram apreendidas 373 armas de fogo, aumento de quase 10% em relação a 2016. Foi registrada queda na quantidade de furto de celulares – 10% no estado e 25% em BH.

O coronel Winston Coelho Costa, comandante do Policiamento da Capital, atribuiu os resultados ao planejamento, aos recursos disponibilizados pelo estado e à estratégia adotada de pôr nas ruas um contingente maior de militares. “Nos bairros, a maioria do público que compareceu foi formado por famílias. Conseguimos ter tranquilidade e segurança para a maioria dos foliões”, afirmou.

Sobre a confusão na Praça da Estação, na terça à noite, o coronel disse que havia sinais de problemas já na segunda-feira. “Era um público diferente, que descia dos ônibus em grupos, já apresentando certa agressividade na abordagem das pessoas e se dirigindo à praça. Um impasse desses grupos acabou atrapalhando a folia da maioria das pessoas que estava lá para se divertir”, relatou. Segundo ele, serão acertadas com a prefeitura soluções para o problema não se repetir. “A própria PM tem que pensar no fenômeno para encontrar possibilidades melhores para o ano que vem.”

Palavra de especialista


Luis Flávio Sapori, professor da PUC Minas e especialista em Segurança Pública

Receita para repetir


“Avalio a segurança do carnaval como muito boa. Os números ainda são altos, mas a queda foi bastante expressiva e a quantidade é inferior em relação aos casos que ocorrem no dia a dia da cidade. Por exemplo, se a média de roubos foi de 100 por dia, nas ocasiões do dia a dia chegam até a 150. Se a operação não foi perfeita, foi muito boa. O trabalho integrado entre a Guarda Municipal, Polícia Militar (PM) e Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) funcionou e deve se repetir. A operação mostrou que o planejamento foi bem realizado. O grande número de militares e guardas na rua dá a sensação de segurança e inibe a prática dos crimes. Já em relação aos furtos, são crimes comuns neste tipo de evento. Os criminosos se aproveitam das aglomerações para furtar celulares e carteiras. O caso da Praça da Estação foi pontual e não muda o balanço positivo da operação. Agora, é necessário fazer um plano específico, já que a tendência desse tipo de ocorrência é crescer. As pessoas bebem e ficam agressivas.”


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