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Estado de Minas

Empresário doa removedor para limpar Museu da Inconfidência, em Ouro Preto

A expectativa é de que a sujeira seja retirada nas próximas semanas, pois ficou combinado que a direção do Museu da Inconfidência vai mandar buscar o material em São Paulo


postado em 10/02/2017 06:00 / atualizado em 10/02/2017 07:56

Ajuda paulista para preservar o patrimônio mineiro. Um empresário de Diadema (SP) vai doar duas caixas de um removedor especial, com 24 unidades no total, para retirar a pichação deixada, na madrugada de segunda-feira, no Museu da Inconfidência de Ouro Preto, na Região Central. “Fiquei sensibilizado ao saber disso, pois já é a segunda vez”, disse Francisco Rodriguez Vendrell, ao lembrar de outro ato de vandalismo, cometido em 2010, no mesmo local: a lateral direita da construção do século 18, localizada na Praça Tiradentes, no Centro Histórico. A área é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Francisco explica que o removedor de nome Stark, produzido pela sua empresa Rocket-Chemical, vai retirar completamente a frase Patrimônio da Humanidade Elitista pichada com spray por uma pessoa ainda não identificada pela Polícia Civil. “O produto transforma a pichação em tinta solúvel, sem deixar marcas nas pedras”, disse o empresário. Na tarde de ontem, o chefe do escritório técnico do Iphan em Ouro Preto, André Macieira, disse que estava formalizando um termo que autoriza o uso do produto na sede do Inconfidência.

A expectativa é de que a sujeira seja retirada nas próximas semanas, pois ficou combinado que a direção do Museu da Inconfidência vai mandar buscar o material em São Paulo. Francisco preferiu não falar no valor da doação. “Estou mandando duas caixas e, se precisarem de mais, doarei o restante”, disse. O Inconfidência é dos mais importantes centros de cultura do país, sendo o segundo museu federal em visitação, com 150 mil pessoas/ano, superado apenas pelo Museu Imperial de Petrópolis (RJ).

APURAÇÃO Na tarde de ontem, a Polícia Civil informou que a pichação teve conotação de “protesto”, embora ainda não tenha identificado o suspeito. Por se tratar de um bem tombado pela União, o caso está sendo investigado também pela Polícia Federal, Ministério Público de Minas Gerais e Ministério Público Federal. Uma das linhas de apuração é que o vandalismo esteja associado à retirada de ambulantes da Praça Tiradentes. Há menos de duas semanas, mais de 20 pessoas que atuavam de forma irregular no espaço público foram obrigadas a sair da área por determinação da prefeitura local, em ação realizada pelo setor de fiscalização municipal.

A pichação é crime, conforme explica o promotor de Justiça da comarca, Domingos Ventura de Miranda Júnior, que instaurou inquérito para apurar os danos ao patrimônio. No total, o responsável pode ficar quatro anos preso. Conforme o Código Penal, estão previstas as penas de três anos de detenção (artigo 163, parágrafo único, inciso três) e mais um ano (artigo 65, parágrafo único da Lei 9.605).

CENTRO DE CULTURA No edifício erguido em 1785 pelo governador da Capitania de Minas, Luís da Cunha Meneses, para ser Casa de Câmara e Cadeia, está o Museu da Inconfidência, que conta a trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (1746-1792), e dos conjurados que lutaram pela liberdade, indica os caminhos do Ciclo do Ouro nas Gerais e destaca as maravilhas do barroco, incluindo peças de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814) e partituras musicais. O acervo compreende mais de 4 mil objetos, com exemplares de todas as esferas da vida social mineira nos séculos 18 e 19.


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