
Conforme o instituto, as peças foram encontradas, sem qualquer sinal de violação, durante a remoção do envelopamento do Arco do Cruzeiro, que é atribuído a Servas. Os dois malhos no entablamento estavam ao lado do Evangelho (à esquerda do expectador) e a verruma ao lado da Epístola (à direita do expectador). As ferramentas deram lugar à furadeira elétrica.
Contemporâneo de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho), Francisco Vieira Servas chegou a ganhar uma concorrência do grande mestre do Barroco para os altares da Igreja do Carmo, de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O artista deixou um legado, constituído por um conjunto de retábulos e esculturas de alta qualidade artística, que se insere de forma significativa no cenário da arte religiosa mineira. A exemplo do Arco do Cruzeiro, o Altar Mor da Matriz de Nossa Senhora da Conceição é atribuído a Servas por especialistas no Barroco Mineiro.
Além da Matriz, a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos também está em processo de restauração pelo PAC Cidades Históricas, e possui obras de Servas, que atuou por muitos anos em diversas igrejas de Minas Gerais.

O Iphan destaca que que não é muito comum se encontrar ferramentas durante os trabalhos de restauração. A suspeita é de que algum oficial esqueceu as ferramentas dentro do arco do cruzeiro após o término dos serviços.
Ainda segundo o instituto, o estudioso do Barroco Mineiro e restaurador Adriano Ramos, foi convidado para avaliar as peças encontradas. Para ele, ao que tudo indica, os objetos encontrados eram da equipe de Francisco Vieira Servas, mesmo não havendo documentação comprobatória sobre a sua presença na obra, (os trabalhos foram contratados junto ao carpinteiro Francisco Machado da Luz em 1764). Contudo, por meio de análises comparativas foi possível detectar a presença de Servas tanto no retábulo-mor quanto no arco do cruzeiro.
