As chuvas dos últimos dias causaram a interdição do pontilhão que passa por cima do Ribeirão do Onça. Ontem, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) de Belo Horizonte precisou fechar a estrutura depois de parte da cabeceira sofrer afundamento.
Com isso, restou apenas uma rota para moradores e comerciantes atravessarem o Ribeirão do Onça para chegarem ou deixarem a região pela rodovia MG-020, uma das principais vias de acesso rápido entre os bairros próximos e o Centro de Belo Horizonte. A interdição é por tempo indeterminado, até que obras de recuperação sejam feitas.
No último dia 2, temporais em Santa Luzia, na região metropolitana causaram rachaduras e trincas na estrutura do Viaduto Geraldo Magela Barbosa da Cunha, aberto em junho deste ano depois de dois anos em construção. A estrutura já passa por reforma, mas ainda não foi fixado um prazo para a reabertura.
No Ribeiro de Abreu, a interdição da ponte sobre o Ribeirão do Onça ocorreu no início da tarde de ontem, depois que moradores perceberam a formação de um degrau na entrada da passagem de concreto que segue da MG-020 para o Bairro Jardim Belmonte, rota para o bairro vizinho.
Um abatimento de terra no local onde a ponte se liga ao acesso de asfalto trouxe risco de as duas estruturas se desprenderem. “A ponte em si não teve nenhum problema estrutural, o problema foi na contenção que segura o barranco onde a cabeceira se apoia. Com as chuvas, o grande volume de água lavou a terra sob a ponte e causou esse abatimento”, disse o vistoriador da Comdec Nilson Luiz da Silva. De acordo com o vistoriador, a contenção de gabiões sofreu um rompimento e com isso a água pôde penetrar no barranco e criar a erosão que afundou a pista.
AVARIA ANTIGA Pedestres e motociclistas ainda podem atravessar a ponte, mas automóveis, ônibus e caminhões estão proibidos, como medida para preservar a passagem, devido ao peso dos veículos. “Posicionamos barreiras de concreto para evitar que condutores desses veículos mais pesados usem a ponte e possam danificá-la e ainda correr algum risco”, disse Nilson.
Segundo o vistoriador, o dano que causou o abatimento não ocorreu ontem, apesar de ter chovido no fim da manhã e início da tarde na região. “Isso é um tipo de avaria que ocorre com o tempo. Pode ter sido agravado pelas chuvas nos últimos dias, pelo volume maior de água do rio e pela deficiência da drenagem da rua, mas é um problema de conservação da contenção, que pode ter começado no ano passado”, calcula.
As obras de recuperação podem durar alguns dias ou até meses, dependendo da extensão da recomposição do barranco que foi erodido, segundo a Comdec. As intervenções ficarão a cargo da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), também de acordo com a coordenadoria.
Moradores que usam o acesso reclamaram dos transtornos. Para a funcionária pública Alda Rabelo Corrêa, de 65 anos, a travessia de veículos bloqueada vai significar 2,5 quilômetros de desvio. “Choveu muito forte aqui nesses dias, principalmente no domingo. Tanto que a água do Ribeirão (do Onça) passou por cima da ponte, deixando até lixo preso na mureta. Vai ser mais um trabalho para nós, que precisamos de passar por lá todos os dias. Vamos ver quanto tempo vai demorar para consertar a ponte”, disse.
O viaduto de Santa Luzia que está interditado faz a ligação entre as avenidas das Indústrias e Raul Teixeira da Costa Sobrinho. O local também é comumente usado por motoristas para acessar a BR-381, no trajeto entre Belo Horizonte e o litoral capixaba. De acordo com a Defesa Civil de Santa Luzia, os problemas foram detectados na cabeceira do elevado.