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Estado de Minas

Rua do Sagrada Família completa um ano de interdição por risco de desabamento

Vizinhos e moradores da Rua Genoveva de Souza convivem há 12 meses com tráfego interditado e medo de deslizamento


postado em 11/11/2016 06:00 / atualizado em 11/11/2016 07:56

Moradores como Osvaldo de Souza criticam demora para recuperação e temem deslizamento que que comprometa área com a chegada da chuva(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Moradores como Osvaldo de Souza criticam demora para recuperação e temem deslizamento que que comprometa área com a chegada da chuva (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Há um ano, manilhas de concreto bloqueiam um dos principais acessos ao Bairro Sagrada Família, na Região Leste de Belo Horizonte. Por causa de um abatimento no asfalto, que resultou na abertura de uma cratera e trincas no pavimento, a Rua Genoveva de Souza foi fechada em 10 de novembro do ano passado. Desde então, moradores e comerciantes da região, motoristas e usuários do transporte colecionam uma lista de transtornos: dificuldades de acesso viário, no transporte público e falta de segurança. E, mesmo com a ameaça de ainda mais problemas com a chegada do período chuvoso, a obra para recomposição da via – cujo projeto já foi concluído e exigirá investimento de R$ 1,7 milhão – não tem data para ser executada. Consequentemente, a liberação do tráfego também permanece sem previsão.


Nesse período de 12 meses não houve motivos para comemorações. Com a rua fechada, motoristas enfrentam dificuldades na saída do bairro para regiões como o Centro, a Avenida Cristiano Machado ou o Túnel da Lagoinha, antes tido como alternativa ao tráfego carregado da Avenida Silviano Brandão. Parte do Bairro Sagrada Família, localizada entre a Cristiano Machado e as ruas Conselheiro Lafaiete e Pitangui, também sofreu o impacto da interdição.

A população residente ou visitante da área deixou de ser atendida pelo ônibus 9209, que teve o itinerário alterado. A linha tem grande demanda de passageiros idosos, por passar próximo ao posto de perícia do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) e ao PAM Sagrada Família. “Ela atendia a outro lado do bairro, no sentido Centro, que ficou prejudicado, já que a 9209 começou a passar pela Rua Alabastro”, afirma o aposentado Élio Caetano Dias, de 67 anos. Ele diz ainda que, diante da necessidade de desvio do tráfego, motoristas ficam perdidos pelas ruas do entorno, pois precisam mudar a rota para acessar a Rua Conselheiro Lafaiete, metros adiante do fechamento. “É uma volta grande e sem sinalização indicativa. As pessoas ficam perdidas, pedindo informações para moradores na rua”, conta.

Além da apreensão, comunidade se queixa dos desvios de trânsito(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Além da apreensão, comunidade se queixa dos desvios de trânsito (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
CHUVA Somado a todos esses transtornos que já duram um ano, aumenta agora o medo de que o problema se agrave com a chegada da estação das águas. Como a estrutura da rua já está comprometida, moradores temem que ocorra um deslizamento de terra, com prejuízos para quem é vizinho ao abatimento no asfalto. A situação preocupa quem mora perto do local da erosão e também quem vive no trecho abaixo do talude, onde um deslizamento causou a morte de uma família de cinco pessoas na década de 1980.

Morador do número 1.072 da Rua Genoveva de Souza há mais de três décadas, o aposentado Celso Nogueira de Carvalho, de 63, descreve o medo da população do entorno. “Nossa preocupação vai além da abertura da rua. Queremos é que a obra seja feita, porque queremos segurança. Estamos receosos de como será este período chuvoso, porque nada foi feito e o asfalto pode ceder”, diz, apontando para um poste de iluminação elétrica que já dá sinais de inclinação. “Isso é um verdadeiro descaso com a população como um todo”, avalia.

Celso é síndico do Condomínio Iohana Carvalho, localizado bem em frente ao local onde a cratera se abriu no asfalto. Ele conta que a rua, construída após a tragédia da década de 1980, não foi projetada para suportar a carga que vinha recebendo, com grande número de veículos pesados transitando e também estacionados. E cobra solução: “A obra precisa ser feita urgentemente ou uma tragédia pode acontecer”, teme.

O aposentado Osvaldo Silva de Souza, de 66, que vive no Sagrada Família desde a infância, conta que, apesar da compactação da via após o acidente da década de 1980, não foram feitas obras de manutenção e reforço do alicerce, que vem apresentando problemas nos últimos tempos. “Há pelo menos três anos a encosta vem dando sinais de erosão e, mesmo depois de um buraco aberto no passeio e do asfalto abatido, a obra ainda não foi feita”, ressalta.

A prefeitura ainda não detalhou qual foi a origem do problema na rua. Por meio de nota, a Sudecap informou que ainda estão sendo feitos estudos sobre a causa do abatimento do asfalto, já que não houve vazamento subterrâneo de água. “A rede da Copasa existente local permaneceu íntegra e não foram constatados indícios de umidade significativa no material erodido”, informa o documento. O órgão admite, no entanto, que, no passado, quando houve um deslizamento de terra no local, a compactação do aterro pode não ter sido suficiente, proporcionando com o passar do tempo e com a atuação de fatores externos (vazamentos de redes e infiltração de água de chuvas, por exemplo) um carregamento de material, gerando erosão e o abatimento.

Sobre a obra de recuperação, a Sudecap informou que o projeto prevê tratamento do talude vizinho ao abatimento, para estabilizar a encosta do local. A empresa municipal informou o projeto está fase de levantamento orçamentário, e que a prefeitura ainda aguarda disponibilidade de recursos para execução da obra.

Encosta cede no Barreiro

Uma rua no Bairro Bonsucesso, na Região do Barreiro, deve passar hoje por obras emergenciais para contenção de uma encosta que ameaça desmoronar, devido a uma erosão generalizada que gerou instabilidade do terreno. A intervenção será feita na altura do número 800 da Rua Cristiano Rezende, onde um muro de contenção feito em área particular não resistiu à ação da chuva. A obra emergencial será feita pela Gerência de Manutenção da Administração Regional Barreiro, para evitar que a rua venha a ceder. O proprietário será notificado pela equipe de fiscalização a refazer o muro e o passeio. Para viabilizar o trabalho emergencial, haverá fechamento parcial do trânsito hoje, a partir das 7h.


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