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Estado de Minas

Museu no topo da Serra da Piedade começa a ganhar terreno

Caminhões retiram entulho de área na Serra da Piedade onde será construído espaço sacrocultural. Previsão é de inauguração em um ano, com possível presença do papa


postado em 01/11/2016 06:00 / atualizado em 01/11/2016 08:03

Nos últimos dias, mais de 90 caminhões de entulho foram retirados da área que era cedida ao Ministério da Aeronáutica na Serra da Piedade(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Nos últimos dias, mais de 90 caminhões de entulho foram retirados da área que era cedida ao Ministério da Aeronáutica na Serra da Piedade (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Solo fértil para a fé, a cultura e o turismo. Os últimos dias foram decisivos para a implantação do Museu Maria Regina Mundi (do latim, Maria Rainha do Mundo), a ser construído, pela Arquidiocese de Belo Horizonte, no topo da Serra da Piedade, em Caeté, na Grande BH. Segundo a instituição católica, foram retirados 93 caminhões de entulhos da área que era cedida ao Ministério da Aeronáutica. A expectativa é de que o novo espaço sacrocultural fique pronto em outubro de 2017, como parte da celebração dos 250 anos de peregrinação à ermida que guarda a imagem da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade, esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814). Homens e máquinas trabalham para deixar o terreno ainda mais limpo. “Esta estrutura é muito forte, é feita de pedras de minério e concreto”, disse uma integrante da equipe.

Para a inauguração do museu, a arquidiocese espera contar com a presença do papa Francisco, que poderá vir ao Brasil para as festividades de 300 anos do surgimento da imagem de Nossa Senhora da Conceição, depois Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no Rio Paraíba do Sul, em São Paulo. “Estamos confiantes e esperançosos. A história da fé no estado, enraizada na religiosidade, representa um tesouro e torna cada mineiro merecedor da visita do santo padre”, diz o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo, que, em audiência particular em 29 de janeiro de 2015 com o líder dos católicos, já havia conversado sobre o Santuário Nossa Senhora da Piedade.

Futuramente localizado numa ponta da serra, onde ficavam construções e torres da Aeronáutica, o museu tem projeto do arquiteto Gustavo Penna. Em entrevista ao Estado de Minas, ele disse que o concebeu com toda “a sutileza e a delicadeza” que a região pede: “A Serra da Piedade tem o formato de um manto, de uma imagem de Nossa Senhora, então o museu será subterrâneo, tendo na parte externa uma aura branca, de aço-nióbio”. Com 25 metros de diâmetro, a estrutura ficará presa em três pontos, quase imperceptíveis, “dando a impressão de que a auréola está voando”, cujos equipamentos, como torres, estão sendo retirados, e outros de alvenaria demolidos.

LUZES À noite, a auréola do museu ficará iluminada, adianta Penna, ao explicar as formas “orgânicas” do espaço, que terá uma pequena capela, específica para reflexão e contemplação do infinito, e ainda uma área gramada sob a auréola. No total, serão 1,5 mil metros quadrados de área construída. “Já fico imaginando um coral se apresentando ali, naquela lugar, de frente para o infinito”. De fato, que estiver no local terá bela visão das montanhas e, ao longe, o contorno das cidades vizinhas.

Dentro dessa proposta, dom Walmor afirma que o museu será um ambiente especial para preservar a beleza e a riqueza da história do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, que festejará os 250 anos de peregrinações. “A ermida de nossa padroeira começou a ser edificada em 1767. Por mais de dois séculos, pessoas de diversas regiões visitam este território sagrado, oficialmente reconhecido como a casa da padroeira de nosso estado em 1958, pelo papa São João XXIII.” No ano passado, conforme a arquidiocese, cerca de 600 mil pessoas estiveram no alto do maciço.

DOAÇÃO As peças foram doadas à Cúria Metropolitana pelo acupunturista e dono de clínica Humberto Mattarelli Carli, residente em Sabará, na Grande BH. Casado e pai de dois filhos, Humberto, na época da doação, registrada pelo EM em 2014, se mostrou feliz com a acolhida da arquidiocese e a decisão de dom Walmor, ressaltando que “o acervo vai ficar nas alturas, no lugar especial e mais indicado, pois lá está Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas”.

O acervo não é composto de obras de arte, mas peças de gesso. O importante para o colecionador é a devoção à mãe de Deus. Ele elege como imagem preferida a de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Sabará, primeira da coleção e feita por uma artesã da cidade. O conjunto inclui algumas de nomes poucos conhecidos entre os brasileiros, entre elas Nossa Senhora do Ártico, com capuz branco feito neve, carregando o menino no colo; a dramática Nossa Senhora dos Abortados, com dois anjos aos pés e um bebê nas mãos; Nossa Senhora de Sheshan, originária da China, com braços levantados para segurar o filho e um dragão na base; e centenas da França, Itália, Espanha, Portugal, República Tcheca e outros continentes.

Quando ficar pronto, o Museu Maria Regina Mundi será um dos expoentes do Caminho Entre Serras, que liga as serras da Piedade e do Caraça e do Caminho Religioso da Estrada Real (Crer), unindo o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, que tem a escultura feita por Aleijadinho e Aparecida (SP), onde está a padroeira do Brasil.


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