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Estado de Minas

Chegada do aplicativo Uber em Confins acirra conflito com taxistas

Aeroporto Internacional Tancredo Neves vira nova arena da disputa entre condutores dos dois tipos de transporte. Possibilidade de buscar passageiros no terminal foi comemorada por motoristas do app e criticada por taxistas


postado em 21/10/2016 06:00 / atualizado em 21/10/2016 07:40

Desde a semana passada Uber emitiu comunicado autorizando motoristas a buscar passageiros no aeroporto. Antes, só era permitido deixar no terminal(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS - 06/09/2016)
Desde a semana passada Uber emitiu comunicado autorizando motoristas a buscar passageiros no aeroporto. Antes, só era permitido deixar no terminal (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS - 06/09/2016)
A batalha pelo transporte individual de passageiros entre taxistas e Uber tem uma nova arena: o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Motoristas parceiros do aplicativo, que já deixavam passageiros no terminal, começaram a buscar clientes, medida comemorada por usuários e criticada por condutores de táxi.

A primeira reação dos taxistas veio ontem pela manhã, com a carreata que fechou a via de acesso ao terminal. Os motoristas criticam o Uber por considerá-lo ilegal e apontam concorrência desleal: na modalidade Uber-X, mais simples, a tarifa do serviço por aplicativo é até 45% menor que a de táxi (veja quadro).


A BH Airport, concessionária que administra o aeroporto, informou que os bloqueios provocados pelos taxistas causaram pontos de lentidão no acesso ao terminal, mas não interferiram na operação dos aviões.

Apesar dos protestos, tanto o Departamento de Estradas de Rodagens de Minas Gerais (DER-MG), que faz a fiscalização do transporte individual de passageiros na região metropolitana, como a BHTrans, que regulamenta a atividade na capital, voltaram a informar que estão impedidos de fiscalizar o Uber por decisão judicial.

A operação do Uber no aeroporto para buscar passageiros começou na sexta-feira passada. A empresa informou que, antes, o seu aplicativo era bloqueado para os clientes por uma decisão mercadológica. Agora, o usuário do aplicativo já recebe, ao desembarcar no terminal, instruções de como solicitar o serviço e onde encontrar o veículo.

Uma das estratégias de taxistas foi provocar lentidão na via de embarque e desembarque do aeroporto(foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A PRESS)
Uma das estratégias de taxistas foi provocar lentidão na via de embarque e desembarque do aeroporto (foto: Paulo Henrique Lobato/EM/D.A PRESS)

A BH Aiport afirma que não foi feito nenhum acordo comercial com o Uber para que os veículos ligados à empresa tenham um espaço no terminal. Segundo a concessionária, somente as cooperativas credenciadas de táxis, locadoras de veículos e vans e os ônibus de linhas regulares têm espaço reservado para o embarque e desembarque no aeroporto.

Em mensagem para usuários do aplicativo, a Uber informa que o “ponto” para motoristas do Uber é o Terminal 1, perto dos balcões de check-in da Gol. Há ainda a recomendação de que o passageiro só acione o motorista parceiro quando já estiver com bagagens em mãos.

Com tarifas entre o Centro de BH e Confins que variam entre R$ 65 e R$ 87, no Uber-X, e entre R$ 96 e R$ 128, no Uber Black, a entrada do serviço por aplicativo no aeroporto é aprovada por passageiros. “Vai melhorar a acessibilidade para aquela área”, avaliou Alessandro Magnum, de 31 anos, usuário do aplicativo.

“Acho ótimo. Nós temos o direito de escolher qual serviço queremos usar”, completou Leonardo Dias, de 30. Nos táxis comuns, a tarifa é de aproximadamente R$ 120, e no especial, que está em promoção, é R$ 127.

MANIFESTAÇÃO O protesto, promovido por grupos de taxistas sem participação do Sindicato dos Taxistas (Sincavir), teve início na manhã de ontem na Cidade Administrativa, Região de Venda Nova, na capital. Em carreata, o grupo fechou o viaduto de acesso ao aeroporto.

Vídeo do repórter Paulo Henrique Lobato mostra trânsito tumultuado no aeroporto



Inicialmente, o bloqueio feito pelos motoristas causou lentidão no acesso ao terminal, mas depois também dificultou a saída. Houve alternância entre bloqueio total e parcial, dificultando a chegada dos passageiros. Segundo os taxistas, cerca de 100 motoristas participaram da manifestação.

A Polícia Militar esteve no local tentando a desobstrução completa da passagem do viaduto e das demais alças de acesso. O protesto foi concluído às 12h30, depois de grande movimentação na via de embarque e desembarque de passageiros. A maioria dos taxistas que participaram do protesto são da região do aeroporto, de cidades como Confins e Lagoa Santa, e também os metropolitanos (táxis especiais), cujos carros são da cor azul.

A direção do Sincavir foi procurada para falar sobre o assunto, mas ninguém foi encontrado. O Uber se manifestou sobre o protesto, afirmando que “acredita que todo cidadão tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente.”

Por meio de nota, o DER-MG informou que faz ações de fiscalização regularmente no Aeroporto de Confins. “O Uber não é regulamentado e para a fiscalização é considerado transporte irregular. No entanto, existe decisão liminar que autoriza os motoristas do Uber a fazer o transporte individual privado de passageiros, o que inibe a ação da fiscalização”, destacou a nota.

A Prefeitura de Belo Horizonte também informou que aguarda julgamento no Tribunal de Justiça sobre a legalidade da atividade do Uber.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)

 

 


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