

Hoje, às 17h, no MAP, quando se comemora o Dia Nacional do Patrimônio, o representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o francês Lucien Muñoz, fará a entrega oficial, ao prefeito Marcio Lacerda, do título de Patrimônio Cultural da Humanidade conquistado pelo conjunto arquitetônico da Pampulha em 17 de julho, durante a 40ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Istambul, na Turquia. Além de autoridades estaduais e municipais, são esperados o ministro da Cultura Marcelo Calero e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa.
JARDINS Pintado de branco e localizado próximo ao recinto dos elefantes, o imóvel de 382 metros quadrados de área construída e hoje com função administrativa manteve o telhado em forma de asa de borboleta a exemplo da arquitetura do Iate Clube, na Avenida Otacílio Negrão de Lima. Espeschit explica que o prédio sofreu muitas modificações ao longo de mais de 50 anos e, com o restauro, os elementos voltarão ao original. “Já temos pronto o projeto executivo e estamos agora na fase de orçamentação, a cargo da Sudecap. Não temos ideia do custo da obra nem da fonte de financiamento, mas, como se trata de um bem cultural, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) poderá buscar recursos e patrocínio de várias formas”, afirmou.
Tão importante quanto a recuperação da construção projetada por Niemeyer é a futura implantação dos jardins de Burle Marx, com vegetação do cerrado, a exemplo da usada pelo paisagista para circundar a Igreja de São Francisco de Assis e o antigo cassino, ambos à beira do espelho d’água. A expectativa é de que sejam executados inicialmente 20% do paisagismo, sendo o restante feito sucessivamente nos próximos anos, adianta o presidente da fundação. “Vai ser um trabalho de resgate e de conhecimento. Essa obra ganhará mais importância nesse momento em que a Pampulha se torna Patrimônio Cultural da Humanidade”, observa.
O conjunto moderno da Pampulha foi concebido para criar uma obra de arte total, integrando as peças artísticas aos edifícios e esses à paisagem, apresentando as quatro primeiras obras assinadas por Niemeyer e os jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, painéis com azulejos do pintor Cândido Portinari (1903-1962) e esculturas de artistas renomados como Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Augusti Zamoyski (1893-1970) e José Alves Pedrosa (1915-2002).
Em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio e pela passagem dos seus 45 anos de fundação, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) promove hoje e amanhã, das 10h às 18h, em Belo Horizonte, o seminário “Patrimônio cultural e contemporaneidade: a preservação do patrimônio cultural”, em parceira com o Instituto Inhotim. Estarão presentes gestores públicos, pesquisadores e integrantes de comunidades tradicionais, como Arturos, de Contagem, na Grande BH, e grupos remanescentes de quilombos do Pará (Malungu) e quilombolas, para debate sobre preservação de bens culturais e as relações contemporâneas de urbanismo, ocupação e arte. As atividades serão no auditório do BDMG, que fica na Rua da Bahia, 1.600, Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul da capital.
