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Estado de Minas

Projetada por Niemeyer, sede da Fundação Zoo-Botânica de BH será restaurada

Fundação Zoo-Botânica prepara plano para restaurar sede projetada pelo arquiteto e que integra o conjunto agraciado oficialmente hoje com o título de Patrimônio da Humanidade


postado em 17/08/2016 06:00 / atualizado em 17/08/2016 08:31

Projetada para ser parte das instalações do Golf Clube, a sede sofreu modificações, mas manteve telhado em forma de asa de borboleta(foto: Suziane Fonseca/Divulgação)
Projetada para ser parte das instalações do Golf Clube, a sede sofreu modificações, mas manteve telhado em forma de asa de borboleta (foto: Suziane Fonseca/Divulgação)

(foto: Suziane Fonseca/Divulgação)
(foto: Suziane Fonseca/Divulgação)
Uma joia do conjunto moderno da Pampulha, ainda desconhecida da maioria dos belo-horizontinos e visitantes, deverá ser restaurada para se integrar ao roteiro das obras do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e do paisagista Burle Marx (1909-1994) na capital. Trata-se da sede da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH), mais conhecido pela população como Jardim Zoológico, na Pampulha, projetada para ser parte das instalações do Golf Clube. Também na década de 1940, foram construídos a Igreja de São Francisco de Assis, a Casa do Baile, atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte, o Iate Tênis Clube e o Museu de Arte Moderna (MAP), originalmente um cassino. “Mais do que um restauro, será uma descoberta para todos, especialmente em relação aos jardins que não foram implantados na época”, disse, ontem, o presidente da FZB-BH, Jorge Espeschit.


Hoje, às 17h, no MAP, quando se comemora o Dia Nacional do Patrimônio, o representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o francês Lucien Muñoz, fará a entrega oficial, ao prefeito Marcio Lacerda, do título de Patrimônio Cultural da Humanidade conquistado pelo conjunto arquitetônico da Pampulha em 17 de julho, durante a 40ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Istambul, na Turquia. Além de autoridades estaduais e municipais, são esperados o ministro da Cultura Marcelo Calero e a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa.

JARDINS Pintado de branco e localizado próximo ao recinto dos elefantes, o imóvel de 382 metros quadrados de área construída e hoje com função administrativa manteve o telhado em forma de asa de borboleta a exemplo da arquitetura do Iate Clube, na Avenida Otacílio Negrão de Lima. Espeschit explica que o prédio sofreu muitas modificações ao longo de mais de 50 anos e, com o restauro, os elementos voltarão ao original. “Já temos pronto o projeto executivo e estamos agora na fase de orçamentação, a cargo da Sudecap. Não temos ideia do custo da obra nem da fonte de financiamento, mas, como se trata de um bem cultural, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) poderá buscar recursos e patrocínio de várias formas”, afirmou.

Tão importante quanto a recuperação da construção projetada por Niemeyer é a futura implantação dos jardins de Burle Marx, com vegetação do cerrado, a exemplo da usada pelo paisagista para circundar a Igreja de São Francisco de Assis e o antigo cassino, ambos à beira do espelho d’água. A expectativa é de que sejam executados inicialmente 20% do paisagismo, sendo o restante feito sucessivamente nos próximos anos, adianta o presidente da fundação. “Vai ser um trabalho de resgate e de conhecimento. Essa obra ganhará mais importância nesse momento em que a Pampulha se torna Patrimônio Cultural da Humanidade”, observa.

NOVO TEMPO Com o diploma oficial de Patrimônio Cultural da Humanidade, a Pampulha integra um seleto grupo reconhecido pela Unesco, do qual fazem parte as Muralhas da China, as Pirâmides do Egito, o Palácio Taj Mahal, na Índia e os profetas esculpidos por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), entre mais de mil bens mundo afora. Em Minas, será o quarto título conquistado, embora o primeiro modernista: já estão na lista os centros históricos de Ouro Preto, na Região Central, e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, também na Região Central. Segundo especialistas, a chancela da Unesco mostra a diversidade e riqueza cultural de Minas, que tem destacadas as joias do período colonial e a arquitetura moderna, datado da década de 1940, quando Juscelino Kubitschek (1902-1976) era prefeito de BH.

O conjunto moderno da Pampulha foi concebido para criar uma obra de arte total, integrando as peças artísticas aos edifícios e esses à paisagem, apresentando as quatro primeiras obras assinadas por Niemeyer e os jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, painéis com azulejos do pintor Cândido Portinari (1903-1962) e esculturas de artistas renomados como Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Augusti Zamoyski (1893-1970) e José Alves Pedrosa (1915-2002).

Seminário debate patrimônio

Em comemoração ao Dia Nacional do Patrimônio e pela passagem dos seus 45 anos de fundação, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) promove hoje e amanhã, das 10h às 18h, em Belo Horizonte, o seminário “Patrimônio cultural e contemporaneidade: a preservação do patrimônio cultural”, em parceira com o Instituto Inhotim. Estarão presentes gestores públicos, pesquisadores e integrantes de comunidades tradicionais, como Arturos, de Contagem, na Grande BH, e grupos remanescentes de quilombos do Pará (Malungu) e quilombolas, para debate sobre preservação de bens culturais e as relações contemporâneas de urbanismo, ocupação e arte. As atividades serão no auditório do BDMG, que fica na Rua da Bahia, 1.600, Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul da capital.


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