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Estado de Minas

'Certeza que o carro é a chave de tudo', diz mãe de garota desaparecida em Nova Lima

Imagem de um sedã prata flagrada por câmera de segurança de ônibus indica que o veículo pode estar envolvido no desaparecimento da adolescente em Nova Lima, aponta investigação


postado em 16/07/2016 06:00 / atualizado em 16/07/2016 07:34

Ana Paula sumiu enquanto aguardava carona para ir a uma festa com uma amiga (foto: Reprodução/Facebook)
Ana Paula sumiu enquanto aguardava carona para ir a uma festa com uma amiga (foto: Reprodução/Facebook)

“Tenho certeza de que esse carro é a chave de tudo. E também posso te falar que se ela entrou no veículo, com certeza foi obrigada. Ela não entraria por conta própria”, diz a doméstica Luciene Dias de Carvalho Lopes, de 42 anos, mãe da jovem Ana Paula Carvalho Lopes, de 15, desaparecida desde 25 de junho. Ana foi vista pela última vez em um ponto de ônibus ao lado de uma das portarias do Condomínio Miguelão, em Nova Lima, na Grande BH. Ontem, a Polícia Civil divulgou imagens captadas por uma câmera de um ônibus que passou pelo local cinco minutos depois do último registro da adolescente. O vídeo mostra um carro sedã médio prata parado e o ponto vazio, sem nenhum passageiro aguardando transporte. “Eu acho que essa imagem nos revela que talvez a Ana Paula estivesse dentro desse carro. Nos dá certeza absoluta hoje? Não, mas a probabilidade existe e não é pequena”, diz a delegada Valéria Decat de Moura, titular da Delegacia Regional de Nova Lima.

As imagens mostram o coletivo trafegando pela BR-040 no sentido Belo Horizonte. O ônibus segue normalmente pela faixa da direita da rodovia, antes de acessar uma saída para a pista marginal. O relógio marca 17h47 de 25 de junho e, ao alcançar a marginal, o ônibus passa pela portaria do condomínio e logo depois pelo ponto de ônibus. É nesse momento que surge um veículo prata, aparentemente um sedã de médio porte parado ao lado do ponto. O vídeo não tem qualidade suficiente para que os policiais possam descobrir qual é o modelo e muito menos para a identificação da placa. Porém, a imagem é clara o suficiente para mostrar que o ponto está vazio. Cinco minutos antes, às 17h42, um dos seguranças do Miguelão viu Ana Paula no ponto, o que sugere o envolvimento do motorista do carro prata. “Eu tenho fé que a polícia vai descobrir esse carro e conseguir encontrar minha filha sã e salva. É dessa forma que eu quero que ela volte”, confia Luciene.

A Polícia Civil reuniu nessa sexta-feira duas delegadas e dois delegados que trabalham nas três unidades envolvidas com a apuração do caso para prestar esclarecimentos sobre os trabalhos. A família de Ana chegou a criticar a atuação dos policiais por não compartilharem informações novas que possam levar ao paradeiro da garota. O delegado Ramon Sandoli, que comanda o Departamento Estadual de Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp), garantiu que as equipes estão focadas em encontrar a jovem. “Estamos com três unidades envolvidas 24 horas por dia no caso para encontrar a garota”, afirma o policial. Além do Deoesp e da delegacia de Nova Lima, a Divisão de Desaparecidos também está apoiando. Os delegados admitiram, porém, que a investigação ainda não levantou nenhuma informação que aponte para o que possa ter acontecido com a adolescente, o que ainda mantém todas as hipóteses, como sequestro, homicídio e o desaparecimento voluntário.



CELULAR

Os delegados também foram questionados sobre prováveis pistas que o celular da jovem poderia apontar, como ligações feitas ou recebidas no momento em que já estivesse desaparecida. “Ainda não temos nada de concreto que motivasse o sumiço. O celular foi desligado após o desaparecimento”, acrescenta Sandoli, destacando que alguns levantamentos do caso estão sendo mantidos em sigilo. O delegado Fernando Marins, da delegacia de Nova Lima e responsável pelas investigações, indica que as próximas diligências vão focar no carro suspeito. Até agora, 20 pessoas já foram ouvidas, entre familiares, amigos e eventuais testemunhas. “Esse carro tem uma grande relevância porque estava parado no momento em que ela desapareceu”, reforça o policial. Uma das possibilidades de conseguir mais informações é buscar outras câmeras na região que possam ter flagrado o veículo.

Os delegados aproveitaram a entrevista para falar sobre um fato que levantou a possibilidade de que o caso fosse um sequestro. Segundo Ramon Sandoli, em 27 de junho uma menina que estuda na mesma escola de Ana Paula recebeu uma ligação de um número não identificado. O homem do outro lado da linha dizia que tinha sequestrado uma amiga da dona do celular, exigindo um depósito de R$ 5 mil em uma conta da Caixa Econômica Federal para liberá-la. Nesse momento, o Deoesp entrou no caso e descartou essa hipótese. “Foi uma infeliz coincidência. Chegamos à conclusão de que foi um golpe de falso sequestro”, diz o delegado.

A responsável pela Divisão de Desaparecidos da Polícia Civil, Elizabeth Freitas, destacou que qualquer informação que ajude na investigação deve ser encaminhada pelo telefone 0800-2828-197. Segundo a delegada, entre 20 e 30 denúncias sobre o caso já chegaram à polícia e todas estão sendo checadas. “É importante lembrar que todas as informações podem ser passadas de maneira anônima”, afirma a policial. Enquanto isso, a mãe de Ana Paula, que tirou férias do trabalho para focar suas atenções em encontrar a filha, já tem data para voltar ao serviço. “Volto na segunda-feira. Tenho fé em Deus que vou voltar com ela em casa. Vai ser uma luta muito difícil retomar a vida sem ela”, completa Luciene.




CRONOLOGIA DO CASO

Informações de que a Polícia Civil dispõe sobre o desaparecimento de Ana Paula, em 25 de junho

16h30 – Ana Paula avisa aos pais que pretende ir a uma festa com uma amiga e que o pai da colega a buscaria no Condomínio Miguelão
17h20 – A jovem sai de casa e começa uma caminhada até o ponto de ônibus ao lado da Portaria C do condomínio
17h36 – Ana é vista por um segurança da portaria, que fazia uma ronda externa. Ela estava esperando no ponto de ônibus
17h42 – Outro segurança também vê a jovem no mesmo ponto
17h47 – Uma câmera de segurança de um ônibus filma o ponto vazio e um carro prata, aparentemente um sedã de médio porte, parado. A qualidade do vídeo não permite aos investigadores descobrir o modelo e muito menos a placa
17h55 – O pai da amiga de Ana Paula chega para buscá-la, mas não a encontra no ponto combinado. A mãe liga para o celular da adolescente, mas ele já está desligado


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