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Estado de Minas

Gravações da PF indicam estratégias para obstruir apurações de desastre em Mariana

Diálogos telefônicos de funcionários a serviço da Samarco sugerem acertos de depoimentos, bem como a omissão de informações técnicas em relação à Barragem do Fundão, que se rompeu em novembro último


postado em 23/06/2016 23:35 / atualizado em 23/06/2016 23:57

Rejeitos da Barragem de Fundão encobriram o subdistrito de Bento Rodrigues(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Rejeitos da Barragem de Fundão encobriram o subdistrito de Bento Rodrigues (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Novas denúncias indicam que funcionários da mineradora Samarco e de empresas que prestavam serviços à companhia podem ter agido para dificultar as investigações relacionadas ao rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas. No desastre, morreram 19 pessoas, o subdistrito de Bento Rodrigues foi devastado e a Bacia do Rio Doce, totalmente poluída, além de parte do litoral capixaba.

Gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal, divulgadas nesta quinta-feira pelo Jornal Nacional, reforçam a suspeita de tentativa de atrapalhar as apurações da tragédia. Em conversa gravada em janeiro deste ano, um funcionário a serviço da Samarco contou ao gerente de Projetos, Germano Lopes, o que falou aos peritos que queriam ver relatórios. A conversa indica que documentos relativos à barragem foram entregues à polícia depois de passar pelo crivo do departamento jurídico da mineradora.

Durante as investigações, agentes da PF encontraram indícios de omissão de informações importantes para apontar as causas do desastre.Nas gravações das conversas telefônicas, constatam-se acertos de detalhes que funcionários de empresas contratadas deveriam observar em depoimentos e na apresentação de documentação técnica.

Um dos diálogos envolve o sócio da empresa VogBR Othávio Afonso Marchi. A empresa foi contratada pela Samarco para avaliar a estrutura da Barragem do Fundão. No áudio, Marchi parece combinar o depoimento à polícia com o engenheiro Samuel Santana Loures, que atestou a estabilidade da represa.

Ao Jornal Nacional, a Samarco declarou que sempre colaborou com as investigações e repudiou o que chamou de “insinuações sobre obstrução dos trabalhos”. O diretor de operações da Samarco, Kléber Terra, citado em uma das gravações, repudiou o uso dos diálogos que, para ele, estão descontextualizados e não refletem os fatos. A VogBR não comentou as denúncias.


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