As passagens de ônibus em Belo Horizonte estarão mais caras a partir do domingo. A tarifa da maioria das linhas da capital salta de R$ 3,40 para R$ 3,70, reajuste de 8,82%. Vai ser o terceiro aumento desde 29 de dezembro de 2014. No período de um ano e cinco dias, acumula 29,82% de aumento. Em julho deste ano, quando anunciado o segundo reajuste, o índice foi de 9,6% e, depois de suspenso por decisões judiciais, passou a vigorar em 25 de outubro. Os usuários do transporte coletivo metropolitano também vão pagar mais pelo serviço, com aumento médio de 12,89%.
A série de reajuste das passagens na capital teve início em dezembro de 2014, com a tarifa predominante saltando de R$ 2,85 para R$ 3,10. Em 31 de julho, veio o novo aumento, para R$ 3,40, que gerou protesto e ações da Defensoria Pública que conseguiu suspender o reajuste por duas vezes na Justiça. Houve manifestações de rua contra o novo preço, em menos de um ano, uma delas fortemente reprimida por policiais militares.
Em nota divulgada no começo da noite, a BHTrans informou que o índice médio do reajuste que passa vigorar em 3 de janeiro é de 8,24%, abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), dentro do mesmo período do cálculo tarifário, que é de 10,97%.
Usuários das linhas perimetrais, diametrais, semi-expressas, Move e tarifa de integração metrô passam a pagar R$ 3,70 pela passagem. Nas linhas circulares e alimentadoras (ônibus na cor amarela), a nova passagem é de R$ 2,65. Nas linhas de vilas e favelas (microônibus na cor amarela), a tarifa será de R$ 0,85. E nos serviços executivos SE01(Savassi/Cid. Administrativa), R$6,90 e na SE02(Buritis/Savassi) R$ 5,55. Atualmente, 80% das linhas se enquadram nas de tarifa de R$3,70, 18% nas de tarifa de R$ 2,65 e 2% nas de tarifa de R$ 0,85.
Também as tarifas das linhas do transporte suplementar de Belo Horizonte terão seus valores reajustados em 8,24% a partir do domingo: a tarifa de R$ 2,45 passa para R$ 2,65, a de R$2,75 passa para R$ 3 e a tarifa de R$ 3,40 passa para R$ 3,70. Já o serviço de táxi-lotação, em operação nas avenidas Afonso Pena e do Contorno, passa de R$ 3,75 para R$ 4,05. Os créditos eletrônicos do Cartão BHBUS Vale-Transporte (cartão amarelo), adquiridos até 2 de janeiro terão seu valor de compra mantido até o fim de sua validade. Caso queira, o usuário poderá trocar seus créditos antigos pelos valores das tarifas reajustadas em até 30 dias após a data do atual reajuste, sem complementação de valor. Já o Cartão BHBUS Usuário (cartão azul), com créditos adquiridos até o sábado, tem cobrança da tarifa antiga até 17 de fevereiro.
Metropolitano
As tarifas do transporte metropolitano e intermunicipal também ficam mais caras no domingo, de acordo com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop). Os coletivos metropolitanos terão alta de 12,66%, com passagens passando de R$ 3,95 para R$ 4,45. Essa é a tarifa cobrada a partir do Move Metropolitano nos terminais São Gabriel, Vilarinho, Justinópolis, Morro Alto e São Benedito, o que corresponde a 5,1 milhões de bilhetes dos 19,9 milhões vendidos mensalmente em 2015 no sistema.
Apenas uma linha, a executiva que liga Belo Horizonte ao Instituto Cultural Inhotim, teve a tarifa reduzida em 5,96%, passando de R$36,05 para R$33,90, e agora compõe o mesmo grupo tarifário da linha executiva que liga Contagem ao Aeroporto de Confins. Em 2016, a menor tarifa, válida em 29 linhas, será de R$ 2,95. Já a maior tarifa, no trajeto Betim/Aeroporto de Confins, sobe para R$ 40,70.
O sistema metropolitano tem 825 linhas e atendimentos na Grande BH, opera com uma frota de 2.946 veículos, que transportam uma média diária de 665 mil passageiros em cerca de 15 mil viagens/dia (5,4 milhões/ano).
O governo também reajustou a tarifa dos ônibus intermunicipais, exceto as linhas que circulam na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 11,9%.Com a entrada em vigor dos novos valores, a menor tarifa passou para R$ 2,80, de Sete Lagoas a Prudente de Morais ou de Cambuí a Córrego de Bom Jesus. Já o maior valor, R$ 263,50, contempla de Uberlândia a Juiz de Fora.
Correção
Em nota, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que “o reajuste anual, previsto no contrato de concessão para a prestação do serviço de transporte coletivo de intermunicipal de passageiros, visa à correção da defasagem dos valores das tarifas ocorridos nos últimos 12 meses, considerando a variação dos preços dos insumos, tais como combustíveis, peças de reposição, manutenção, depreciação do veículo, tributos, remuneração da mão de obra, entre outros”. O texto ainda informou que, no período, as maiores variações registradas foram do óleo diesel (16%) e da folha de pagamento (8,68%), em função da convenção coletiva de 2015.
O Sistema Intermunicipal de Transporte de Passageiros conta com uma frota 5.497 veículos que atende a uma média mensal de 5,36 milhões de pessoas.