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Estado de Minas

Ministério determina meta e Belo Horizonte começa combate intensivo ao Aedes aegypti

Com quase 3 mil casos de microcefalia em investigação, Ministério anuncia meta de vistoriar 100% dos imóveis do país até o fim de janeiro. Objetivo é barrar risco de epidemia de zika


postado em 23/12/2015 07:00 / atualizado em 23/12/2015 10:47

Belo Horizonte deflagrou, em ações na Pampulha, seu plano de emergência para encarar a doença(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Belo Horizonte deflagrou, em ações na Pampulha, seu plano de emergência para encarar a doença (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Montar um exército para vistoriar 100% dos imóveis brasileiros até 31 de janeiro, à caça de criatórios do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus. Foi essa a determinação anunciada ontem pelo Ministério da Saúde, durante a divulgação do boletim epidemiológico com números atualizados de casos de microcefalia em bebês que pode estar associada ao zika. Já são 2.782 casos do distúrbio cuja associação com a nova doença é investigada no país – 16% a mais que na semana passada, quando eram 2.401. Ao todo, 135 casos já tiveram relação confirmada. São investigados 40 óbitos de bebês que morreram vítimas da malformação. Para cumprir a meta de erradicar os focos, considerada grande desafio para evitar uma epidemia, o órgão determinou em portaria publicada no Diário Oficial da União a unificação do trabalho dos 266 mil agentes comunitários de saúde da família às atividades dos 43.920 agentes de endemias do país. Em Minas, o batalhão será formado por 35 mil servidores das duas categorias.

Em Belo Horizonte, 1,5 mil agentes de endemias vão se somar a 2,3 mil agentes comunitário para dar conta das visitações. Em BH, o esforço federal vai se articular com o decreto de estado de emergência para combater a ameaça, antecipado pelo Estado de Minas em sua edição de ontem. A iniciativa na capital busca evitar uma epidemia das doenças transmitidas pelo mosquito. Mas, antes mesmo de publicar o decreto, o município criou uma força-tarefa intersetorial e começou a colocar em prática, ontem, uma frente de limpeza e vistorias em imóveis.

Em todo o país, a portaria do Ministério da Saúde prevê o esforço das equipes de saúde em identificar e combater focos, além de mobilizar a participação da comunidade no controle social. Entre as muitas recomendações feitas ontem à população, no sentido de evitar a procriação do mosquito, estão também aquelas relacionadas com as festas e viagens de fim de ano, período marcado por chuvas e com maior circulação de pessoas. Um dos principais apelos é no sentido de que as embalagens descartáveis de produtos usados nas ceias não se tornem criadouros. Outro pedido é no sentido de que moradores que saiam de viagem cuidem de não deixar em suas casas qualquer recipiente que possa acumular água.

“Se hoje não temos uma vacina para zika, chikungunya ou dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser usada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti”, reforçou o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi, frisando também as ações, que incluem descarte correto de latas, garrafas, embalagens de presentes e cuidado adequado com todo e qualquer recipiente que possa acumular água, como baldes ou bacias deixados em quintais. O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, leva de 5 a 10 dias. Por isso, mesmo em uma viagem curta é preciso estar atento. Com o novo plano, a expectativa do ministério é de que cada agente faça diariamente cerca de 20 visitas em imóveis, com o objetivo de cumprir a meta de vistoria em 100% dos imóveis brasileiros até o fim de janeiro.

MUTIRÃO Em Belo Horizonte, a Secretaria Municipal de Saúde informou ontem que a meta será cumprida, com média que varia entre 10 e 30 visitações diárias por agente. Segundo a pasta, o número de agentes de combate a endemias é adequado para o trabalho, que contará também com os agentes comunitários de Saúde, Defesa Civil, Guarda Municipal, entre outras instituições. A capital, que já tem plano de contingência aprovado para lidar contra doenças transmitidas pelo mosquito, informou que, com o decreto de estado de emergência vai intensificar ações intersetoriais, com envolvimento direto na eliminação de criadouros e mobilização de outros órgãos, como as secretarias de Educação, de Fiscalização Integrada, Superintendência de Limpeza Urbana e Guarda Municipal.

O coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Alexandre Lucas, afirmou que o prefeito Marcio Lacerda está preocupado em evitar em Belo Horizonte o que está ocorrendo no Nordeste do país, que enfrenta um surto de zika vírus, inclusive com relação comprovada com a microcefalia. “A Defesa Civil está atuando para agregar todos os órgãos públicos, além dos segmentos religiosos, escolas e ONGs com o objetivo de mobilizar a população para eliminar os focos do Aedes aegypti. Nossa missão é reforçar o trabalho dos agentes de saúde”, afirmou.

ESTADO Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde detalhou que os 6 mil agentes de controle de endemias e 29 mil agentes comunitários já trabalham com ações de orientação à população e prevenção aos focos do vetor. Em 2015 foram registrados no estado 185.583 casos de dengue. Destes, 147.657 foram confirmados, com 67 óbitos. Sobre a febre chikungunya foram registrados seis casos importados da doença. Ainda não há casos confirmados da febre zika no estado. Já em Belo Horizonte, dos 17.396 casos supeitos de dengue, 15.584 foram confirmados e 1.812 permanecem sob investigação. Desde 2014, houve quatro casos de febre chikungunya na capital, todos importados. Até o último dia 18, foram notificados 10 casos de microcefalia cuja associação com o zika vírus é investigada.


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