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Estado de Minas

Secretaria nega surto de microcefalia em Minas e diz que números são "normais"

Minas investiga ocorrências da doença registradas desde novembro, que podem ter relação com o zika vírus


postado em 04/12/2015 06:00 / atualizado em 04/12/2015 08:19

As autoridades de saúde de Minas Gerais estão investigando se 11 casos de microcefalia em bebês recém-nascidos registrados no estado desde 11 de novembro têm algum tipo de relação com a incidência do zika vírus no Brasil. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é o vetor da dengue e da febre chikungunya e, segundo o Ministério da Saúde, tem relação com a alta incidência de microcefalia no Nordeste, no último mês. Nenhum registro mineiro teve ainda ligação confirmada. Por recomendação federal, as análises foram ampliadas. Desde o início do ano, houve 22 notificações em Minas Gerais, número considerado normal pelo superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde, Rodrigo Said. No país, já são pelo menos 1.270 episódios notificados.

"Até o momento, nós não temos a identificação de surto em Minas Gerais. Os casos estão dentro da normalidade", diz o superintendente. Segundo Said, entre 2003 e 2015 foram 215 em Minas. Não computados os 22 de 2015, a média histórica aponta 16 registros anuais entre 2003 e 2014. Ao ser questionado sobre a mesma quantidade de notificações de 11 de novembro até quarta-feira em comparação com os registros de janeiro a novembro deste ano, ele atribuiu ao protocolo estabelecido agora pelo Ministério da Saúde para notificações.

A malformação afeta o cérebro dos bebês, que nascem com o perímetro cefálico menor que o normal, habitualmente superior a 33 centímetros. Essa situação prejudica o desenvolvimento da criança. A microcefalia pode ser causada por substâncias químicas e agentes biológicos como bactérias, vírus e radiação, mas também pode ser motivada por fatores genéticos. Em Belo Horizonte, há exemplos de grávidas que desmarcaram viagens ao Nordeste, preocupadas com o risco para seus bebês, conforme orientação de médicos da capital. Além disso, cresceu a busca por informações nos hospitais da cidade.

Em Minas Gerais, os 11 casos sob monitoramento da Fundação Ezequiel Dias (Funed) estão em Belo Horizonte (3), Contagem (2), Montes Claros (2), Uberlândia (1), Ponte Nova (1), Congonhas (1) e Curvelo (1). Na capital, uma quarta ocorrência, anterior ao período de notificação compulsória, teve a relação entre zika e microcefalia descartada. A gerente de Vigilância e Informação em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Maria Tereza Oliveira, diz que 86% dos criadouros do Aedes aegypti estão em residências. “Queremos fazer um apelo à população para que realmente esteja muito atenta, na sua casa e no trabalho, se pode existir algum criadouro do mosquito e eliminá-lo”, afirma. Em 2015, a secretaria realizou 158 mutirões de combate ao mosquito, recolhendo 488 toneladas de resíduos e 764 pneus, além do trabalho rotineiro de visita domiciliar por agentes de endemias.

O secretário de Saúde de Contagem, Evandro Silva, se adiantou e informa que a vigilância epidemiológica da cidade descartou a relação entre zika e microcefalia nos dois casos sob suspeita no município, apesar de o estado ainda não ter concluído as investigações. O secretário afirmou que a prefeitura vai intensificar as visitas domiciliares e lançar em 2016 a segunda versão do programa Brigada da Limpeza, com o objetivo de eliminar o mosquito. “Na primeira versão, feita neste ano, retiramos 8 mil toneladas de lixo e objetos inservíveis nas oito regionais de Contagem. Visitamos 140 mil residências”, contabiliza.

Já em Montes Claros, no Norte de Minas, existe preocupação da prefeitura pelo fato de a cidade estar localizada em um grande entroncamento rodoviário, com fluxo intenso de pessoas de outros estados, principalmente do Nordeste. O coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, Edvaldo de Freitas Francisco, diz que hoje vai se reunir com a Secretaria de Serviços Urbanos para discutir ações de intensificação do combate ao Aedes aegypti. A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, responsável por 53 cidades da região, também fortaleceu ações de combate ao mosquito por meio de treinamentos repassados aos médicos.

Entenda os sinais

Sintomas gerais da dengue/zika/chikungunya

» Febre
» Coceira
» Dor de cabeça
» Dos atrás dos olhos
» Dores pelo corpo e nas juntas
» Manchas vermelhas pelo corpo
» No caso do zika, uma das características é a coceira mais acentuada nas manchas vermelhas, e a febre é mais baixa
» A chikungunya se caracteriza por dores muito mais fortes nas articulações, que podem durar meses

Recomendações para gestantes

» Fazer um pré-natal qualificado, com todos os exames recomendados
» Relatar ao médico qualquer problema durante a gestação
» Uso de repelentes indicados para o período de gravidez
» Uso de roupas com mangas compridas
» Evitar acúmulo de água parada em casa ou no trabalho
» Independentemente do destino ou motivo, consulte o médico antes de viajar

Risco maior até o terceiro mês

A confirmação da relação entre o zika vírus e a microcefalia ficou 100% confirmada pelo Ministério da Saúde em 28 de novembro, por meio dos exames feitos em um bebê que nasceu com a malformação cerebral no Ceará. O Instituto Evandro Chagas, de Belém (PA), encaminhou resultados de análises que mostram a presença do zika no sangue e tecidos da criança. As investigações devem continuar para esclarecer questões como a transmissão, a atuação no organismo humano, a infecção do feto e o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em avaliação inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez, segundo o Ministério da Saúde.


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