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Estado de Minas

PM nega coação de testemunha da morte de adolescente em BH

Corregedoria da corporação investiga conduta de policias militares acusados de matar adolescente durante abordagem


postado em 17/09/2015 13:45 / atualizado em 17/09/2015 15:15

Hugo Vinícius Braz da Silva, de 14 anos (detalhe), foi morto na Rua Veredinha, no Bairro Pompeia: ele portava uma arma de brinquedo (foto: Cristina Horta/EM/DA Press / Reprodução)(foto: Cristina Horta/EM/DA Press / Reprodução)
Hugo Vinícius Braz da Silva, de 14 anos (detalhe), foi morto na Rua Veredinha, no Bairro Pompeia: ele portava uma arma de brinquedo (foto: Cristina Horta/EM/DA Press / Reprodução) (foto: Cristina Horta/EM/DA Press / Reprodução)

A Corregedoria da Polícia Militar considera normal a testemunha do caso do assassinado de Hugo Vinícius Braz da Silva, de 14, ter sido levada por um sargento e um cabo da PM para a sede do 22º Batalhão após a ação policial que terminou na morte do menor em Belo Horizonte. Para o corregedor da corporação, coronel Renato Carvalhais, o adolescente de 17 anos que estava com Hugo no momento da abordagem foi ouvido na condição de testemunha e não sofreu coação.

“Esse menor foi levado juntamente com a mãe dele para quartel de polícia para ser ouvido como testemunha. Não existe essa prisão do menor conduzido para o quartel”, explicou o coronel em entrevista coletiva nesta quinta-feira. O fato dos militares não terem levado a testemunha para depor na delegacia logo após o homicídio também é visto como procedimento comum nesse tipo de caso. "Eu entendo que eles (os policiais) nem poderiam ir direto para Cia (Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional – CIA/BH) com essa ocorrência. Nós estamos falando de um crime militar onde a autoridade de polícia judiciária é o comandante da unidade. ", completou.

A Justiça aceitou ontem pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e decretou a prisão preventiva sargento Luciano de Abreu Ramos, de 41, e o cabo Ricardo Costa de Andrade, de 38. Ambos os suspeitos já estavam presos no 22º Batalhão e vão pelo responder crime na Justiça comum.

Durante a coletiva, o corregedor detalhou os procedimentos de investigação do caso. "O policial militar que praticar homicídio doloso contra a vida é julgado pelo Tribunal do Júri, mas a apuração é feita pela PM, que encaminha o caso à Auditoria de Justiça Militar. Nada impede que a Polícia Civil faça a investigação paralela”.

O cabo e o sargento ainda não prestaram depoimento na Corregedoria, porém um Inquérito Polícia Militar (IPM) foi aberto para investigar a conduta dos suspeitos. De acordo com o coronel, os militares podem ser expulsos antes mesmo do julgamento. Conforme o Tribunal de Justiça, os investigados já respondem por homicídios.

PMs podem ser expulsos da corporação

A Corregedoria da Polícia Militar já abriu um inquérito que investigará a conduta dos militares durante a ação que terminou na morte do adolescente. O prazo das apurações são de 40 dias podendo ser prorrogados por mais 20, em caso de necessidade. Caso seja encontrada algum desvio dos policiais, eles podem serem expulsos da corporação. “Administrativamente, se identificar que há desvio de conduta grave, como por exemplo uma execução, ao final das apurações, eles podem vir a ser demitidos”, comenta o coronel Renato Carvalhais.

As investigações vão apurar se os dois militares cometeram algum crime durante a ação policial. “Estamos avaliando a conduta, se houve abuso, constrangimento ilegal ao menor, falsidade ideológica, e se houve um outro crime para acobertar o primeiro crime, por exemplo. Pode não ter tido nada e podemos arquivar esse inquérito. Eles podem até ser condenados pela Justiça comum e continuar na PM”, disse Carvalhais.

Outro ponto a ser avaliado no inquérito será a retirada do sargento e do cabo da delegacia depois do crime. “Ainda não conheço o problema da delegacia a fundo. Sei que foram para a delegacia e depois saíram. Ainda vou conversar com a delegada e com a juíza. Então, vamos saber o que está acontecendo”, afirmou o coronel.

De acordo com o Boletim de Ocorrência, o delegado Alan Oliveira solicitou a presença dos dois policiais militares (Luciano e Ricardo) na delegacia, que foram levados pelo tenente Silderson Cleison Cordeiro.

Quando o tenente soube que os dois policiais militares seriam ouvidos na condição de conduzidos (autuados por prisão em flagrante por terem cometido um homicídio), o tenente foi embora da delegacia e determinou que seus subordinados também fossem. “O que foi cumprido, mesmo eles estando na condição de conduzidos, ou seja, de presos e sem a autorização da autoridade policial”, informa o BO. A Polícia Civil e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também apuraram esta situação.

O CASO Hugo estava conversando na Rua Juramento, na noite de segunda-feira, quando a viatura com o sargento Luciano de Abreu e o cabo Ricardo Costa Andrade se aproximou. Os dois estavam na busca por autores do roubo de uma motocicleta, mas o garoto, que portava uma arma de brinquedo, correu e foi baleado nas costas na Rua Veredinha. Ele estava acompanhado de outro adolescente, de 17 anos, e mais dois rapazes.


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