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Estado de Minas ORLA DA PAMPULHA

Prefeitura de BH vai aplicar inseticidas em cavalos para combater o carrapato-estrela

Período de proliferação do carrapato, quando há larvas e ninfas, acontece entre o outono e o inverno. Profissionais das nove regionais da capital já estão sendo treinados para o trabalho


postado em 09/07/2015 16:12 / atualizado em 09/07/2015 16:20

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte prepara mais uma arma para combater o carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da febre maculosa. Profissionais das nove regionais da cidade estão sendo treinados para aplicar inseticidas nos cavalos em situação de risco, especialmente os que circulam na orla da Lagoa da Pampulha.

Segundo o veterinário Eduardo Viana Vieira Gusmão, técnico da Gerência de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, explica que o período de proliferação do carrapato, quando há larvas e ninfas, acontece entre o outono e o inverno. Assim, a aplicação do produto químico neste momento é mais eficaz, combatendo o aracnídeo antes da fase adulta.

A pasta firmou uma parceria com a Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para capacitar 30 profissionais das nove regionais da capital entre veterinários, biólogos e agentes de combate a endemias. A primeira aula, teórica, aconteceu no final de junho. As aulas praticas serão realizadas em cavalos usados na tração animal no município. Para isso, foi realizado um levantamento para identificar os equinos que circulam por áreas com risco de carrapatos, num total de 100 animais. Os parceiros entraram em contato com os carroceiros e com a associação que representa os trabalhadores, convidando para a aplicação gratuita do inseticida nos cavalos. A primeira aula prática aconteceu nesta quinta-feira, quando 10 animais receberam o produto na Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes (URPV) do Bairro Castelo, na Pampulha. A região da Pampulha foi priorizada por conta do histórico de problemas com carrapatos, mas a inciativa poderá ser aplicada nas outras regionais caso haja infestação.

“Você tem uma base específica, um químico para utilização segura nos equinos, minimizando qualquer possibilidade de intoxicação, e eles são pulverizados com a solução do inseticida. Essa pulverização acontece nesse período de maior infestação por larvas e ninfas, que se estende de abril até setembro e outubro”, explica Gusmão. Os animais devem receber de seis a oito banhos da substância, com um intervalo para avaliação da infestação, com intervalo de uma semana. “Ele tem um efeito residual, fica no animal, que também serve como isca viva para carrapatos que estão no ambiente. Onde ele parar para pastar e o carrapato subir, esse carrapato morre”, destaca.

Os cavalos foram escolhidos considerando o contato direto com os seres humanos e a circulação dos animais por diferentes áreas da cidade. “O controle é tanto para o ambiente da Pampulha, como para prevenir que a doença chegue no carroceiro, na família dele e se espalhe para outros locais. Você cria nele uma barreira ou um controle, assim não vai transmitir nem para o ser humano, nem para outros animais domésticos”, esclarece.

TRABALHO CONTÍNUO Conforme o veterinário, a borrifação de inseticida em cavalos para o combate aos carrapatos já foi realizada com sucesso em Belo Horizonte entre 2007 e 2008 na Regional Noroeste. A capacitação deve ser concluída em meados de agosto e a expectativa é de os trabalhos de controle de infestação sejam permanentes.

Eduardo Viana destaca que o combate ao carrapato é muito complexo, por envolver questões ambientais. “Você não pode atuar de uma forma generalizada, você tem contextos. No âmbito da saúde pública, nosso maior medo é onde você tem uma alta infestação de carrapatos e a presença do ser humano”, diz. Desde o ano passado, a orla da lagoa e o Parque Ecológico da Pampulha têm placas alertando para a presença dos aracnídeos. A prefeitura também distribui materiais educativos sobre os riscos da febre maculosa. “Mesmo sem cavalos ou capivaras, qualquer mamífero ou ave serve de repasto sanguíneo para o carrapato. Na Pampulha você tem coelhos silvestres, roedores menores. Nosso objetivo na Pampulha não é erradicar o carrapato, mas controlar a população para que a quantidade dele seja mínima, principalmente na área onde o ser humano frequenta”.

IMPASSE
A situação das capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha ainda gera impasse. Em setembro, será completado um ano da captura dos primeiros animais para análise da presença da bactéria da febre maculosa e posterior esterilização. Dos 46 animais recolhidos no ano passado, apenas 20 ainda sobrevivem em cativeiro nos bretes montados pela prefeitura no Parque Ecológico. As mortes geraram revolta nas organizações ambientais da cidade e se tornaram alvo de inquérito da Polícia Civil, que apura se houve maus tratos. A apuração se encontra na fase final.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) afirma que a autorização para a captura e manutenção dos bichos em cativeiro era provisória e como a prefeitura ainda não apresentou o laudo comprovando que os animais apresentam riscos, elas deveriam ser soltas. Em março, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) expediu uma recomendação para a soltura dos animais, mas a Prefeitura de Belo Horizonte recorreu da ação Tribunal Regional Federal (TRF) e desde então o cativeiro dos animais é mantido.

A última reunião entre Ibama e PBH aconteceu em 22 de junho e mais uma vez terminou sem acordo, conforme o Ibama. Pelo menos outros 50 animais seguem soltos na orla. Sobre o manejo destes, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou, por meio de nota, que segue aguardando um posicionamento do Ibama ou da Justiça Federal.


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