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Estado de Minas

D.A. da Faculdade de Medicina da UFMG abre vaga de estágio para pessoas trans

Diretório Acadêmico reconhece a dificuldade dos transexuais no mercado de trabalho e vê a iniciativa como oportunidade para romper preconceitos


postado em 20/05/2015 16:48 / atualizado em 22/05/2015 16:37

Cristal Lopez foi a representante da Rede Afro LGBT no Movimento da Marcha das Mulheres Negras na última semana(foto: Arquivo Pessoal)
Cristal Lopez foi a representante da Rede Afro LGBT no Movimento da Marcha das Mulheres Negras na última semana (foto: Arquivo Pessoal)
“Eu trabalhava como secretária em um escritório de advocacia e sentia que os outros funcionários ficavam desconfortáveis com a minha presença”. O depoimento de Cristal Lopez, de 32 anos, mostra as dificuldades encaradas por pessoas trans no mercado de trabalho. A jovem, que recentemente se formou em Moda pela UniBH, diz que até hoje sente que as pessoas têm medo de contratar transexuais. “Acham que nós precisamos de tratamento diferenciado, mas isso não é verdade. Queremos que nos tratem como todos os outros, não tem segredo”, conta.

Analisando os frequentes casos de discriminação, o Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB), do curso de Medicina da UFMG, abriu uma seleção de estágio voltado para esse grupo. Estudantes de todos os cursos de qualquer universidade podem se candidatar à vaga de secretário da sede social da instituição representativa.

O coordenador de movimento estudantil do DAAB, Erickson Ferreira Gontijo, diz que a ideia surgiu do contato com movimentos sociais e com estudantes LGBT. “Nossa secretária acabou de se formar e decidimos fazer dessa vaga uma oportunidade para as pessoas trans. Acreditamos que essa é uma ótima maneira de inclusão social e de rompimento de preconceitos na comunidade acadêmica”, avalia.

A bolsa de estágio é de R$ 450 e o trabalho é de meio período diário. Até agora, o Diretório Acadêmico já recebeu 10 inscrições. “Um dos inscritos mora na Bahia e diz que tem disponibilidade para vir para Belo Horizonte caso consiga a vaga”, conta Erickson.

Segundo o coordenador, a vontade da instituição representativa é que essa vaga fosse de um emprego formal, mas essa possibilidade é menor porque o DAAB não recebe fundos da UFMG. “Vamos analisar os currículos e depois vamos analisar a possibilidade modificar a vaga. Algumas pessoas que já se formaram também estão interessadas”, diz.

Essa é a vontade de Cristal Lopez, que vê na iniciativa uma boa maneira de se incentivar pessoas trans a frequentarem o ambiente acadêmico. “Ainda penso em me candidatar, mas não sei se será possível, pois já me formei. Tenho amigas que não tentam entrar na universidade por receio de sofrer rejeição”, conta.

O candidato que se interessar pela vaga deve encaminhar uma cópia do currículo até esta sexta-feira para o endereço de email daabmedicinaufmg@gmail.com.


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