
Claudiney Silva conheceu Yessica em uma de suas viagens ao Paraguai. O homem, conforme as investigações, vai ao país, constantemente, para comprar produtos eletrônicos e suplementos alimentares para academia. O casal começou a manter um relacionamento e o suspeito passou a adquirir as mercadorias com o irmão da mulher, chamado de Félix.
Na última semana, Claudiney foi até o Paraguai com dois amigos e procurou por Félix. “Ele deu R$ 4 mil para o irmão da mulher relativos à compra de produtos eletrônicos. Já os comparsas pediram para o homem intermediar uma negociação de arma. Félix, então, apresentou um traficante a eles. A dupla pagou R$ 10 mil de entrada e pagariam o restante quando o armamento chegasse”, explicou o delegado Rodolpho Tadeu Machado, da 3ª Delegacia de Vespasiano do Morro Alto, responsável pelo caso. Porém, a carga não chegou e o dinheiro ficou retido.
Foi assim que a trama do falso sequestro começou. Segundo a Polícia Civil, Claudiney ligou para Yéssica cobrando o dinheiro que os amigos haviam pago. “Ela falou para ele não se preocupar, que iria resolver a situação como prova de amor”, diz o delegado. A mulher veio para o Brasil, onde se encontrou com o companheiro e os amigos dele.
No dia seguinte à chegada de Yéssica ao Brasil, o irmão dela começou a receber mensagens de áudio e fotos que foram usadas para forjar o sequestro. Em um dos áudios, um homem se passa pelo sequestrador e manda a mulher falar com Félix. A mulher diz: “Cara, paga logo para eles. É por sua culpa que estou aqui, seu idiota. Paga logo para eles senão vou morrer, cara”. Ouça o áudio abaixo.
Desesperado, Félix procurou o Ministério Público paraguaio que, depois, acionou a Polícia Civil do Paraná. “Os policiais trabalharam bem e nos enviaram informações de que o suposto cativeiro seria no Bairro Morro Alto, em Vespasiano. Conseguimos chegar até o casal e fizemos a prisão”, diz o delegado. Ao serem detidos em flagrante, os suspeitos negaram o crime, porém, acabaram confessando o falso sequestro.
A polícia tenta, agora, chegar até os amigos de Claudiney. “Já conseguimos identificá-los. O advogado já entrou em contato com a delegacia querendo marcar uma data para eles prestarem depoimento”, diz Machado. As investigações sobre o tráfico internacional de armas devem prosseguir com agentes do Departamento de Operações Especiais (Deoesp). Os presos vão responder por extorsão.
