A depredação e o abandono do Cemitério do Bonfim, na Região Noroeste de Belo Horizonte serão debatidos em audiência pública na próxima semana. Patrimônio afetivo, histórico e cultural de Belo Horizonte, a necrópole está em más condições de conservação conforme denunciou o Ministério Público em ação ajuizada contra a Prefeitura BH e a Fundação de Parques Municipais, responsável pela administração do local.
O cemitério é atração turística devido aos mausoléus e esculturas imponentes nos túmulos construídos com mármore, bronze ou granito. Ele tem cerca de 17 mil túmulos divididos em 54 quadras e sofre com depredação, roubo de peças e sujeira. Em meio à mudança na empresa terceirizada que faz a manutenção, as más condições levaram o Ministério Público se manifestar.
O mato tomou conta do ambiente, o que dificulta o acesso dos visitantes aos túmulos. O lixo atrai baratas e outros insetos. O cemitério apresenta, ainda, iluminação ruim e furto frequente de peças em mármore e bronze. Segundo o MP, muitas pessoas entram durante o dia no cemitério, bambeiam os parafusos das peças e voltam à noite para levá-las. Assim, cerca de 500 peças que foram retiradas estão entulhadas em um quarto na sede administrativa. Segundo a promotoria, crucifixos e esculturas roubadas são vendidas no mercado paralelo a preços elevados.
A audiência na Câmara Municipal será realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor. Foram convidados para a reunião representantes da Secretaria Municipal de Governo, Fundação de Parques Municipais e Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais.