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Estado de Minas

Vazamento de gás expõe falta de coordenação de ações entre Copasa e Gasmig

Incidente no Bairro Santo Agostinho, onde moradores tiveram que sair de seus prédios no último domingo, já é o terceiro que ocorre este ano


postado em 17/03/2015 06:00 / atualizado em 17/03/2015 07:16

Moradores de quatro prédios na Alvarenga Peixoto tiveram de deixar seus imóveis após incidente em obra(foto: FOTOS: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
Moradores de quatro prédios na Alvarenga Peixoto tiveram de deixar seus imóveis após incidente em obra (foto: FOTOS: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)

Um dia depois de um vazamento de gás, na Rua Alvarenga Peixoto, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, colocar em risco a segurança da vizinhança, os moradores ainda estavam assustados com o incidente apesar de o problema ter sido reparado. É o caso da jornalista Patrícia Levy, de 32 anos, que, juntamente com os outros moradores, teve que deixar um dos quatro prédios evacuados no início da noite de domingo pela Defesa Civil. “Foi um transtorno. Moro no último andar e o cheiro de gás estava muito forte. Ficamos com muito medo. Meu irmão ficou intoxicado, com dor de cabeça, olhos e garganta irritados”, disse. O incidente expõe a falta de coordenação de ações entre a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), quando fazem reparos nas redes subterrâneas.

"Foi um transtorno. Moro no último andar e o cheiro de gás estava muito forte. Ficamos com muito medo. Meu irmão ficou intoxicado, com dor de cabeça, olhos e garganta irritados", Patrícia Levy, jornalista (foto: FOTOS: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS)
Neste ano, já é o terceiro episódio envolvendo as duas empresas que gerenciam, respectivamente, no subsolo, redes de esgoto e água e gás. Em 21 de janeiro, um cano da Copasa foi estourado por funcionários da Gasmig na Rua Cláudio Manoel, esquina com a Rua Rio Grande do Norte, no Bairro Funcionários, também na Região Centro-Sul de BH. Onze dias depois, em 1º de fevereiro, funcionários de uma empresa terceirizada, que presta serviços para a Copasa, ao fazer a retirada de esgoto da rede pluvial, estouraram a canalização Gasmig, na Rua João Pio, no Bairro Engenho Nogueira, Região da Pampulha.

O último incidente ocorreu no domingo, na Rua Alvarenga Peixoto. O vazamento começou por volta das 16h, depois que funcionários da Copasa iniciaram reparos na rede de esgoto. O incidente mobilizou a Copasa, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. “Os bombeiros subiram e nos disseram que havia risco de explosão”, conta Patrícia. Quatro prédios foram evacuados e a rua interditada até que o problema fosse sanado. O que, segundo moradores, ocorreu na madrugada de ontem, por volta das 4h.

Os moradores ficaram surpresos com o incidente, porque há avisos em todos os postes da rua sobre a presença de gasoduto com orientação para que não se escave na área. A Gasmig informou que, por volta das 17h, a equipe técnica já trabalhava para estancar o vazamento, que foi sanado às 20h. Depois da vistoria dos órgãos competentes, que estavam acompanhando os trabalhos no local, os moradores foram autorizados a voltar para suas residências.

REPAROS 

Há 20 dias, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) suspendeu a execução das obras da Gasmig na capital e o licenciamento de novos serviços até que a empresa fizesse a recomposição do asfalto em vias públicas dos bairros Sion, Belvedere e Lourdes, na Região Centro-Sul, e Buritis, na Oeste. De acordo com assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, a Gasmig informou que todos os reparos foram feitos, entretanto, não foi informado o número de obras de restauração. Ainda segundo a assessoria, a prefeitura deverá vistoriar cada uma delas para avaliar o trabalho.

Em nota sobre o incidente de domingo, a Gasmig informou que, com o apoio da Defesa Civil, as equipes trabalharam para a evacuação de quatro edifícios, paragarantir a segurança dos moradores. A companhia de gás esclareceu “que segue rígidas normas de segurança para a construção das suas redes, que são devidamente sinalizadas na superfície das vias e, inclusive, subterraneamente.” A Gasmig informou ainda que “também tem como praxe acompanhar as obras de quaisquer concessionária que a solicite auxílio na execução de obras”.


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