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Estado de Minas

João Leite acusa governo de Minas de tratar de forma leviana a crise da água no estado

O presidente do PSDB estadual diz que vai interpelar o PT judicialmente por declarações feitas pelo atual governador, Fernando Pimentel, que acusou o governo antecessor de ignorar, no ano passado, dois alertas da Agência Nacional de Águas (ANA) para a gravidade da situação


postado em 29/01/2015 19:19 / atualizado em 29/01/2015 19:40

O presidente do PSDB estadual, deputado João Leite, acusou nesta quinta-feira o atual governo de Minas de tratar de forma leviana a crise da água no estado e anunciou que vai interpelar o PT judicialmente por declarações feitas pelo atual governador, Fernando Pimentel. O petista acusou a gestão de seu antecessor, Alberto Pinto Coelho (PP) – que assumiu o governo com a saída de Antonio Anatasia (PSDB) – de ignorar no ano passado dois alertas da Agência Nacional de Águas (ANA) para a gravidade da situação. “Vão ter provar que a Copasa recebeu esse comunicado da ANA. É mentira”, disse João Leite.

De acordo com Pimentel, a situação grave já estava desenhada desde o ano passado e que medidas de economia de água já poderiam ter sido adotadas há seis meses. Para o governador, a população mineira não foi avisada da gravidade da situação.
João Leite também denunciou nepotismo na atual administração do PT, afirmando que a maioria absoluta do conselho da Copasa é formada por pessoas do partido. “O atual diretor da Copasa, Remulo Borges, é irmão do presidente da Cemig”, disse João Leite, ressaltando que vai pedir investigação ao Ministério Público. A questão, segundo o parlamentar, também será questionada judicialmente por ele. “Vamos levar o PT às barras da Justiça o tempo todo”, reagiu.

João Leite criticou a decisão de Pimentel de adotar sobretaxa para consumidores que ultrapassarem a média de consumo de água do ano passado. Segundo ele, o contribuinte representa apenas 10% do consumo. No ano passado, segundo João Leite, os próprios deputados do PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) questionaram a Copasa pela Parceria Público Privada (PPP) para investimento no abastecimento de água. “Disseram que não haveria necessidade, que era só em 2025 que seria necessário”, afirmou. Graças à PPP, segundo o deputado, parte do investimento no Sistema Rio Manso já está em operação e o sistema Rio das Velhas opera normalmente, segundo ele.

O ex-diretor de operação metropolitana da Copasa, Juarez Amorim, disse que várias medidas foram tomadas pela administração anterior para garantir o abastecimento. Ele admitiu, no entanto, que pode ter havido “timidez” da Copasa ao esclarecer a população da real situação. Disse que a Copasa estabeleceu pareceria com o meteorologista do Clima Tempo, Ruibran dos Reis, e que sempre construiu suas ações a partir de reflexões da área técnica, com assessoria do pessoal da meteorologia. “Aquela previsão mais imediata de um Natal de chuva e um réveillon de sol, do dia 15 dezembro ao dia 31 choveu zero milímetro em Belo Horizonte. Aquela previsão de apontava de 80 a 120 milímetros de chuva frustou a análise dos meteorologistas”, afirmou Amorim. Segundo ele, a presidência, diretoria e a Superintendência de Meio Ambiente da Copasa não receberam nenhuma análise da ANA sobre a previsão dos rios que abastecem o sistema da Grande BH. O governo de Minas não se manifestou. Segundo o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Rogério Correia (PT), o governo anterior de escondeu uma crise hídrica grave e impediu o povo mineiro de saber o que estava acontecendo.
Amorim disse que a Copasa trabalha com um plano diretor para atender a Grande BH e que ele serve para planejar as obras. Há dois anos, segundo ele, contrataram por R$ 14 milhões uma empresa por licitação para atualizar esse plano diretor, e que o estudo, que baliza as ações, ainda está em andamento. “A Copasa percebia claramente de que nós precisamos expandir o abastecimento na região metropolitana por um motivo muito claro: a elevação da temperatura e o aumento do consumo de água”, afirmou. As discussões começaram há três anos, segundo ele, e desde dezembro de 2013 começaram as obras da PPP no Sistema Rio Manso, investimento de R$ 500 milhões, com previsão de ficar pronta em dezembro de 2015. Parte da obra foi negociada para ficar pronta ainda em 2014 diante da previsão de aumento da temperatura no planeta, segundo Amorim.
O ex-diretor da Copasa também citou outra obra feita, uma adutora de 22 quilômetros, chamada de linha azul, ligando interligando as regiões do Taquaril, Região Leste, Bairro Céu Azul, na Pampulha, e região de Venda Nova, levando água do Rio da Velhas para o sistema Paraopeba, ou vice-versa, segundo ele. “A ampliação do Sistema Rio das Velhas, obra de R$ 250 milhões, está em sua etapa final e esse ano, concluída, vai aumentar de meio a um metro cúbico por segundo de produção de água”, afirmou. “A partir do segundo semestre de 2014, uma expectativa de que teríamos uma estação de chuva semelhante ou um pouco melhor do que 2013, mas foi o inverso. Choveu abaixo da média histórica”, disse. Segundo ele, o projeto de transposição da água do Rio Paraopeba para o Sistema Rio Manso somente foi pensado no meio do ano passado, quando o sinal de alerta começou a soar de forma clara, segundo ele. “A Copasa tem água suficiente para abastecer toda a população da região metropolitana e eventuais empreendimentos até 2050, mas o plano diretor visa construir um planejamento das obras na medida que vai aumentando a demanda”, disse.


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