(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Impasse sobre redução da vazão na represa de Três Marias será discutido em reunião

Redução drástica da vazão compromete abastecimento das famílias e irrigação de lavouras


postado em 09/10/2014 06:00 / atualizado em 09/10/2014 13:53

A captação de água no São Francisco, tema a ser debatido por entidades e órgãos de governo, está cada dia mais difícil abaixo da represa(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A captação de água no São Francisco, tema a ser debatido por entidades e órgãos de governo, está cada dia mais difícil abaixo da represa (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

A liberação de água pela represa de Três Marias para a garantia da vazão mínima do Rio São Francisco será objeto de nova rodada de negociação em reunião da Agência Nacional de Águas (ANA), marcada para hoje, às 9h, em Brasília. O encontro terá a participação de representantes dos usuários, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), da Cemig e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e de outros órgãos.


Visando o atendimento aos usuários e garantir a vazão mínima do Velho Chico, em virtude da estiagem prolongada, a defluência (quantidade de água liberada) da Usina de Três Marias foi reduzida para 150 metros cúbicos por segundo neste mês. A Câmara Consultiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto São Francisco recomendou que a liberação de água fosse reduzida para 140m3/s em outubro e para 120m3/s em novembro, com a justificativa de que se a medida não for adotada o reservatório (que está com apenas 4,75% da capacidade) pode secar em novembro, caso atrase a chegada do período chuvoso mais ainda.

O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, informou que a decisão de reduzir a liberação de água para 150m3/s neste mês foi tomada em conjunto com a ANA, para garantir o abastecimento humano e não deixar faltar água à produção rural, na qual se inclui o Projeto Jaíba, no Norte de Minas, dedicado à irrigação, que conta com 2 mil produtores e alcança 20 mil pessoas. Chipp disse ainda que, tendo o abastecimento humano e a irrigação como prioridades, a Hidrelétrica de Três Marias está quase desativada, com apenas duas das seis turbinas em funcionamento, com uma geração de 44 MW/h – a capacidade instalada é de 396 MW/h.

PERÍMETRO Ontem, por intermédio da assessoria de comunicação, a Agência Nacional de Águas contestou a informação do diretor-geral do ONS de que a redução da água liberada em Três Marias para 150m3/s foi decidida pela agência reguladora. A ANA informou que a decisão foi “tomada em conjunto”, em reunião realizada em 1º de outubro, com a participação de integrantes de outros órgãos e de representantes dos usuários e do Comitê da Bacia do São Francisco e de produtores do Projeto Jaíba. Na semana passada, o diretor-geral da ANA, Vicente Andreu Grillo, visitou o perímetro irrigado e verificou como está baixo o nível do São Francisco no Norte de Minas, em decorrência da estiagem prolongada.

Ainda conforme a assessoria da ANA, no encontro de amanhã será novamente colocada em pauta a proposta de redução ou não da liberação da água em Três Marias. Serão ouvidos todos os envolvidos na questão, para a busca de consenso. Também será discutida proposta semelhante relativa à Usina de Sobradinho, na Bahia, abastecida pelas águas do São Francisco.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)