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Estado de Minas

Moradores do entorno do viaduto começam contagem regressiva pelo fim dos transtornos

A 10 dias da implosão da alça norte, famílias estão ansiosas e com medo de impactos nos prédios. Perfuração de pilares que vão receber explosivos já começou


postado em 05/09/2014 06:00 / atualizado em 05/09/2014 07:08

Operários trabalham na parte do elevado que permaneceu de pé e deve ser demolida no próximo dia 14(foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Operários trabalham na parte do elevado que permaneceu de pé e deve ser demolida no próximo dia 14 (foto: Fotos: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Famílias residentes no entorno do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, aguardam na maior expectativa a demolição da estrutura da alça norte do elevado. A 10 dias da implosão de três pilares – marcada para o dia 14 –, a opinião dos moradores se divide entre preocupação, ansiedade e confiança, muitos deles temendo pelos impactos nos prédios futuramente. “Está tudo nas mãos de Deus. Estou muito apreensiva”, disse ontem a aposentada Ermelinda da Silva Lobo, residente na Rua Dr. Álvaro Camargos, no Bairro São João Batista. Os moradores estão contando os dias para o fim do barulho, excesso de poeira, trânsito congestionado e uma série de outros transtornos. A queda da alça sul do viaduto, em 3 de julho, deixou dois mortos e 23 feridos.

“Esse lugar virou uma barulheira danada”, lamentou Ermelinda, à tarde, enquanto voltava para casa depois de uma sessão de fisioterapia. Caminhando pela Rua Moacyr Froes, ela mostrou uma das piores consequências da interdição do viaduto. “Com isso, o trânsito foi desviado para cá e a gente é obrigada a passar quase no meio da rua”, comentou, ao mostrar a calçada com buracos, areia e partes cobertas num risco iminente para os pedestres.

Por medida de precaução e atendendo à solicitação das autoridades, a oficial de Justiça Tereza Brito, casada e mãe de dois filhos, vai sair de seu imóvel, na Rua Dr. Américo Gasparini, uma hora antes de iniciar a implosão da alça norte. “Fui à reunião dos engenheiros da obra com a comunidade e senti muita segurança. Não estou com medo de abalos na casa onde moramos há sete anos. Vamos passar o dia com a tia de meu marido”, afirmou.

A preocupação da família é com as duas cadelas poodle, Neném e Cristal, e a pitbul Chaira, apelidada de Nega. “Não temos com quem deixá-las e até agora não sei o que fazer”, comentou Tereza, certa de que não houve, por parte das autoridades, preocupação com as pessoas que vão sair de casa apenas no dia da demolição da estrutura. No portão de entrada, segurando Neném e Cristal, a oficial de Justiça explicou que, desde a interrupção do trecho, está sendo obrigada a manter as portas e janelas sempre fechadas. “A poeira nos móveis é constante.”

Explosivos

Funcionários da Construtora Cowan iniciaram na manhã de ontem a perfuração dos pilares que vão receber 125 quilos de explosivos. Nenhum encarregado do serviço quis dar entrevista. Um engenheiro ainda solicitou que a equipe de reportagem se retirasse por questão de segurança. Numa das laterais da estrutura, na Rua Moacyr Froes, operários retiravam parte da suportes metálicos sob o viaduto. Da sua janela, no Residencial Savana, a aposentada Marilda Siqueira Madeira também garantiu que vai sair uma hora antes da implosão e só voltar uma hora depois, conforme estipulado pela Defesa Civil.

Marilda diz que está vivendo em “contagem regressiva desde que os problemas começaram”. Única do seu prédio que preferiu não abandonar o apartamento, ela se diz “tranquila”. “Se tiver algum problema com o imóvel, será na hora mesmo e ponto final”, afirmou a aposentada.

Operação delicada, a implosão da alça norte vai mexer com a vida de moradores e comerciantes de 370 imóveis das regiões da Pampulha e Venda Nova. Quando estiver no chão, ela será destruída com a mesma tecnologia usada na demolição da alça sul, que afundou e provocou a queda desse braço da estrutura em 3 de julho. Serão usados rompedores hidráulicos para triturar o concreto e outras partes serão cortadas em blocos de um metro de largura com o uso da serra com a fita diamantada. A estimativa é que todos os escombros sejam retirados no prazo de cinco dias após a implosão.

 


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