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Estado de Minas

Interdição da Rua Cabo Verde já dura sete meses e moradores vivem em situação precária

Parte da via cedeu com o desabamento de um muro de arrimo. Moradores reclamam que local não tem luz nos postes e nos imóveis as ligações de água e energia são precárias


postado em 19/07/2014 06:00 / atualizado em 19/07/2014 06:44

Rua Cabo Verde, no Cruzeiro, está interditada desde o desabamento em dezembro, gerando muitos transtornos(foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)
Rua Cabo Verde, no Cruzeiro, está interditada desde o desabamento em dezembro, gerando muitos transtornos (foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)

Prestes a completar sete meses de interdição, a Rua Cabo Verde, no Bairro Cruzeiro, Centro-Sul de BH, segue sem solução que melhore a vida dos moradores. Em dezembro de 2013, parte do pavimento cedeu com o desabamento do muro de arrimo de uma obra na esquina com a Rua Muzambinho. A Construtora Edifica, responsável pela obra, iniciou a contenção da via, mas o trabalho foi embargado pela Justiça, a pedido de uma moradora de um edifício vizinho.

Depois do desabamento do muro, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) interditou três prédios. O órgão apontou risco em três edifícios, mas uma semana depois constatou que os moradores poderiam voltar para os apartamentos. Ficou definido que a Edifica, responsável pela obra de três pavimentos abaixo do nível da rua, que, segundo os vizinhos, causou todo o problema, faria a reconstrução da via.

A obra de contenção e estabilização da Cabo Verde foi embargada depois de a médica Juliana Ferreira de Souza, de 41 anos, moradora do térreo do Edifício Andrea, no número 308, entrar na Justiça pedindo interrupção da obra. Os procedimentos fizeram com que as trincas na área de serviço do apartamento virassem rachaduras, segundo ela, que vive com a irmã e o pai. “Um acordo extrajudicial havia sido firmado para que eles (Edifica) fizessem contenção na lateral do meu prédio para evitar que minha casa desmoronasse durante o conserto da rua”, conta a médica.

O processo corre no Fórum Lafayette. “Estamos aguardando um projeto de contenção do meu prédio. Eu e minha irmã entendemos que era necessária uma ação judicial porque a conduta da empresa nunca foi adequada.

DOR DE CABEÇA A subsíndica do Edifício Tiago diz que o impacto da interdição do quarteirão entre as ruas Muzambinho e Jornalista Jair Silva foi muito grande. Três linhas de ônibus deixaram de circular no trecho, a iluminação pública sumiu, transformando a rua em um breu, e as ligações de água e energia são precárias. “Meu fim de ano foi uma tristeza. O meu IPTU está pago e tudo que temos é provisório. A água vem de mangueira para o prédio. O que vai acontecer quando começar a chover e a água infiltrar nesse terreno?”, completa.

A Defesa Civil Municipal informou que a Rua Cabo Verde segue interditada ao trânsito de veículos para a segurança dos moradores.

O Estado de Minas tentou durante todo o dia de ontem falar com o proprietário da Construtora Edifica, Rogério Valadares, mas ele não atendeu nem retornou as ligações.

Obra causa rachaduras


No Bairro Planalto, Região Norte da capital, moradores de edificações na Rua Fernando Ferrari também aguardam o reparo dos danos que, segundo eles, surgiram há cerca de oito meses, causados pelas obras de duplicação da Avenida Pedro I. Em cômodos da casa de número 215 surgiram rachaduras. Na garagem de um prédio vizinho de quatro andares, existem rachaduras e fendas no piso e em muros. A síndica Thais Dias da Silva, de 34 anos, afirma que as avarias apareceram em dezembro. “Antes, não havia nenhuma marca, nem sequer fissuras”, conta.

Em um muro da garagem, a movimentação que causou a rachadura acabou rompendo a tubulação do sistema de distribuição de gás do prédio. O conserto foi pago pelos próprios moradores. No muro do lado oposto, abriu-se uma fenda que deixou expostas vigas de ferro e pela qual é possível ver a Pedro I lá embaixo. A síndica relata que funcionários da Cowan, responsável pela obra de duplicação da avenida, e de uma empresa contratada pela construtora vistoriaram o edifício em 16 de junho, a pedido dos moradores. Segunda ela, são deles as anotações em uma parede, apontando que uma das rachaduras tem 6 milímetros e outra, 2,5 milímetros.

“Eles (Cowan) disseram que farão os reparos, mas até agora nada”, queixa-se Thais. “Há cerca de dois meses, chamamos um engenheiro por nossa conta para inspecionar os danos. Ele disse que não há risco de o prédio cair, mas que a situação pode se agravar caso chova. Estamos com muito medo”, acrescenta. Outra moradora, a advogada Mary Cristina Soares de Oliveira, de 37, que vive com dois filhos, diz que deixará o local se começar a chover. “A gente vai para casa de parentes”, explica ela, que diz que fez registros formais sobre a situação junto à prefeitura, por meio do telefone 156 e do e-mail da ouvidoria do órgão.

Procurada pelo EM, a Cowan afirmou que faz reparos se for solicitada pela Sudecap. Em nota, a prefeitura informa que a construtora “já foi acionada para executar vistorias nos imóveis e, se forem constatados danos ocorridos em decorrência da obra da Pedro I, eles serão reparados”.


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