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Estado de Minas

Viaduto na Avenida Pedro I, em Belo Horizonte, ruiu em oito segundos

Estrondo ouvido por quem trabalha e vive na região durou menos de 10 segundos. Houve muita poeira, correria e curiosidade para ver o que havia ocorrido. Obra integra BRT/Move


postado em 04/07/2014 06:00 / atualizado em 04/07/2014 07:18

O relógio marcava 15h05 quando os moradores dos bairros Planalto (Norte) e São João Batista (Venda Nova) imaginaram que Belo Horizonte estava sendo sacudida por um terremoto. Foram cerca de oito segundos de um estrondo que, na verdade, era o desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, estrutura construída em formato de Y e que faz parte das obras de alargamento e duplicação da Avenida Dom Pedro I para receber os ônibus do Move. Dois veículos passavam pelo local no momento do desastre e foram atingidos pelo concreto que desmoronou, sendo um ônibus da linha 70 (Conjunto Felicidade/Shopping Del Rey) e um Fiat Uno de Lagoa Santa, na Grande BH. Outros dois caminhões envolvidos na obra estavam parados e também ficaram sob escombros, porém, ninguém ocupava estes veículos de carga. Pelo menos duas pessoas morreram: a motorista do ônibus e o condutor do carro de passeio. Não se sabe se havia outros passageiros dentro do Fiat Uno. Outras 22 ficaram feridas, de acordo com balanço oficial da Prefeitura de Belo Horizonte.

No local da tragédia está em fase final de conclusão um complexo de dois viadutos. O objetivo é conectar os dois lados, da Pedro I. De um desses lados está a Avenida General Olímpio Mourão Filho, no Bairro Planalto, Norte da capital. Do outro, ficam as ruas Moacyr Froes e Doutor Álvaro Camargos, ambas no Bairro São João Batista, já na Região de Venda Nova. A estrutura que desabou faz a ligação com a Álvaro Camargos, para garantir o acesso à Rua João Samaha e levar os motoristas a vários outros bairros de Venda Nova. A perna do Y que permanece erguida sai da General Olímpio Mourão Filho e chega na Moacyr Froes, para possibilitar o acesso à Pedro I no sentido Centro.

Pessoas que trabalham na região comentaram que uma das razões para a avaria foi a retirada das inúmeras estacas que faziam o escoramento da estrutura, trabalho que teria começado na segunda-feira. Segundo um folheto informativo técnico da Cowan, empresa responsável pelo empreendimento, a parte conjunta dos dois viadutos tem 40 metros de comprimento e 17,65m de largura. As duas alças que seguem cada uma para uma rua têm 77,5 metros de extensão cada uma. O Corpo de Bombeiros informou que toda a estrutura pesa 2,5 mil toneladas e estava a uma distância de 5,5m do chão. Alguns especialistas falaram que a estrutura completa pesa em torno de 1,8 mil toneladas. A pista que será destinada aos carros no sentido Centro ainda estava sendo construída. Já as faixas exclusivas à circulação do transporte rápido por ônibus (BRT, da sigla em inglês) estão praticamente prontas e, por isso, recebiam o trânsito de veículos de passeio. Foi nessas faixas que o Fiat Uno e o ônibus da linha 70 foram atingidos. Os dois caminhões estavam no canteiro de obras das pistas mistas.

VENTO E TREMOR
André Dias Souza, de 33 anos, é funcionário de uma empresa terceirizada da obra e dirigia um desses caminhões. “Estava tirando a terra para fazer a base do asfalto novo”, detalhou. No momento da queda, ele e os outros funcionários estavam em pé conversando perto do caminhão. “Senti um vento e sai correndo”, contou. Perguntado sobre como ele conseguiu escapar, André disse: “Você tem que perguntar para Deus”. Rafael Rocha Teixeira, de 29, dirigia outro caminhão e havia acabado de passar por debaixo do viaduto. “Escutei um estalo e em um segundo desmoronou tudo. Foi muito rápido.”

Funcionário de uma loja que comercializa empilhadeiras bem perto do local do acidente, o vendedor Fabrício Soares Martins, de 32, se assustou com a intensidade do estrondo. A loja fica embaixo de um edifício com outros empreendimentos. “Tremeu o prédio inteiro e subiu uma poeira que tampou a visão de tudo. Somos 12 funcionários que saímos ao mesmo tempo para ver o que tinha acontecido. Depois de cinco minutos, conseguimos ver a cena dos veículos embaixo do concreto.”


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