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Estado de Minas

Clube Jaraguá vai responder por morte de criança, diz polícia

Laudo revela falha em duto que prendeu cabelo de menina em ralo de piscina


postado em 26/04/2014 06:00 / atualizado em 26/04/2014 07:37

Perícia de engenharia do Instituto de Criminalística da Polícia Civil responsabilizou o Jaraguá Country Club pela morte da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, sugada pela tubulação do toboágua de uma das piscinas do centro de lazer da Região da Pampulha, em Belo Horizonte. O laudo pericial apontou erro na instalação do duto de sucção, que no dia do acidente, em 3 de janeiro deste ano, prendeu os cabelos da garota enquanto ela nadava. A informação sobre a falha no equipamento é do delegado da 3ª Delegacia de Polícia de Venda Nova, Thiago Oliveira Souza Pacheco, responsável pelo caso. Ele acrescentou que a instalação oferecia riscos aos banhistas. O policial agora aguarda o retorno do inquérito enviado à Justiça há dois meses, quando foi solicitado aumento do prazo para conclusão das investigações, que podem levar até 90 dias após o retorno dos documentos. Segundo ele, falta ainda ouvir e atualizar depoimentos, além de fazer acareações e novas diligências. Só a partir de todos esses elementos a Polícia Civil poderá concluir o caso.

De acordo com testemunhas, Mariana brincava no toboágua quando escorregou e foi sugada pelo ralo da piscina, que é a entrada do duto. O cabelo da garota ficou preso na tubulação, o que a deixou submersa por vários minutos até a chegada do socorro. Um tio da garota contou que ela foi reanimada por médicos do Samu, depois de uma parada cardíaca de quase 20 minutos, e encaminhada para o Hospital Odilon Behrens, onde permaneceu internada por cerca de 12 horas no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade. No entanto, a criança morreu no fim da madrugada do dia seguinte.

A informação sobre o erro de engenharia em relação ao duto não surpreendeu a família de Mariana. Segundo o pai dela, o empresário Marco Aurélio de Oliveira, a morte da menina jamais teria ocorrido se ela não tivesse sido sugada pelo equipamento. “Ela nadava muito bem e não se afogaria se não tivesse algo que provocasse isso”, garante. Mesmo com a comprovação técnica, Marco Aurélio diz que a família não pensa em processar o clube, pelo menos por enquanto. “O delegado precisa concluir o inquérito e remeter à Justiça. Acreditamos muito na Justiça e o processo está seguindo. O laudo apontou erro de engenharia e agora o clube precisa se explicar. Estamos acompanhando tudo de perto”, disse.

Segundo ele, desde a morte de Mariana a família tenta se reestruturar para superar a dor da perda. “Nossa família é muito unida e religiosa. Estamos juntos e entendendo que só o tempo vai nos ajudar a enfrentar essa nova realidade, a entender que em casa, agora, somos três e não mais quatro”, desabafa o empresário. Ele contou que desde o dia do acidente, nenhum familiar conseguiu voltar ao clube, frequentado por Marco Aurélio e seus irmãos há mais de três décadas. Disse ainda que vai vender a cota, por não ter condição emocional de voltar ao lugar. Sobre a outra filha, uma menina de 13 anos, o empresário disse que a garota está tendo acompanhamento psicológico na tentativa de aceitar a morte da irmã, também muito sentida pela mãe.

Entre a lista de pessoas que devem ainda prestar depoimentos estão diretores do clube e testemunhas do acidente. Os familiares já foram ouvidos, segundo o delegado Thiago Pacheco. Em nota, o Jaraguá Country Club informou tem prestado todos os esclarecimentos e informações solicitados pelas autoridades envolvidas na apuração do acidente. “O clube só se manifestará sobre os fatos após ter acesso à conclusão da apuração oficial da Polícia Civil. A entidade permanece à disposição das autoridades policiais e manifesta, mais uma vez, seu profundo pesar pelo ocorrido”, informou o documento.

Menino de 11 anos assassinado

Mais um menino foi vítima de um crime violento em Belo Horizonte, o segundo caso registrado na capital no intervalo de uma semana. No fim da noite de anteontem, um garoto com idade aparente de 11 anos foi assassinado com dois tiros na cabeça, na Rua Flor das Cobras, no Bairro Jardim Alvorada, na Região Nordeste. Moradores vizinhos ao endereço onde o corpo foi encontrado disseram à Polícia Militar terem ouvido pelo menos quatro disparos. Quando saíram para ver o que havia ocorrido, viram a criança caída. O menor não foi reconhecido por ninguém na vizinhança e o corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) de BH como desconhecido. O menino tinha cerca de 1,50 de altura, era de cor parda, cabelos anelados castanho-escuros e estava bem vestido. Usava uma camisa de malha rosa, um cinto da marca Adidas, calça jeans, uma jaqueta de capuz e um chinelo azul.


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