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Estado de Minas

Entenda como se deu a Conjuração Mineira


postado em 20/04/2014 06:00 / atualizado em 20/04/2014 07:37

Para entender melhor a Conjuração ou Inconfidência Mineira, é preciso voltar no tempo, conhecer o real significado das palavras e enxergar, com clareza, as qualidades e imperfeições dos homens da época. A primeira confusão que se faz é exatamente com o nome do movimento, destaca o professor de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Luiz Carlos Villalta, que está lançando o livro História de Minas Gerais – A Província de Minas, em parceria com a professora Maria Efigênia Lage de Resende. Ele explica que, no século 18, à luz da política, inconfidência significava traição ao rei. Assim, aos olhos da monarquia, e foi esse sentido que vingou, de forma pejorativa e equivocada, Tiradentes e seus companheiros eram traidores de primeira linha.

EFERVESCÊNCIA INTELECTUAL

Conjuração Mineira ou Conspiração Mineira traduz com mais fidelidade os anseios e razões daqueles que se rebelaram contra a ordem estabelecida na colônia. E não a denominação imposta por quem estava no poder e contou a história como queria, acredita Villalta. O cenário no qual a Conjuração Mineira floresceu era de efervescência intelectual e política, a exemplo do que ocorria na Europa e no continente americano, em especial, com a independência, em 1776, das 13 colônias que deram origem aos Estados Unidos. Ao se libertar da Inglaterra, o novo país serviu de espelho para quem vivia aqui nos trópicos, compara o professor, lembrando que, nessa época, as transformações eram também mentais, pois as pessoas enxergavam a possibilidade de se cortarem os laços com a metrópole, Portugal.

O 21 DE ABRIL


O feriado do dia 21 de Abril se refere à morte de Tiradentes, que foi enforcado no Rio de Janeiro em 1792. A Conjuração Mineira se deu entre aproximadamente 1788 e 1789. A palavra inconfidente tinha um sentido pejorativo e, aos olhos e ouvidos da coroa portuguesa, significava traidor. Conjuração quer dizer conspiração e é mais apropriado aos ideais dos mineiros do século 18. A bandeira da república dos inconfidentes tinha, no centro do pano branco, um triângulo vermelho simbolizando a Santíssima Trindade e a inscrição retirada do poeta Virgílio: Libertas quae sera tamem  (Liberdade ainda que tardia). Em Minas, na segunda metade do século 18, houve outros movimentos que receberam o nome de inconfidência: em Curvelo, Sabará e Mariana. Nesses casos, não houve repercussão como em 1789. Outra revolta memorável contra a cobrança exorbitante de impostos foi a Sedição de Vila Rica, em 1720, que teve à frente Felipe dos Santos.


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