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Estado de Minas

Imóveis que pertenceram aos incofidentes estão à espera de preservação

A fazenda que pertenceu ao inconfidente Padre Manoel Rodrigues da Costa e a propriedade que era de Inácio José de Alvarenga Peixoto ainda não foram protegidos


postado em 20/04/2014 06:00 / atualizado em 20/04/2014 07:48

Fazenda Paraopeba, em Conselheiro Lafaiete, será recuperada para virar centro de referência da Estrada Real(foto: Studio Cerri/Divulgação)
Fazenda Paraopeba, em Conselheiro Lafaiete, será recuperada para virar centro de referência da Estrada Real (foto: Studio Cerri/Divulgação)

Duas histórias e dois tipos de preservação do patrimônio separados por apenas 12 quilômetros. Do outro lado do Rio das Mortes, em Barbacena, fica a Fazenda do Registro Velho, que pertenceu ao inconfidente Padre Manoel Rodrigues da Costa e é considerada a mais antiga do Caminho Novo da Estrada Real. Dá pena ver as paredes ruindo, a madeira apodrecendo e a história sendo enterrada a olhos vistos, mesmo com uma longa trajetória de luta para salvar o patrimônio que, em 1842, foi um dos palcos da Revolução Liberal de 1842, que opôs as tropas dos legalistas, liberados por Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), o Duque de Caxias, e os liberais, comandados por Teófilo Otoni (1807-1869).

Um raio de esperança surgiu com o regime de comodato firmado recentemente entre a prefeitura local e o proprietário do imóvel, com interveniência do Ministério Público de Minas Gerais, via Coordenadoria das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC). Segundo o presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico de Barbacena, Sérgio Cardoso, a expectativa de recuperação é grande, “mas, se nada for feito em dois anos, a fazenda voltará ao proprietário”. A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas, Michele Arroyo, informa que, para este ano, o órgão vai fazer a licitação para obras emergenciais do telhado e contratar o projeto de restauração. Mais tarde, com o orçamento em mãos, é que será possível contratar a obra. “Estamos negociando uma parceria com a prefeitura para o uso futuro do bem cultural”, adianta a Michele.

Desde o ano passado, foram feitas tentativas para salvar a estrutura do casarão, que hospedou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o imperador dom Pedro I, o naturalista e viajante francês Auguste de Saint-Hilaire e o cientista alemão naturalizado russo Georg Heinrich von Langsdorff. Em março de 2013, foi colocada uma estrutura metálica de sustentação com lona protetora que custou R$ 95mil, porém o serviço desabou e durou apenas um mês.

Clique na foto para ampliar e ver informações sobre as fazendas(foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press)
Clique na foto para ampliar e ver informações sobre as fazendas (foto: Cristina Horta/EM/D.A.Press)
TERMO DE COMPROMISSO

A esperança é de que outras fazendas sejam recuperadas, como é o caso da Fazenda Paropeba, que pertenceu ao inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto e fica em Conselheiro Lafaiete, na Região Central. A partir de um termo de compromisso firmado com o MPMG em janeiro de 2010, a propriedade, hoje em área da mineradora Ferrous deverá, futuramente, se transformar num centro de referência da Estrada Real e da Conjuração Mineira. A empresa pagou a desapropriação do imóvel, executou as medidas emergenciais necessárias para evitar o seu desgaste e contratou uma empresa, indicada pelo MPMG, para elaborar e executar o projeto de restauração do conjunto arquitetônico e o plano de manejo e gestão da área.

O projeto de restauração da sede da Fazenda está em fase de elaboração, com acompanhamento do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Após a aprovação do instituto, o projeto será apresentado ao Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural de Conselheiro Lafaiete, para análise e eventual ratificação. Após a conclusão dessa etapa, a Prefeitura de Conselheiro Lafaiete irá instituir, na área, uma Unidade de Conservação de Proteção Integral e viabilizar parcerias com órgãos públicos ou privados de pesquisa e preservação, previamente aprovados pelo MPMG.


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