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Estado de Minas

Crime de alunos que planejaram envenenar vice-diretora é "impunível", diz delegada

Quatro alunos - um menino de 12 anos e três meninas de 12, 13 e 16 - planejaram matar a educadora com veneno para rato


postado em 08/10/2013 07:12 / atualizado em 08/10/2013 10:06

Para se vingar da vice-diretora por não permitir o uso de bermudas e camisetas em salas de aulas, quatro alunos – um menino de 12 anos e três meninas de 12, 13 e 16 – planejaram matá-la com veneno para rato. O plano só não deu certo porque outro estudante da Escola Deputado Hilo Andrade, em Periquito, no Vale do Rio Doce, denunciou os colegas à dirigente.

Segundo a Polícia Militar, os adolescentes assumiram que pretendiam colocar chumbinho em um bolo que seria oferecido à vítima, que tem 50 anos, durante uma festa na sexta-feira. Os menores disseram que, se o plano desse errado, colocariam veneno na merenda escolar, o que poderia fazer várias vítimas.

O menino confessou ter conseguido o veneno em sua casa e o entregou a uma das meninas, que pediu a uma colega para guardar. A adolescente de 16 anos disse que havia jogado o veneno fora, mas sua mãe autorizou a PM a fazer buscas na casa e o chumbinho foi encontrado na mochila dela. Outra embalagem com o veneno foi achada em um buraco. A mãe da aluna disse que não sabia de nada. Os alunos negaram ter colocado veneno em alimentos. Mesmo assim, a direção da escola recolheu pães para cachorro-quente e garrafas de refrigerante.

Impunível

A delegada de Periquito, Luciana Libório, informou não ter instaurado inquérito por não haver crime. “Trata-se de ato preparatório impunível, pois os alunos não chegaram a colocar chumbinho no alimento para ser oferecido à vice-diretora. Não passou de um planejamento e não posso considerar homicídio tentado”, disse. Segundo ela, confrontos envolvendo alunos e professores têm se tornado comuns na região, sempre por motivos fúteis. “Normalmente, ocorrem quando o professor faz algum tipo de repreensão. A gente percebe que há muita rebeldia dos alunos”, comentou Luciana.

Durante toda a manhã e tarde de ontem, a direção da escola, equipes de inspetores da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Governador Valadares, representantes do Conselho Tutelar, pais e os alunos envolvidos estiveram reunidos para esclarecer a denúncia. “Por orientação do Conselho Tutelar, os estudantes vão receber acompanhamento especial da escola, dos pais, de conselheiros e do colegiado em reuniões e palestras, levando em conta o perfil de cada um e a realidade da escola”, disse a diretora da SRE, Sandra Márcia Ferreira.

PREVENÇÃO

 

Os adolescentes vão continuar frequentando a escola e a vice-diretora trabalhando normalmente, explicou segundo Sandra. “Vamos fazer um trabalho de prevenção e orientação por meio de projetos de valorização da vida e pela não banalização da violência”, acrescentou a diretora de ensino, que disse desconhecer a causa dos fatos. “Não temos nenhuma reclamação contra a vice-diretora”, informou.

Os quatro alunos também não ofereciam nenhum problema até então, segundo ela, e os pais ficaram assustados com a notícia. “Eles não esperavam isso dos filhos e se comprometeram a nos ajudar trabalhando com eles”, disse Sandra. Ela esclareceu que em Periquito o uniforme escolar é exigido dos alunos para a própria proteção deles, uma vez que o município, de 7.287 habitantes, é cortado pela BR-381, conhecida como a Rodovia da Morte.


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