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Estado de Minas

Em três meses, cinco morreram com acidentes na rede elétrica em Minas


postado em 24/04/2013 06:00 / atualizado em 24/04/2013 06:38

Comerciante Ademar (D) convive com risco na varanda de casa(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Comerciante Ademar (D) convive com risco na varanda de casa (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

No passado, 78 mineiros foram vítimas de acidentes com a rede elétrica no estado, dos quais 23 morreram. Nos três primeiros meses deste ano, foram 20 acidentes e cinco mortes. “As principais causas estão relacionadas à construção civil e manutenção predial, como atividades como manuseio de vergalhão, instalação, retirada de calhas e antenas, movimentação de rolos de pintura e trilhos de cortinas”, informou a Cemig.

Em 2012, a construção civil registrou 35 acidentes, incluindo oito fatais. Nos três primeiros meses de 2013, foram 11 acidentes, quatro fatais. No ano passado, segundo a concessionária de energia, o número total de acidentados envolvendo as redes elétricas, reduziu 23,07% em relação a 2011. O número de mortes caiu 54,54% no mesmo período. “Essa redução é fruto das ações de prevenção de acidentes divulgadas pela Cemig por meio das campanhas de segurança em obras, escolas e comunidades”, ressaltou.

Em 27 de fevereiro de 2011, 16 pessoas morreram e 55 ficaram feridas quando uma serpentina metálica encostou na rede elétrica no pré-carnaval de Bandeira do Sul, no Sul de Minas. Na capital, o motoqueiro Gleison Wilson Souza, de 38 anos, esbarrou em um fio de alta-tensão desencapado, no Bairro Prado, na Região Oeste. O fio se rompeu por causa da queda de galhos durante vendaval. A vítima sofreu descarga superior a 7 mil volts e teve morte instantânea. Houve ainda acidentes com crianças soltando papagaio.

O comerciante Ademar da Silva Dias, de 46, vive lado a lado com o perigo. Segundo ele, a sensação é de choque quando ele toca na janela da sua casa, no segundo andar de um imóvel da Avenida Raja Gabáglia, no Bairro Luxemburgo, Centro-Sul de BH. Um poste da Cemig atravessa o telhado da varanda e há fios para todos os lados. “E o número de fios aumenta a cada dia”, reclama o comerciante. “Há crianças em casa e tenho medo de acidentes. Se alguém encostar no fio com um objeto de metal é morte na certa”, diz.

Apesar dos riscos, o engenheiro da Cemig não considera a rede elétrica insegura. “É um padrão mundial. Há recomendações dos afastamentos necessários dos imóveis, conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas. A população, tomando os devidos cuidados, não terá maiores riscos”, disse.

O presidente do Instituto Cidades discorda. “Desafio qualquer um a dizer que há projeto de engenharia na rede elétrica. É gambiarra, mesmo”, reclama André Tenura. “Em BH, você pode colocar o que quiser nos postes, quantos cabos quiser, sem qualquer restrição. É a estética do vale tudo e que estimula o próprio gato”, reclama.

O descontrole serve também para os cabos de telefonia e TV, segundo Tenura. Ele conta que cancelou a sua segunda linha telefônica e o fio que chegava do poste não foi retirado. “Passado algum tempo, mandei instalar uma outra linha de telefone e eles colocaram o terceiro fio. Em BH, são milhares de fios sem uso”, denuncia.

Quem controla e fiscaliza a quantidade de fios nos postes, segundo o engenheiro, são a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). “Mas elas não estão descobrindo nada disso”, disse Erivaldo, ressaltando que não há nenhuma regra que obrigue as empresas a aterrar suas redes, principalmente em nível federal.


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