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Estado de Minas

MP entra na briga pelos fícus de BH


postado em 12/04/2013 06:00 / atualizado em 12/04/2013 06:40

Poda radical feita em exemplares como os da Avenida Barbacena é alvo de críticas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Poda radical feita em exemplares como os da Avenida Barbacena é alvo de críticas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


 

O Ministério Público estadual cobrou esclarecimentos sobre os critérios usados pela Prefeitura de Belo Horizonte combater a mosca-branca-do-fícus (Singhiella sp.) em árvores infectadas na capital. A promotora de Justiça do Meio Ambiente Lilian Marotta Moreira afirmou que vai colher informações sobre a poda de galhos e investigar a denúncia do Movimento Fica Fícus de que a administração municipal pretende realizar podas sem análise prévia, com o aval do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural. “Se isso estiver ocorrendo, vamos cobrar a revisão dos cortes. Em tese, é um cheque em branco que pode estar sendo entregue nas mãos de quem não tem conhecimento técnico suficiente para definir qual exemplar precisa ser suprimido”, observou a promotora.

O assunto foi discutido ontem em audiência pública na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Além do Ministério Público, a reunião contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, da Coordenadoria de Defesa Civil e de movimentos sociais em defesa das árvores. A reunião foi convocada a pedido do Fica Fícus, que, entre as reivindicações, questionou a necessidade das podas e a morosidade do poder público em buscar soluções eficazes para o enfrentamento da praga. “Queremos que a discussão ambiental se amplie e que a comissão montada para combater a mosca leve em conta nossos laudos técnicos. Eles estão assassinando as árvores, e temos como provar que a poda e supressão não são a solução para o problema”, reivindica Natacha Rena, do Fica Fícus.

O advogado do movimento, Frederico Guimarães, explica que encaminhou uma representação ao MP, em que, além de propor outras formas de tratamento das árvores, levanta a possibilidade de a prefeitura ter projetos de intervenção urbana na Avenida Bernardo Monteiro, área com exemplares da espécie infestados pela mosca. “Enviamos um relato histórico e jurídico em relação à poda e corte de fícus em Belo Horizonte e apresentamos um posicionamento diferente do da PBH em relação à melhor forma de tratar o problema. O que queremos, principalmente, é transparência e participação efetiva da sociedade civil”, esclarece o advogado. Segundo a promotora, a representação ainda está em análise.

Segundo a gerente de Gestão Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, Márcia Mourão, o objetivo da poda não é tratar os fícus doentes, mas garantir a segurança de quem circula próximo às árvores. “Só foram cortados galhos muito danificados e que ameaçavam cair. Podamos para evitar que tenhamos de isolar as áreas mais afetadas”. De acordo com Márcia, a secretaria aguarda autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a aplicação de inseticida e de um fungo que ataca a mosca-branca. “Não podemos pulverizar qualquer produto sem autorização da Anvisa. Além disso, estamos contando com uma equipe da Fundação Oswaldo Cruz que tem pesquisado as melhores opções para combater o inseto”, diz.
 


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