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Estado de Minas

PF já apreendeu 1.300 kg de pasta base de cocaína neste ano no Triângulo Mineiro


postado em 13/03/2013 00:12 / atualizado em 13/03/2013 07:12

No avião interceptado no sábado, foram encontrados 447 kg de entorpecentes e, anteontem, a PF localizou em um sítio o resto da carga trazida pelos traficantes(foto: PFMG/Divulgação)
No avião interceptado no sábado, foram encontrados 447 kg de entorpecentes e, anteontem, a PF localizou em um sítio o resto da carga trazida pelos traficantes (foto: PFMG/Divulgação)

O Triângulo Mineiro está no epicentro do tráfico internacional de drogas. A região, rota estratégica de criminosos peruanos, bolivianos e colombianos, principalmente por causa do grande número de campos de pouso clandestinos, viu a quantidade de droga apreendida no ano passado saltar 700% na comparação com 2011. Foram 1.750 quilos de pasta base de cocaína em 2012 – maior apreensão do país –, contra 250 quilos no ano anterior. A ousadia das quadrilhas já fez com que o volume de entorpecente apreendido este ano se aproxime da quantidade interceptada pela Polícia Federal (PF) no ano passado. Nos primeiros dois meses e 11 dias de 2013, o órgão já contabiliza 1.300 quilos da droga apreendida, o equivalente a 74,2% dos 1.750 quilos recolhidos em 2012. A última ação da PF contra as quadrilhas de traficantes, anteontem à noite, terminou com a apreensão de 548 quilos de pasta base de cocaína trazida da Bolívia. A droga foi encontrada em um casarão abandonado na zona rural de Uberlândia.

A ação da PF foi continuidade de uma operação feita no sábado, quando agentes interceptaram um avião bimotor carregado de pasta base de cocaína que pousou em Indianópolis, a 60 quilômetros de Uberlândia. A operação foi deflagrada após recebimento de denúncia anônima informando que dois aviões pousariam em uma pista clandestina na região. “A primeira aeronave conseguiu pousar, mas, como os policiais sabiam do comboio, esperaram a chegada da segunda”, informou o delegado Carlos Henrique Cotta D'ângelo, da Delegacia de Polícia Federal de Uberaba.

Na ação, sete pessoas foram presas e 447 quilos de pasta base foram apreendidos. O piloto da segunda aeronave tentou fugir e na manobra quase atropelou os integrantes do bando. Ele morreu na fuga, baleado pelos policiais. O primeiro avião conseguiu deixar o local. Um homem fugiu levando os 548 quilos do entorpecente, que já haviam sido transferidos do bimotor para um carro.

Em busca da cocaína, os agentes fizeram um rastreamento na região. Juntando fragmentos de informações coletadas com a comunidade e recebidas via denúncia anônima, eles chegaram até um casarão em uma chácara em Uberlândia, onde vários carros da quadrilha estavam estacionados. Os bandidos perceberam a chegada da polícia e fugiram, mas a carga foi apreendida. De acordo com o delegado, os 548 quilos de pasta base poderiam render até uma tonelada de cocaína para venda no varejo. Os dois carregamentos foram levados para a sede da Polícia Federal em Uberlândia e avaliados em R$ 10 milhões. Toda a droga seria incinerada ainda ontem, após a liberação da Justiça.

Central

O sucesso das últimas operações para apreensão de drogas no Triângulo Mineiro tem sido resultado das diversas denúncias que têm chegado à PF, de acordo com o delegado D'ângelo. “Nos transformamos em um centro de referência para receber informações do tráfico. As pessoas não se identificam, mas, pela presteza das informações, tudo leva a crer que são membros descontentes do bando ou integrantes de quadrilhas rivais”, afirma. Segundo o policial, as denúncias, muitas vezes incompletas, são checadas e permitem à PF montar o quebra-cabeça e interceptar as drogas.

Centro logístico dos bandidos

Bem localizada geograficamente – está no centro do Brasil – e com grandes áreas planas e de fazendas, favoráveis à aberturas de pistas de pouso clandestinas, o Triângulo Mineiro torna mais fácil a ação dos traficantes, como informa o delegado da PF Carlos Henrique Cotta D’ângelo. “Estamos a cerca de 700 quilômetros das fronteiras do país e a 500 quilômetros de grandes capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Somos um centro logístico para os criminosos”, afirma o policial. Além disso, o delegado aponta a falta de vigilância aérea na região e reclama de mais atuação por parte da Aeronáutica. “Nos incomoda muito a incapacidade dos órgãos competentes para fiscalizar o espaço aéreo. As quadrilhas sabem como driblar os radares e fazem voos baixos, fora da zona de abrangência desses equipamentos”, diz, afirmando que essa realidade é comum também na Região Oeste de São Paulo.

Alerta

Preocupado com o aumento das ocorrências, da quantidade de drogas e com a ousadia do traficantes, D’ângelo repassou dados das apreensões para a Força Aérea, o Exército e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). “Em 2011 não tivemos quase nada de apreensão. No ano seguinte, foi registrada a maior apreensão do país e agora estamos no início de março quase atingindo todo o carregamento apreendido no ano passado. O tráfico internacional aqui sempre chamou atenção, mas agora está mais preocupante”, afirmou D’ângelo. A Prefeitura de Uberlândia também foi informada da situação e o prefeito se comprometeu a tomar providências, segundo o policial.

Também delegado da PF de Uberlândia, Daniel Ladeira destaca a nova tática dos traficantes. “Eles fazem comboios aéreos, enviando dois ou mais aviões, com diferença de meia hora no pouso, como ocorreu no último fim de semana. Isso mostra um aumento da ousadia”, afirma. De acordo com o delegado, a maior parte da cocaína que abastece o Brasil vem do Peru, mas tem a Bolívia como rota. Há também entorpecente trazido da Colômbia.


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