Sobrinho de ministro do governo Geisel é preso por dirigir Mercedes embriagado em BH

Um empresário foi detido na manhã deste domingo por dirigir com sintomas de embriaguez em Belo Horizonte. André Luiz Falcão Habibe, de 45 anos, foi flagrado por uma equipe do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito conduzindo um Mercedes-Benz prata em ziguezague na Avenida Amazonas, esquina com a Rua Santa Catarina, Região Central da capital, por volta das 7h.

Antes de ser abordado pela PM, André Luiz tentou trocar de lugar no carro com Adilson Wendling Filho, de 48. O homem trabalha como segurança e motorista do empresário, que afirmou à polícia ser sobrinho do ex-ministro da Justiça Armando Falcão e chegou a ser apresentar aos policiais como funcionário do Senado. André Luiz concordou em fazer o teste do bafômetro, que acusou 1,31 miligrama de álcool por litro de ar expelido.

O homem foi encaminhado à Delegacia de Plantão do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), na Avenida João Pinheiro, Região Centro-Sul de BH. Em depoimento à delegada Rosângela Souza Pereira Tulher, André Luiz Falcão disse que não lembrava de ter dito que trabalha no Congresso. O empresário e o seu segurança são de Brasília e saíram da capital federal na noite de sábado em direção ao Rio de Janeiro. André Luiz decidiu parar em BH para encontrar uma tia.

A delegada arbitrou multa no valor de R$ 1.915,40 e apreendeu a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista. André Luiz está preso à disposição da Justiça e pode ser solto mediante pagamento em dinheiro de fiança de R$ 7 mil.

Caso isso não ocorra, ele será levado para Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão, na Região Nordeste da capital. O carro dele, com placas JHV-9676, foi levado para o pátio de recolhimento do órgão.

Quem foi...
Armando Falcão, ministro do "nada a declarar"

Filho de Edmundo Falcão e Laura Ribeiro Falcão, Armando Falcão (1919-2010) foi ministro da Justiça nos governos de Juscelino Kubitschek e de Ernesto Geisel. Durante a ditadura militar criou a Lei Falcão (1976), que regulamentou a propaganda eleitoral no rádio e na televisão e limitou candidatos a exibirem foto e currículo, o que impedia críticas em meios de massa ao governo.

Durante o regime militar, Falcão adotou a expressão "nada a declarar" como sua predileta e comandou a censura a diversos órgãos de imprensa. Em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, em 1989, Falção comentou: "Sou a favor da censura porque a televisão, no Brasil, está se transformando, sobretudo através da telenovela, em um fator de destruição da família brasileira". Armando Falcão morreu em 2010, aos 90 anos, vítima de uma broncopneumonia, em sua casa no Rio de Janeiro.

*Com informações de Alfredo Durães, do Estado de Minas